Sodoma e Gomorra

Sodoma e Gomorra Marcel Proust




Resenhas - Sodoma e Gomorra


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Luiz Lélis 26/02/2024

Uma boa continuidade a esse imenso projeto, a despeito da manutenção de um protagonista ainda bastante pueril (e muito cabuloso)... Sem dúvidas, aprofunda um dos personagens mais interessantes da saga até agora (o Barão), naquele modo bem proustiano de exaurir quase completamente alguma figura de seus livros. Além disso, mais uma vez os hormônios do jovem Marcel mostram que estão em dia, e, acompanhados destes, os demônios do ciúme igualmente se fazem presentes, com direito até a "novas perspectivas", rsrs. Proust realmente aproveitou a 1° guerra mundial pra se enclausurar ainda mais em si mesmo e escrever esse calhamaço!
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gabrieus 25/08/2023

Amor, ciúmes e sexualidade
Neste quarto volume, o marginal e o excêntrico invadem as páginas de "Em Busca do Tempo Perdido", preenchidas até então pela aristocracia, para nos levar a uma reflexão sobre o amor, o ciúme e a sexualidade. É a concretização da ascensão social do narrador. Nos volumes anteriores, ele sonhava em respirar o mesmo ar que a Duquesa de Guermantes e ver que maravilhas ela abrigava em seu salão; neste, é convidado incessantemente a se juntar a todos os salões da alta sociedade. No entanto, o hábito nesses salões e a compreensão do que ali havia não fizeram mais do que desvanecer suas ilusões. Nesse quarto volume, a comédia social de Proust atinge seus níveis mais cômicos, especialmente na volatilidade da posição social de acordo com seu posicionamento no caso Dreyfus (que virou uma escada para indivíduos alavancarem socialmente, sem dar a mínima para o destino do judeu).
Na primeira parte do volume, o narrador, em um dos trechos mais belos de toda a obra, discorre sobre os homossexuais (ou os invertidos, como ele se refere). É o momento mais íntimo de Proust sobre o tema até então, sendo que seu protagonista é heterossexual. Mais à frente, o tema da homossexualidade volta, mas dessa vez para inundar seu amor intermitente por Albertine, num ciúme comparável ao de Swann por Odette e ao de Robert por Raquel.
Nessas intermitências do coração do narrador, ora apaixonado (se é paixão, e não meramente ciúmes), ora indiferente a Albertine, acompanhamo-lo nas páginas finais onde, numa reviravolta catalisada pelo ciúme por Albertine, quando esta lhe falou que iria passar uns dias com a amiga da filha do compositor Vinteuil - sabidamente lésbica, o narrador volta atrás e muda bruscamente os planos que tinha para o futuro do relacionamento dos dois.
"Sodoma e Gomorra" é um livro envolvente (dos volumes, foi o que terminei mais rápido, mesmo sendo um dos maiores) e com discussões profundas, trazendo à tona relações complexas e com nuances sutis. Proust pincela entre os episódios desse texto denso momentos cômicos para aliviar a tensão do leitor.
Outra observação que eu queria fazer é que terminei o romance sem saber se o narrador transou com a Albertine ou não, kkkkk. Só o Proust para ter a elegância de ser discreto até na hora de descrever os momentos de sacanagem.

Por fim, só gostaria de pontuar o quanto esse livro tem me ajudado. Consigo olhar para coisas do meu dia a dia, coisas que antes não enxergava, e dá-las sua devida importância e retirar dessas coisas algum prazer. Identifico-me muito com o narrador, e isso nem sempre é bom, mas me fornece uma perspectiva que eu não tinha parado para pensar antes nos meus próprios devaneios.
Bom, é só isso. Recomendo muito!
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Paula.Juca 12/01/2023

Continua sendo um deleite
Ler Em busca do tempo perdido é realmente se perder no tempo. Proust nos leva a revisitar lugares e através desses lugares revisitar memórias... Por vezes é uma leitura lenta e descritiva demais são tantos personagens que muitas vezes até nos confunde, mas há umas reflexões tão lindas e profundas que já vale por todo o empenho da leitura que muitas vezes não é fácil.
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Roberta.Barbosa 08/08/2022

Foi o volume que menos gostei, poderia se chamar no caminho de Charlus e as partes sobre ele são interessantes mas o problema é o narrador , o estilo de vida dele e a maneira como ele interage com Albertine.
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Bruna Peixoto 17/03/2022

Até agora foi o que mais gostei. O próprio nome do livro já é interessante, e já entrega o que vai ser abordado, já que é uma alusão às cidades destruídas por Deus como castigo.
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Marcio 29/07/2021

CONTORCIONISMOS DO EU
"Na realidade, sua natureza era de fato como um papel no qual se fizeram tantas dobras, em todos os sentidos, que é impossível desemaranhar qualquer coisa."

Essa sitação é o resumo do que podemos esperar desse livro.
Ao longo dos outros 3 volumes Proust apresenta de forma detalhada e exasutiva seus personagens, entrevendo para o leitor alguns traços que não ficam claros.
Neste volume as máscaras caem (pelo menos para o leitor) e ficamos sabendo do que acontece por trás da cortina do palco, nos bastidores.
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Olgashion 14/06/2021

Esse foi um dos melhores volumes do tempo perdido. Digo, em busca do tempo perdido. Agora Marcel, que me lembra muito Bentinho do Machado, está na eterna dúvida fico ou não fico com Albertine. Enquanto isso ele se depara com uma novidade, descobrir que o Sr. De Charlus na verdade é homorromantico.
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Cello 25/07/2020

Meu volume preferido
Até o momento, foi o volume que mais apreciei, seja por abordar o homossexualismo, ou seja meu amadurecimento como leitor. Finalmente comecei a aproveitar esta viagem.
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Biblioteca Álvaro Guerra 01/06/2019

Proust convencionou, nos sete volumes de Em busca do tempo perdido, que a homossexualidade masculina pertenceria a Sodoma, e a feminina, a Gomorra, batizando seu quarto volume como Sodoma e Gomorra, numa simbologia que a alguns pareceu óbvia e bíblica demais.

Sinopse de: http://rascunho.com.br/alucinacao-irremediavel/

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/
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Pateta 26/05/2017

NUNCA É TEMPO PERDIDO
Proust está naquela categoria "acima do bem e do mal". Podemos amar ou odiar sua obra sem que isso modifique um milímetro de sua relevância para a arte literária de todos os tempos.
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Marcus 10/02/2017

Sodoma e Gomorra
Sexo passa a ser mais presente na vida do narrador de "Em busca do tempo perdido", e ocupa boa parte do desenvolvimento desse quarto volume da extensa obra de Marcel Proust. E o título "Sodoma e Gomorra" é mais do que uma mera sugestão do conteúdo da narrativa, uma vez que o homossexualismo incorpora-se às preocupações sociais e existenciais do jovem protagonista, alter-ego do autor.

Mais uma vez, Proust divide a narrativa entre os salões aristocráticos de Paris e os cenários bucólicos da cidade litorânea de Balbec. O autor transmite fascínio pelas relações entre os nobres, mas não deixa de destilar uma mordacidade por vezes nada sutil para com as intrigas temperadas com altas doses de esnobismo.

Em um ato de extrema indiscrição, o herói constata o homossexualismo de um integrante da alta sociedade. Mas o tema vai afetá-lo visceralmente quando passa a suspeitar das tendências homossexuais de Albertine, com quem mantém uma amizade que resvala para o romance e permite cogitar um casamento.

Em um dos trechos mais tocantes da obra, o personagem extravasa o doloroso sofrimento pela perda da avó, fortemente associada ao cenário e rotina da cidade litorânea para onde costuma viajar com o propósito de cuidar da saúde frágil. É para essa região também que se desloca praticamente toda a corte de nobres e pretendentes à nobreza, com toda a rede de intrigas de quem está qualificado a frequentar os salões.

"Sodoma e Gomorra" também contempla o caso Dreyfuss, que dividiu a opinião pública na França e mesmo em outras partes do mundo - inclusive o Brasil - no debate sobre se um oficial do exército, de ascendência judaica, teria ou não cometido traição. Igreja, militares e direita de um lado, políticos progressistas, intelectuais - incluindo Proust e Émile Zola - de outro, promoveram uma polêmica que se arrastou por anos, até o oficial acusado ser "perdoado". A inocência de Dreyfus seria reconhecida apenas um século depois dos fatos, em 1995.

Nessa obra extensa - são mais de 600 páginas - Proust destila muita ironia e humor em seu texto rebuscado. Exemplos são a descrição de um prostíbulo de luxo que lembra um pregão de bolsa de valores ou situações como o empenho do gerente do hotel em trinchar pessoalmente um peru para agradar famílias ilustres.

Retrato da sociedade na virada do século 19 para o século 20, o autor relata situações que ressaltam o papel servil das mulheres e as atitudes machistas dos personagens masculinos.

site: blogbeatnik.blogspot.com
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danizinha 09/01/2015

o melhor ate agora.
estou seguindo essa leitura dos sete volumes e confesso, me deixou um pouco cansada, porém é um autor que tem mil e uma qualidades, e deve ser lido com calma e persistência afinal são sete livros mas faço uma ressalva a este volume porque vale a pena ler até aqui, esse em especial já está mais leve e direto poupando os tantos detalhes dos outros tres volumes, e inclusive a história está deixando curiosidades vale a pena ler ;
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Valério 08/10/2014

Sexualidade
Arrisco dizer que a obra "Em busca do tempo perdido" é o que de melhor li em toda a minha vida.
Mesmo levando-se em consideração já ter lido grandes livros da humanidade, como Guerra e Paz (Tolstói), Crime e Castigo (Dostoiévski), Cem Anos de Solidão (Gabriel García Marquez), Os Miseráveis (Victor Hugo), e Ulysses (James Joyce) entre outros.
A profunda análise psicológica dos personagens foge muito ao padrão. Quem mais se aproxima e Tolstói, mas de forma diversa, abordando mais a filosofia moral e religiosa.
Neste volume, a sexualidade torna-se protagonista.
Proust aprofunda seu relacionamento com Albertine.
E, ao mesmo tempo, observa em pessoas de seu convívio relacionamentos diversos, especialmente tendências homossexuais que o surpreendem e o deixam consternado.
Os homossexuais são chamados de "invertidos", entre outros termos.
O sofrimento de amantes e apaixonados é detalhadamente debulhado por Proust em todas as agruras de seres que se perdem no meio de sua idolatria por um ser, transtornando-se.
Sempre como pano de fundo análise de Proust extremamente aprofundada do pensamento e lógica humanos. Proust vê como ninguém a compreensão de nós mesmos. E coloca em palavras, magistralmente, tudo que podemos até saber, mas que nunca fomos capazes de externar. Sensacional. Uma obra fantástica, com uma profundidade que nunca vi antes.
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