Kathlen 08/08/2019
Ambientada no período da segunda guerra Sino japonesa que ocorreu simultaneamente a segunda guerra mundial, se desenvolve a história de uma família tradicional chinesa que vive no campo e da sua terra retira a sobrevivência.
Ling Tan, o patriarca da família, se vê perdido quando tem a sua cidade invadida por estrangeiros, pois a importância das suas terras equivale a sua própria existência e orgulho. Ao mesmo tempo nota-se a transformação dos personagens simples e tradicionais cujos valores ficam em xeque em face da violência e massacres vivenciados cotidianamente desde que o inimigo chegou.
Narrado de forma fluida e ainda que com ares de leveza romantica, não omite os pensamentos mais obscuros dos personagens, permitindo ver como evoluem ou se perdem tecendo o enredo com o fio do destino num cenário que se constrói sob a perspectiva deles. Isto é o que nos imerge na história sendo vivida no momento em que acontece, isto é, sem nenhum conhecimento prévio e sentindo o ataque, o medo e a insegurança palpável cujo horror estampa as ruas e caminhos seja com sua brutalidade grotesca ou com sua política rígida e manipuladora. Temos uma cidade arrasada e uma população aos pedaços que muito leiga não entende seu infortúnio repentino, ao mesmo tempo que surgem novos ideais e um rompimento com o legado do passado, sugerindo a chegada de uma nova era, cujos conhecimentos e informações revoluciona o significado da terra expandindo suas fronteiras num contexto global. Apartir daí então é perceptível como as gerações se confrontam, os jovens aprendem novos ofícios que não foram herdados dos pais e o papel feminino é relevante para a construção de um futuro resistente e livre. O sentimento de esperança e luta traz o desfecho da história permitindo que ela continue mesmo encerrados seus capítulos.