Resenhas - Helena

thecia 28/04/2024

Romanesco, disse Machado
Não é o meu preferido do Machado, e é uma trama bem diferente dos outros livros que li dele. Mas não tem como não notar o brilhantismo de Machado de Assis!

A leitura é cativante, Machado tem um dom de descrever cada personagem nos mínimos detalhes. E a Helena é uma personagem feminina diferente do que ele costumava trazer em outros livros. Cada um dos personagens apresenta um lado bom e uma face sombria.

E é claro que não podia faltar um tom irônico e várias críticas a sociedade da época, afinal estamos falando de Machado de Assis né.

Eu amo romances de época, acho que principalmente porque as ações e os sentimentos eram demais, hoje, quando a gente lê, parece um pouco exagerado tudo que eles sentiam, mas refletindo bem, é só como era na época.

E acompanhar o Machado escrever um romance, com várias reviravoltas, alegrias e sofrimentos, muito romantismo, a sua maneira, foi simplesmente demais!

BeatrizLeone 28/04/2024

Amei a história principal? Não amei
Mas é escrita é uma coisa à parte, né? ??
A descrição dos personagens, entender o seu íntimo, o contexto social, também tornaram a experiência mais interessante

Porém claramente sou mais da segunda fase do Machado mesmo

Carina 27/04/2024

Muito bom
Uma leitura instigante, a todo momento sentindo que algo não esta certo mas não sabendo bem o que?.quando tudo de revela ao invés do alivio vem mais angustia e isso faz com que se queria saber mais ainda como tudo vai se derenrolar?.

Lorena 25/04/2024

Helena
Dos livros que li desse autor Helena foi o que mais me fascinou, gosto muito da maneira que ele usou as palavras, foi uma leitura tão bonita e sensível que eu me perdia nos detalhes da história, é quase como se eu pudesse sentir o cheiro e ouvir os sons dos momentos retratados, uma escrita delicada que te faz apreciar todo o contexto desde a história, a escolha de palavras, a maneira da escrita, é com certeza um livro que irá ficar guardado em minha memória, simplesmente uma obra de arte!

Tatiana88 24/04/2024

A magia de um clássico
Há anos eu não lia algum clássico, especialmente algum clássico brasileiro.
Helena me fez relembrar o porquê alguns títulos levam esta etiqueta tão importante: CLÁSSICO.

Estou longe de ser uma exímia leitora, então honestamente eu nem sei pontuar o quê, exatamente, nos leva a ter tanto envolvimento com os personagens, mas isso é muito claro em Helena.

Eu nunca a vi, muito menos tive oportunidade de conversar com ela, e ainda assim, ao longo da leitura, fui me envolvendo e me apegando demais a ela, desenvolvendo o mesmo carinho que todos os familiares rapidamente passam a ter por ela.

Helena (a jovem menina) cativa a todos com sua simpatia e boa vontade, e em igual proporção, Helena (o livro) nos encanta do começo ao fim.

Para finalizar, sem spoilers é claro, o final foi surpreendente e não convencional. E essa é a cereja do bolo que garante uma nota acima de 4 estrelas para qualquer livro que eu leia, rs.

Lice 24/04/2024

Machado sabe construir um personagem como ninguém!
Achei que o enredo em si não foi nada surpreendente, já no início imaginei como se daria a trama. Ainda assim, a leitura não se tornou nem um pouco maçante.
Acho que o que mais me cativou foi, sem dúvidas, a construção dos personagens. Cada um com sua profundidade e com seu relato, me fez sentir extremamente comovida e compassiva. Quanto mais eu lia mais desejava conhecer aqueles personagens.
O final (as 2 últimas páginas do livro) foi a única parte que me surpreendeu, não cogitei aquilo, mas achei que fez sentido de alguma forma: não tinha como não ser trágico. Só senti que foi meio corrido, talvez porque o livro, no geral, foi muito bem escrito e detalhado, então imaginei que o final também seria.
Fiquei com a sensação de que faltava algo, sabe? Tipo, quais serão os próximos passos?
Por fim, Machado jamais decepciona.

Mareufq 21/04/2024

?Mas a tristeza é necessária à vida, acudiu D. Tomásia, que abrira os olhos logo à entrada do marido. As dores alheias fazem lembrar as próprias, e são um corretivo da alegria, cujo excesso pode engendrar o orgulho.?

jhulica 19/04/2024

Sutil e trágico.
Esse livro foi o mais gostoso de eu já li do Machado, justamente pela fluidez da história.
Teve alguns acontecimentos que eu achei meio previsíveis, mas nada muito óbvio ao ponto de estragar a leitura.
Tirando o fato de que eu recebi um puta spoiler do final (culpa do meu prof de literatura) e isso me broxou um pouco na leitura, foi uma experiência muito agradável e eu gostei muito da trama.
Helena era uma mulher muito a frente do seu tempo ? característica persistente das personagens femininas do Machado, sempre com as suas reflexões melancólicas e misteriosas. E quando eu digo sobre ser levemente previsível, eu falo sobre a revelação do Padre Melchior para Estácio (que obviamente não vou contar aqui).
Enfim, recomendo bastante pra quem quer ler algo de fácil entendimento e leitura do autor.

whatsmaryreading 17/04/2024

Há Machados variados para diferentes leitores.
? "Helena" de Machado de Assis (5/5 ?)
Helena, publicado em 1876, é um romance da primeira fase da obra de Machado de Assis, marcada pelo Romantismo.

É importante lembrar que o contexto social em que a história se passa, o Segundo Império brasileiro, era marcado por valores patriarcais, escravidão e racismo. Isso influencia diretamente o comportamento dos personagens e as relações entre eles.

Em meio à aristocracia carioca do século XIX, Helena, órfã de origem humilde, é reconhecida em testamento como filha e herdeira do Conselheiro Vale, e é acolhida posteriormente pela abastada família, onde floresce um amor proibido entre ela e Estácio, filho do conselheiro.

Unidos por um sentimento avassalador, mas separados pela crença de que são irmãos, Helena e Estácio vivem um drama intenso, marcado por repressão, sofrimento e a constante luta contra seus desejos.

Mas "Helena" é mais do que apenas uma história de amor. Machado de Assis, com sua maestria habitual, tece uma teia complexa de personagens, cada um com suas próprias motivações, desejos e conflitos.

Estácio, filho do Conselheiro Vale, representa a figura do homem dividido entre o amor e o dever. Educado em meio aos valores tradicionais, ele carrega consigo a responsabilidade de honrar a família e seguir as expectativas sociais.

O amor por Helena o atinge como um raio, despertando em si sentimentos jamais antes experimentados. Ele se vê dividido entre a paixão avassaladora por Helena e o dever filial que o obriga a renunciar a esse amor.

Sua bondade e senso de justiça o impedem de magoar Helena. Ele tenta reprimir seus sentimentos, acreditando que o melhor para ambos é seguir caminhos separados. Mas a força do amor o atormenta, criando um conflito interno que o consome.

Estácio se debate entre a felicidade pessoal e a obrigação moral. Ele questiona as regras sociais que o impedem de viver seu amor, mas se sente preso por elas. Sua luta interna o torna um personagem complexo e comovente, despertando a empatia do leitor.

Helena, por sua vez, é retratada como uma mulher forte e independente, que desafia as convenções sociais da época em busca de sua felicidade. Sua inteligência e sensibilidade a diferenciam dos demais. Ela observa o mundo com perspicácia, questionando as convenções sociais e buscando seu lugar na sociedade. Seu desejo por liberdade se choca com as expectativas impostas a ela pela família e pela sociedade.

O amor por Estácio desperta em Helena uma paixão avassaladora. Ela se entrega ao sentimento sem hesitar, desafiando a lógica e a razão. Mas a crença de que são irmãos a atormenta, criando um conflito interno que a dilacera.

O amor entre Helena e Estácio é marcado pela intensidade, pela paixão e pelo sofrimento.

A obra também é um retrato fiel da sociedade brasileira do Segundo Império, marcada por desigualdades, hipocrisia e preconceitos. Machado de Assis não hesita em criticar os costumes da época, expondo as contradições de uma sociedade em transformação.

Ao longo da história, somos presenteados com a genialidade da escrita machadiana. Ironia, humor ácido e crítica social permeiam o texto, o tornando único. O autor manipula a linguagem com maestria, criando suspense, personagens memoráveis e reflexões filosóficas sobre o amor, o destino e a natureza humana.

"Helena" é um clássico da literatura brasileira que, a cada leitura, revela novas camadas de significado e encantamento.

Loyde.Hellen 13/04/2024

O conselheiro Vale em seu testamento reconhece a Helena como sua filha e pede que ela passe a morar com Estácio (seu filho) e  Úrsula (sua irmã).
Ela conquista a Estácio em pouco tempo de convívio e sua tia, apesar de resistir no início, começa a amar também a moça.
Estácio então começa a suspeitar que Helena esconde um segredo, que ama alguém que não deveria.
A escrita de Machado de Assis é fenomenal, a cada capítulo fiquei mais envolvida com a história e curiosa para saber o que aconteceria.

tswift0 12/04/2024

Helena.
Helena é dada como filha do Conselheiro do Vale, e agora terá de lidar com tudo que a sua nova vida a proporciona.

Esse livro no geral, me lembra jogos de herança.

Foi o primeiro livro de Machado que eu li e quero ler mais!!

Gabriela.Andrade 11/04/2024

Não é um dos meus favoritos do Machado mas não me arrependo de ter lido! A escrita é impecável como sempre

Felipe1503 07/04/2024

Garantia
Não lembro com exatidão a história pois li anos atrás. Mas se é do grande Machado de Assis, então a boa leitura é garantida.

manu 05/04/2024

?Não se deliberam sentimentos; ama-se ou aborrece-se, conforme o coração quer.?

que grata surpresa esse livro. muito bom conhecer mais uma faceta de machado. fiquei completamente encantada por helena e sua astúcia e gentileza. o tom melodramático do história é simplesmente incrível.

Jéssica (@simboraler) 03/04/2024

Nítida evolução de narrativa na sua fase romântica
A história se inicia com um acontecimento triste: o falecimento de um conselheiro. Esse rapaz era muito conhecido e deixou uma irmã, chamada Úrsula e um filho chamado Estácio. Mas a tristeza da perda dá lugar para a surpresa e incredulidade quando descobrem que há um testamento do falecido conselheiro informando que ele tem uma filha fora do casamento, que foi criada em um internato e a qual ele pede sinceramente que sua irmã e filho acolham em sua casa, como parte da família principal e o nome dela é Helena.

Sabemos o escândalo que esse tipo de situação era na época que o livro foi escrito, então há um ar pesado e denso girando em torno da chegada de Helena na casa, mas aos poucos ela conquista tanto sua tia como seu irmão, se mostrando muito prendada e simpática. Mas tem uma aura muito misteriosa, e com o passar do enredo até nós passamos a desconfiar ou ficar com um pé atrás com Helena. Ela se aproxima muito de sua tia e de seu irmão, mas a intimidade e proximidade com Estácio se torna muito além do normal ... e agora?

Esse livro mostra muito a essência de Machado de Assis, os olhares dos personagens uns para os outros, as conversas, os segredos ... há cenas que os personagens sabem o que está acontecendo apenas com um olhar, o narrador te deixa instigado, e se torna simplesmente impossível de largar o livro.

É uma releitura para mim e essa segunda vez me despertou mais vontade e conexão do que a primeira. Lendo agora nesse projeto é nítido a enorme evolução do Machado entre os seus primeiros dois livros e Helena. Esse é, por enquanto, o mais romântico da era romântica de Machado

É um livro triste, o final me surpreendeu muito, mas toda a essência da fase romântica de Machado de Assis pode ser vista aqui, nesse livro curto, mas extremamente intenso.