Marisol 05/01/2021
Uma leitura esclarecedora
Em 2011, o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari já nos alertava sobre uma possível pandemia, em um futuro não muito distante, no livro “Pandemias – a humanidade em risco” (@editoracontexto). “A próxima pandemia poderá ser mais devastadora e a maneira como surgirá é imprevisível”. O autor mostra como algumas doenças surgiram e se espalharam pelo mundo (há ainda mapas ilustrando como elas se disseminaram), a começar pela gripe – SARS, gripe suína, gripe aviária, gripe espanhola, influenza... Os nomes marcam algumas das epidemias pelas quais a humanidade já passou. Com exceção da gripe espanhola, as demais foram bem recentes.
Ujvari descreve, por exemplo, a trajetória da epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) em 2003. Da província de Guandong, no sudeste da China, o vírus causador da doença se espalhou rapidamente pelo mundo.
Além disso, o livro aborda outras epidemias como as da dengue, Zika, ebola, aids, entre outras misteriosas que rapidamente levaram vidas. Em resumo: esses microrganismos são mais inteligentes do que pensamos. Multiplicam-se rapidamente, sofrem mutações, tornam-se resistentes a medicamentos, entre outros mecanismos para se perpetuarem. Um excelente complemento ao livro “História da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas e outros microrganismos...”, do mesmo autor, que já resenhei aqui.
O médico também fala sobre as superbactérias que, com os anos, passaram a resistir a antibióticos e causar infecções, chegando a ser letais. E por falar em antibióticos, há uma parte do livro em que Ujvari alerta para o foco no lucro em que atua a indústria farmacêutica e, por isso, existem poucos avanços na descoberta e avanço relacionados a determinadas drogas. “Uma das principais razões de estarmos nessa era decadente dos antibióticos é a falta de pesquisas para a descoberta de novas drogas. O motivo? Não há lucro para a indústria farmacêutica”. Uma leitura esclarecedora.
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