Ray 01/09/2012
Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva
Este livro conta a história de 3 amigos – 2 homens, Rindu e Mário, amigos de infância e 1 mulher, Martina, que eles conhecem na faculdade – que decidem se aventurar pelo campo da espeleologia. Como não possuem nenhuma experiência no assunto eles não são aceitos no grupo da faculdade e por isso decidem criar um grupo próprio.
Após estudarem a teoria da espeleologia, os amigos decidem por seus conhecimentos à prova e aproveitam um feriado prolongado e se aventuram por uma caverna fora da cidade de São Paulo. Logo as coisas acontecem de maneira inesperada e eles ficam presos na caverna em decorrência de uma enchente. Após alguns dias de castigo na caverna, o rio baixa e permite que eles se libertem, mas mal sabem eles que o estranho ainda estava por vir.
Ao voltarem para casa eles percebem que tem algo errado. Logo na estrada eles veem carros parados de forma estranha, com os motoristas e os passageiros paralisados como manequins. Tudo funciona, há luz, gás e água, os animais continuam com suas rotinas, os equipamentos como tv, vídeo cassete (sim, na época em que o livro foi escrito não havia dvd), câmeras fotográficas (com filme) funcionam, só as pessoas parecem estar com “defeito”. Além dos três, não há nenhum outro ser humano consciente e funcional.
Como o autor revela na própria sinopse, este livro é baseado no seriado americano “Além da imaginação”, por isso dizer que a história é estranha não é nenhuma surpresa ou mesmo inovador. A partir deste universo, observamos como é ser sozinho, não ter pessoas com quem conversar, regras a obedecer e rotina a seguir. Vemos a dificuldade de viver sem uma sociedade pra te ajudar, cobrar, incentivar. Vemos como aos poucos é possível perder a civilidade e a sanidade.
É um livro interessante, que te faz refletir. Sei que no final do livro senti uma grande necessidade de me rodear de pessoas queridas e de agradecer pelo congestionamento, vizinho barulhento, dificuldades do trabalho, pois sem isso é difícil valorizar um colo gostoso, um dia de preguiça na cama e um bom livro.