Primeiras Estórias

Primeiras Estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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Sales 12/02/2021

Um dos livros mais lindos que já li, aqui Guimarães Rosa mostra todo o poder e a beleza da língua portuguesa. Nessa mescla de prosa e poesia o autor com suas personagens tão diversas, nos mostra que a beleza e a vida estão também em coisas simples que nos passam despercebidas durante o dia a dia. Nem todos os contos são fáceis de ler e às vezes é necessário parar um pouco e voltar depois, mas não foi algo que estragou a leitura, eu pelo menos vi como um desafio e gostei bastante. E por fim gostaria de dizer que o autor se supera nos contos que mostra o ponto de vista das crianças.
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Elvis Gomes 31/01/2021

Crianças e loucos: um mundo onde se era permitido ser
o meu primeiro contato com Guimarães Rosa foi: 20 dias pra ler 200 páginas. a experiência de ler esse cara é de uma leitura à parte. uma leitura em que você precisa diminuir o ritmo, se permitir dar uma saída do globo girando muito rápido e estar ali no que tá sendo dito. é praticamente ler em outra língua, porque é mais experienciar do que entender em si, as palavras tão sempre dizendo mais do que os puros acontecimentos, tem algo ali de uma essência da vida que tá pedindo pra ser tocada, mas cê precisa tá disposto a se desconectar por um tempinho pra chegar a isso.
*
gosto desse livro porque seus protagonistas não são os neuróticos de sempre que a leitura contemporânea nos faz simpatizar. rosa traz crianças e loucos na maioria das vezes. crianças como a beleza de quem descobre o mundo, os loucos como aqueles que redescobrem. uma visão de mundo que se perdeu, de uma época onde as crianças podiam ser, ao invés de vir a ser (os projetos de adultos de hoje), assim como aos loucos era permitido compartilhar e vivenciar sua outra experiência de mundo. além disso, a natureza cerca tudo. em um dos contos, a protagonista é uma vaca. simples assim. em outro, um louco se pendura numa mangueira. mais um: quando uma criança deprimida com a mãe doente consegue extrair um pouco de beleza na vida ao observar, todo dia de manhã cedinho, um tucano numa árvore.
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esse livro me fala de uma época de mais esperança (que serve, assim, para ressuscitar um pouco dela hoje, mesmo que seja assustadoramente difícil).
raphaela.campano 28/04/2022minha estante
foda


raphaela.campano 28/04/2022minha estante
concordo muito




umataldeanab 16/12/2020

É preciso querer muito ler este livro para compreender de fato o que há nas páginas, foi assim que me senti quando me peguei lendo bem devagar. Não sei se me sinto triste, confusa ou encantada, mas há algo nessa obra que nos obriga a parar e prestar bem atenção a tudo, às linhas e a nós mesmos. Amei me emocionar novamente com A Terceira Margem do Rio, o autor consegue nos transportar exatamente pra onde é preciso. E eu precisava muito disso.
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Jhon 05/12/2020

tô triste, alegre, perdido, confuso e emocionado
Não sei nem o que falar direito sobre o que foi essa leitura. É a segunda experiência com o autor e posso dizer que fui novamente arrebatado pelas criações desse carinha tão especial!

Os loucos, as crianças e os dissidentes que vivem no primeiras estórias não conseguem se adequar à normalidade esperada. Eles escapam às formas de vida razoáveis (da razão mesmo), me levando para espaços, mundos e tempos outros; fazendo com que eu me colocasse em questão várias vezes. A impressão que tive é que ao ler essas narrativas uma questão em comum costumava aparecer: "que tipo de vida estou vivendo?". E é uma pergunta muito difícil de pensar. Na verdade, quanto mais eu penso sobre essas estórias (algumas mais que outras) mais eu fico confuso, perdido, tocado e mexido por tantos afetos diferentes, que fica difícil extrair algo objetivo dessa experiência.

E apesar de eu gostar pra caramba, ler Guimarães Rosa pra mim não é fácil. É uma leitura dispendiosa, que, mais que atenção, requer uma espécie de aceitação de um chamamento, de um convite em que tu embarca num barquinho e vai navegando, remando em conjunto com as maluquices dos universos e das personagens inventadas pelo Guimarães. A passividade não teve espaço aqui, pois as respostas que tanto procurei e questionei só podiam partir de mim. E mesmo assim essas respostas não são acabadas ou intocáveis: as situações são demasiado irracionais para que sejam aceitas explicações lógicas finalizadas.

Tá aí um narrador da vida singular! Aaaaamo a escrita de Guimarães Rosa (embora não a ache tranquila). É um contar e um escrever de uma sensibilidade tão imensa que me faz rir com dentes, olhos e coração. Me emocionei demais! E parece que eu terminei o ato de leitura, mas sem sair saindo desses mundos, porque são tantas as coisas que vão reverberando, as angústias, as alegrias, os desesperos, as incompreensões, que não dá pra fechar o livro e esquecê-lo. São estórias que vão morar comigo e com certeza este foi um dos melhores livros que já li.
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tbbrgs 29/11/2020

Primeiras Estórias, o primeiro livro
"De lá, o sol queria sair, na região da estrela-d'alva. A beira do campo, escura, como um muro baixo, quebrava-se, num ponto, dourado rombo, de bordas estilhaçadas. Por ali, se balançou para cima, suave, aos ligeiros vagarinhos, o meio-sol, o disco, o liso, o sol, a luz por tudo. Agora, era a bola de ouro a se equilibrar no azul de um fio".

Assim, Rosa descreveu o nascer do sol no último conto, Os Cimos, de Primeiras Estórias, que eu demorei à beça pra ler, mas valeu muito a pena ter esperado pra terminar, porque é com certeza um dos melhores livros que li esse ano, só pelo jeitinho com que o Guimarães escreve as coisas.

Quando comecei a ler o livro em agosto (ou talvez no final de julho?), estranhei de cara a escrita do Guimarães e estava tendo bastante dificuldade pra deixar a leitura fluir. Isso por ser o primeiríssimo livro de Guimarães que leio, então nunca tive contato nenhum com o tipo de escrita dele. Apesar de a minha mãe ter Rosa entre seus escritores preferidos, eu só fui começar a ler agora.

Uma das coisas que me ajudou bastante ao longo da leitura do livro foi, esse semestre, ter tido uma disciplina na faculdade em que a professora falou muito de um dos contos desse livro (Famigerado) e também fez uma leitura de um conto de Tutameia. Ela explicou tanta coisa, tanto sobre o conto, quanto sobre o próprio escritor, que me fez perceber um pouco como era bem particular a experiência de leitura de Guimarães, e eu cheguei à conclusão de que é só um estilo de escrita que a medida que nós lemos, nós nos acostumamos. A dificuldade inicial passa depois que entendemos um pouco mais, vamos pesquisando e procurando aprender tudo o que gira em torno daquela obra, de seu escritor e do mundo em que ele viveu.

A escrita de Guimarães é muito diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido. Em muitos contos desse livro, na primeira leitura, em muitos casos, era uma primeira leitura difícil de penetrar, mais densa. Demorei pra ler esse livro, em grande medida, por causa disso: muitos contos eu lia duas vezes, porque ler uma vez não bastava. A segunda leitura costumava ser realmente muito mais esclarecedora do que a primeira, e eu conseguia ter uma visão mais ampla do conto e entender as entrelinhas, observar a estrutura e a forma das descrições de personagens e lugares com muito mais perceptividade e atenção. A cada conto que eu lia, era todo um universo novo criado em poucas páginas, em palavras tão bem elaboradas, imaginadas, inventadas. Esses contos emanam uma energia literária própria incomparável, cada um fala por si só e ao ler eles percebi o motivo pelo qual ecoam além da vida de Rosa, pelo qual são considerados histórias clássicas da literatura brasileira.
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Thayná S. 14/11/2020

Bom, mas não leria de novo...
Dos 21 contos que compõem a obra, só me encantei com "Famigerado" e "O espelho", pois achei os demais cansativos e por isso não prenderam a minha atenção.
Mas no geral, é uma bela obra.
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Renan GM 08/11/2020

O melhor da literatura
Guimarães Rosa é um arraso! Não é a toa que todas as suas obras, sem excessões, são verdadeiros clássicos!

Esse livro trás um compilado, feito pelo próprio Rosa, de contos. Os temas tratados pelo autor são múltiplos, e são diversas as situações que ele cria com maestria. Trás estórias de contos psicológico, fantástico, autobiográfico, entre outros.

Recomendo esse livro para quem vai iniciar as leituras desse "mundinho pacato" de Guimarães Rosa, até mesmo para se acostumar com a linguagem, deveras complicada, e também para ter um encantamento inicial pela obra dele.

Boa leitura
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gabriel 23/10/2020

Estilo peculiar de escrita

Guimarães Rosa escreve de um jeito único, e o livro transpira este estilo próprio. É quase como ler um livro em outra língua, não mais o português. É algo que se aproximaria a uma "poesia em forma de prosa". É uma linguagem confusa mas fascinante ao mesmo tempo.

Temos aqui alguns contos do autor, e eu acho que eles variam muito em qualidade e estilo. Algumas histórias são fantásticas, outras enigmáticas, já outras são tão confusas que você termina sem entender nada. É uma leitura desafiadora, mas agradável se você compra a ideia do autor. O problema é até que ponto você está disposto a comprar este estilo...

Tal como um disco de uma banda qualquer, aqui temos os "fillers", que são os contos mais genéricos que soam mais como um exercício gratuito do estilo do autor. Outros já são muito bons e conseguem envolver o leitor na sua proposta. Destaco os contos "O Espelho", "A Terceira Margem do Rio" e a "Partida do Audaz Navegante", que são alguns dos melhores do livro. "Nenhum, nenhuma" é enigmático ao ponto quase do ininteligível. O "Nada e Nossa Condição" eu acho que ele pesou a mão, a linguagem está excessivamente confusa e exagerada.

É claro que a proposta é totalmente outra, o autor aqui quer reinventar a linguagem e utilizá-la de uma maneira altamente inovadora. É uma proposta radical, interessante, mas a real é que é simplesmente muito confusa e até chata em alguns momentos. Ele mais investe nas invencionices da própria linguagem e outros malabarismos linguísticos, do que na força poética das próprias coisas. É válido, mas não sei se sempre funciona... é, então, uma linguagem altamente experimental.

A impressão que me dá é que Guimarães é um cara sem humor. Ele só quer fazer poesia das suas histórias, enxergar um lado "maravilhoso" (digamos) das coisas (e, para isso, produzindo seus efeitos de linguagem), mas o fato é que a leitura é quase desprovida de qualquer senso de humor. Essa é a impressão que fica. Tudo no final soa muito sério, para uma linguagem tão inventiva e lúdica. Não que não haja histórias divertidas aqui, mas elas são a exceção à regra.

Outra impressão é de que Guimarães, no radicalismo da sua proposta, pesa um pouco demais a mão. Poderia ser um pouco mais leve. Não precisava ser tão confuso toda hora. Às vezes a leitura simplesmente não flui. E, muitas vezes, a linguagem fica entre você e as coisas relatadas. Fica uma barreira.

Mesmo assim, é uma ótima leitura, e sou super favorável à literatura de Guimarães Rosa. É um bom preâmbulo aí para encarar a sua grande obra-prima, que é o Grande Sertão: Veredas (livro pouco lido, mas sempre muito comentado). Eu só seria desonesto comigo mesmo se dissesse que gostei muito do que li. Em alguns momentos, simplesmente bocejei ou fechei o livro. Mas é uma escrita muito inventiva e criativa, que vale ser checada.
Guilherme Amin 01/07/2023minha estante
Excelente resenha! Inclusive me identifiquei.


gabriel 02/07/2023minha estante
Obrigado!




Isa Maravilha 17/10/2020

do nada é que as coisas acontecem
Guimarães Rosa e sua escrita difícil, gostosa e atraente! Gostei muito de alguns contos, outros nem tanto.

"A vida é constante, progressivo desconhecimento..."

"A gente devia poder parar de estar tão acordado, quando precisasse, e adormecer seguro, salvo."

"se, por exemplo, em estado de ódio, o senhor enfrenta objetivamente a sua imagem, o ódio reflui e recrudesce, em tremendas multiplicações: e o senhor vê, então, que, de fato, só se odeia é a si mesmo"
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Guilherme 22/08/2020

Foi uma leitura demorada e que empurrei com a barriga. Nem sempre estamos com paciência para essa linguagem de Rosa, haja paciência. Há contos lindíssimos e outros... difííííceis.
Nem todos os contos possuem o elemento mágico do autor. Quando acontece, pouco importa, estamos enamorados da escrita. Mas se isso não acontece, se a história não cativa, a leitura torna-se dolorosa.
Nas páginas de Primeiras Estórias há diamantes na lama.
Essa é minha experiência pessoal.
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Amandinha 03/08/2020

Guimarães prova nessa coleção de contos o motivo de ser um dos melhores escritores do mundo.
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Gabi 09/07/2020

Tudo, aliás, é a ponta de um mistério
Um livro para iniciar a aventura pelo universo literário de João Guimarães Rosa. Único, sensível, cheio de reflexões, faz o leitor viajar entre o real e a ficção.
Eu fiz o caminho inverso, pois já li Grande Sertões. Mas se voltasse no tempo...escolheria ler primeiro ?Primeiras estórias?.
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