Dinarte Guedes 07/06/2011História da Família Ruschel.O livro inicia com uma ambientação do continente europeu do século XIX, o contexto político, econômico e social e exemplifica de que forma isso provocou o fenômeno de grandes migrações. Passa então para uma ambientação do Brasil nos primeiros anos de 1800 estabelecendo fatos importantes até a vinda da família Ruschel que é abordada a partir do ano de 1846. Gostei particularmente dos apontamentos históricos da imigração alemã no Brasil onde foi relatada as várias dificuldades que eram enfrentadas na Alemanha e que trouxeram, não só os Ruschel, mas diversas famílias alemãs para o Brasil. Outro ótimo capítulo foi a difícil travessia do Atlântico com todas as agruras sofridas pela falta de preparo para receber essas pessoas. Chegando ao Brasil a família Ruschel estabeleceu-se na Província de São Pedro do Rio Grande, onde constituiu prole numerosa e a partir daí, cada descendente influiu significativamente na região onde viveu. Vou colocar alguns destaques: As primeiras videiras dos colonos alemães para os italianos, tão conhecidos por seu vinho na serra gaúcha, tiveram origem nas famílias Ruschel e Radaelli. No ramo da cervejaria, havia a Cervejaria Ruschel que mais tarde foi incorporada a Antárctica. Destaque a Alberto Ruschel músico e ator de destaque nacional e ao Maestro Agostinho Ruschel regente, arranjador e compositor. Destaque a Leopoldo Ruschel que se estabeleceu em Porto União e foi Gerente da Primeira agência Bancária de Porto União, o Banco Pelotense. Meu último destaque, a Renato Ruschel, filho de Leopoldo, que tornou-se alfaiate de nível internacional, ditando moda à partir da cidade de Porto União e também pintor, cujas várias obras ilustram o livro. Há muitos outros destaques nas áreas da dança, escultura, rádio entre outros. Livro que, pela história da família, vale a pena ser lido.
Escrevo a resenha do livro "Saga da Família Ruschel" depois de ter tido a honra de conhecer Renato Ruschel. Gostaria de esclarecer alguns pontos aqui do meu histórico de leitura:
A) Afirmei que o livro me pareceu de um todo superficial: Hoje após uma breve e inspiradora conversa com Renato Ruschel vejo que realmente a história da família é bastante fragmentada e que mesmo após 40 anos de pesquisa de sua parte, muitos pontos ainda são lacunas a serem preenchidas. Algo bem diferente do que Eloy Tonon afirma na página 139, onde diz “Na construção do livro fui privilegiado. Acessei maravilhosas e abundantes fonte escritas, remetendo a um passado de mais de um século” afirmação esta que me levou a acreditar na superficialidade na abordagem do assunto. Ainda na página 139, Eloy Tonon afirma “A relevância é critério pessoal de quem se propõe a efetivar o recorte do ‘corpus’ documental, assim como a completa dependência de uma determinada leitura interpretativa depende do lugar de quem lê e interpreta.”, assim sendo senti-me completamente à vontade de assim afirmar o que ora escrevi.
B) Afirmei que o livro evidenciou alguns escolhidos da família Ruschel: Optou-se por contar a história de membros da família que tiveram uma maior visibilidade, fato que, acredito eu, tenha sido assim para não tornar o livro demasiado extenso e oneroso.
C) Afirmei que o livro parece uma forma de homenagear Renato Ruschel: Sim, me pareceu realmente isso. Contudo devo acrescentar que lendo o livro e conhecendo a história de Renato Ruschel, afirmo que ele é digno não só de um livro, mas de homenagens por tudo que realizou e representa na vida de nossa cidade.
D) Afirmei que o título não combina com o conteúdo do livro: Afirmei isso depois de ler o Epílogo do livro, vou explicar: Epílogo significa: “Última parte de um discurso, na qual se faz uma leve recapitulação das razões principais que nele entraram.” Dos 12 parágrafos do epílogo, 1 (o primeiro) é dedicado à história da família e os outros 11 são dedicados às memórias iconográficas e sua importância na história.
Finalmente gostaria de justificar minha avaliação do livro: Pela história da família, e preservação dos registros da história dos Ruschel avalio em 5 estrelas; pela forma de narrativa do autor, que na minha restrita e pessoal interpretação pareceu que estava em uma sala de aula dando aula, ao invés de escrevendo um livro avalio em 3 estrelas, ficando o livro com uma média de 4 estrelas.