A rosa do povo

A rosa do povo Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - A Rosa do Povo


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Renata CCS 19/02/2013

Um retrato psicológico vivo de uma época importante no Brasil e no Mundo

Procura da Poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
(...)

Carlos Drummond de Andrade - A Rosa do Povo.

A ROSA DO POVO é uma obra de linguagem poética com participação social: está profundamente sintonizada com o contexto histórico do qual nasceu. O livro foi escrito durante os anos sombrios da 2°Guerra Mundial, os anos de ditadura de Getúlio Vargas, e nele encontramos a amargura, a indignação e a esperança mescladas de forma intensa. Em seus poemas Drummond procura compreender o sentimento, o sofrimento e a angústia existencial daquela época. O poeta testemunha e nos apresenta sua reação diante da dor coletiva e da miséria do mundo moderno, com seu materialismo e sua falta de humanidade. É interessante observar que o clima dos poemas parece acompanhar o movimento histórico do qual faz parte. Inicialmente é mais silencioso, porém apreensivo, como quem aguarda a tempestade, aí vem o medo, a sensação de impotência diante de tanta tragédia e sofrimento, vem a fragilidade humana, a hora sombria da morte e o momento de reflexão. E assim, o livro e a guerra seguem finalmente para o seu desfecho e, como todo esperado final, brilha a esperança, a força e o amor. A ROSA DO POVO é um livro único. Leitura obrigatória para amantes de poesia.
Maria Luísa 07/03/2013minha estante
Para a compreensão dessa obra, bastante útil é lembrar a data de sua publicação: 1945. Trata-se de uma época marcada por crises fenomenais, como a Segunda Guerra Mundial e, mais especificamente ao Brasil, a Ditadura Vargas. Drummond mostra-se uma antena poderosíssima que capta o sentimento, as dores, a agonia de seu tempo. Basta ler o emblemático "A Flor e a Náusea", uma das jóias mais preciosas da presente obra. Este é, sem sombra de dúvida, meu livro predileto de Drummond.


Renata CCS 08/03/2013minha estante
Drummond conseguiu transformar uma dura realidade, o materialismo de uma época e a falta de humanidade em poesia. Realmente o livro é único, apaixonante.




Arsenio Meira 27/09/2012

Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta do modernismo brasileiro. Primeiro, sem segundo. A Rosa do Povo, seu livro mais significativo, é uma dádiva poética. Marca o apogeu da trajetória poética de Drummond
cid 03/03/2017minha estante
Grata Arsenio, pela indicação.




Lílian 30/08/2012

Drummond na sua ótima forma de sempre... E em alta voltagem política.
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Pris 26/06/2012

"Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?"

Quase entrei em transe com as primeiras páginas desse livro.
Drummond, vem cá me dar um abraço.
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Leonardo 24/06/2012

A Rosa do Povo é provavelmente o meu favorito. Logo no começo de sua carreira literária ela já mostrou a que veio. Li em duas, três horas, tendo que reler algumas poesias para ver se conseguia filtrar tudo que o poeta queria dizer.

“Não rimarei a palavra sono
Com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
Ou qualquer outra, que todas me convêm.
As palavras não nascem amarradas,
Elas saltam, se beijam, se dissolvem,
No céu livre por vezes um desenho,
São puras, largas, autênticas, indevassáveis.
Uma pedra no meio do caminho
Ou apenas um rastro, não importa."
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Aline 14/02/2012minha estante
Recomendo!!




Léia Viana 11/03/2011

“Portanto, solidão é palavra de amor”
Drummond colocou em poesia o reflexo de seus sentimentos de uma época marcada por acontecimentos angustiantes. É possível na leitura de “A Rosa do Povo” ser levada a lembranças da segunda guerra mundial, por exemplo,como sugere a poesia “Visão 1944”: “Meus olhos são pequenos para ver / a massa de silêncio concentrada / por sobre a onda severa, piso oceânico / esperando a passagem dos soldados...”, com palavras fortes em meio a uma linguagem tão abstrata, como ‘a massa de silêncio concentrada’, revela um Drummond consciente dos acontecimentos do mundo em seu tempo, capaz de transformar em poesia os retratos de dor e tristeza causados pela guerra.

Quem espera encontrar palavras românticas nesta obra, terá apenas alguns fragmentos soltos na construção de poesias completas, cheia de emoções provocadas por períodos marcantes na história do mundo, como a ferina “Carta a Stalingrado”: “Stalingrado... / Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades. / O mundo não acabou, pois entre as ruínas / outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora, / e o hálito selvagem da liberdade dilata os seus peitos, Stalingrado, / seus peitos que estalam e caem / enquanto outros, vingadores, se elevam.”

Leitura aconselhada!
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Evy 22/01/2011

Rosa do povo é um conjunto de cinquenta e cinco poemas escritos por Drummond durante dois anos: entre 1943 e 1945. Foi seu quinto livro de poesia e o mais volumoso que escreveu, com poemas longos e que usam recursos dramáticos. É um belo conjunto de poemas e a narrativa de Drummond sempre nos envolve de uma forma ou de outra. As poucas estrelas se devem única e exclusivamente ao fato de que embora eu saiba que Drummond era um dos grandes poetas modernistas da época, tenho preferência nos poemas àqueles que falam de amor, suas alegrias e suas dores. Neste livro, devido até mesmo a época em que foi escrito, a política e a ideologia estão fortemente incluídas nas palavras sempre tão bem escolhidas por Drummond. Destaco os poemas "Procura da Poesia", "Resíduo" e "Versos à Boca da Noite". Leitura recomendada!
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acandec 12/01/2011

Espírito Livre
É uma leitura "difícil" no sentido de que o gosto dela está em viajar no significado das palavras de Drummond.
A análise de Áporo que essa edição (capa roxa) traz é uma introdução perfeita para a escrita que nos espera ali.
É um livro que revigora toda a vontade de lutar pelo justo.
Análise precisa: http://bit.ly/Drummond1 http://bit.ly/Drummond2 http://bit.ly/Drummond3 http://bit.ly/Drummond4
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luvimacos 27/10/2010

A Rosa do Povo, publicada em 1945, aparece como a representação da maturidade que o poeta, Drummond, alcançou desde sua estréia. No livro aparecem acentuado progresso técnico-formal, o realismo social não se restringe, apenas ao lirismo da poesia engajada; a poesia metapoética, alimentada pela reflexão introspectiva sobre o sentido da escrita como obra de arte.
São 55 poemas, alguns longos. Onde desfilam os principais temas de obra Drummoniana: o verso livre e a estrofação irregular alternam com versos de métrica tradicional dispostos em estrofes regulares; o estilo ora é "puro"(elevado, "poético" ), ora é "mesclado"(mistura de elevado e vulgar, sério e grotesco).

É uma obra de linguagem poética com participação social. Os poemas foram escritos nos anos sombrios da ditadura de Vargas e da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos provocam o poeta, que se aproxima da ideologia revolucionária anticapitalista de inspiração socialista, e manifesta sua revolta e sua esperança em poemas indignados e intenso.

Sob temas tais como: eu-estar no mundo ( o amor, a família, o tempo, a velhice),
a metapoesia (poesia pela própria poesia),
eu igual ao mundo,...

Dessa forma, o poeta testemunha sua reação ante a dor coletiva e a miséria do mundo moderno, com seu materialismo, sua falta de humanidade. Os temas, e a forma como o poeta os aborda enriquece sua essencialidade lírica e emocional, levando o poeta, através da profunda consciência artística, a atingir: a plenitude, a cristalização, a humanização, da forma suave e terna, com que Drummond mergulha no seu sentimentalismo para melhor compreender: a "máquina do mundo", a angústia de seu tempo, e o homem contemporâneo, com um largo sentimento de fraternidade como aparecem no poema Mãos dadas

“Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.”

Nas composições mais expressivas desta coletânea, o poeta se utiliza da estratégia semântica — a prosódia dura, metálica, corrosiva, que apaga a ilusão, a "aura" de poesia elevada, mesclando-se à prosa, ao mesmo tempo em que desfaz a suavidade e a singeleza dos croquis ingênuos e sentimentais. O engajamento político e estético de Drummond, a sua "faca só lâmina", manifesta-se no tom crítico, na escolha do léxico, nos cortes abruptos e ágeis, na sobreposição de imagens contundentes, no alinhamento de metáforas vigorosas e nos temas retirados do entorno temporal. Por vezes, há quase um expressionismo, sem abdicar dos contrapontos da linguagem, dos jogos de anáforas e metonímias:
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Marília Moreira 15/02/2010

Sempre me debati um pouco para iniciar leitura de poemas; apesar de gostar muito de subjetividades e das brincadeiras com a linguagem,tinha a impressão de que a minha leitura era muito "simplista", o que tornava os poemas entediantes. Ficava com vontade de descobrir a "intenção do autor" e não conseguia abarcar os diversos sentidos do texto (a famosa polissemia). Com o passar do tempo e o acréscimo de leituras, percebi que os poemas não são tão difíceis. "A Rosa do Povo" ampliou essa percepção. Recomendo e mesmo depois de alguns anos ainda espero que a flor brote do asfalto ! :)
05/05/2018minha estante
Tirou as palavras da minha boca! Um abraço ;)




Alessandra 28/12/2009

Li, mas o livro não me despertou interesse algum, li apenas por obrigação de conhecer a obra, já que o autor é importante.
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Guilherme 19/01/2010minha estante
Você lê seus livros por quê gosta ou por quê gosta de dizer que leu?Assim fca difícil, né?




Taalii 28/09/2009

A Rosa do Povo
A obra é a mais extensa de todas as obras do autor Carlos Drummond de Andrade, composta por 55 poemas, escritos entre (1943 e 1945) em meio as angustias e horrores da Segunda Guerra Mundial e da Ditadura Vargas. Suas Temáticas são: poesia social, reflexão existencial, metalinguistica, o passado sempre relacionado com o presente, o amor, cotidiano, celebração dos amigos... Podemos destacar entre essas tematicas “o amor”, Carlos Drummond é considerado uma das vozes líricas/amorosas mais rica e complexa da Literatura Brasileira, no entanto, em A rosa do povo, a questão amorosa ocupa um pequeno espaço, aparecendo apenas em um só poema “O mito”. O único poema de amor é também o único da obra escrito sobre a visão do humor. Temos também a poesia do cotidiano em “A morte do leiteiro”, o texto é uma espécie de crônica poética escrito de forma coloquial. Através de uma singela forma lírica, o poeta conta a história de um leiteiro que, tomado por ladrão, é morto na madrugada. Drummond nos diz de forma tão simples quanto o mundo mudou. A temática política e socialmente está sempre presente no livro, como também a poesia sobre a propria poesia, a metalingüística. Os poemas de "A Rosa do Povo" são nitidamente mais metafísicos que de seus livros anteriores, estando a poesia menos ligada ao presente e mais interessada na essência da vida. Apesar da contradição inicial, onde predomina a abordagem de temas políticos, no decorrer do livro, o autor opta por uma causa superior a um partido ou à uma ideologia, essa causa é o homem. Em suma, a obra do poeta acaba descrevendo a trajetória, do próprio autor, em três atos, que se seguem: Eu maior que o Mundo Eu menor que o Mundo Eu igual ao Mundo ".
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Bell_016 16/09/2009

Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
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