História geral da África, II: África antiga

História geral da África, II: África antiga Gamal Mokhtar




Resenhas - História geral da África, II: África antiga


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caio.lobo. 01/05/2022

Antiguidade: período mais fascinante de se estudar.
Depois do primeiro volume que tratava da paleontologia e origem do homem na África, por conta disso muito técnico, agora chego na parte gostosa da história, que é a Antiguidade. Claro que ao falar de Antiguidade não se pode deixar de falar Egito, e o Egito fica na África e às vezes se esquecem disso. Na realidade a história do Antigo Egito é tão gigantesca, mais duradoura que toda a história ocidental, que o tema necessitaria uma coleção de obras, mas o presente livro consegue situar muito bem a história dessa gigantesca civilização no contexto africano. Tentar falar falar de mais de 3500 anos de história em um capítulo de 200 páginas merece reconhecimento. Apesar de eu conhecer um bocado do Egito o livro trouxe informações novas, como a importância que os egípcios davam aos jardins. Além disso mostra a discussão calorosas de vários estudiosos se utilizando dos mais diversos métodos para tentar descobrir se os egípcios eram brancos ou negros; os partidários se dividem em 3: os que acham que eram brancos, os que acham que eram negros e os que acham que era uma mistura ou que diferentes cores predominaram em diferentes períodos. Cada lado apresenta fortes indícios, mas cada teoria tem também grandes fraquezas. A pergunta ainda continua sem resposta, não sabemos a cor deste povo. E o que mais me fascina na história egípcias? É o seu início, pois ninguém sabe ao certo quando surgem e aí a história se mistura com o mito. O Egito Antigo é a coroa de ouro reluzente da África.

Mas além de Egito o livro fala de outros povos, alguns fascinantes como a civilização Axum, antepassados dos etíopes. Pouco conhecimos mas fascinantes, tem seu próprio sistema musical bem elaborado, conexões marítimas com a Índia, comerciantes que ligavam o Oriente com ocidente, cristianismo mais puro etc. Além disso supostamente dois objetos sagrados estiveram (e um deles talvez ainda esteja) nesse território: a Caaba e a Arca da Aliança.

Outro povo grandioso é o de Cartago, que deram muito trabalho aos romanos. Uma mistura de África com Fenícia, todo mundo se lembra dessa terra quando se fala em Aníbal, um dos maiores generais de todos os tempos, aquele que pegou os romanos de surpresa pelas costas, atravessando as montanhas dos Alpes Suíços com enorme exército e elefantes em plena a neve. Infelizmente a derrota dos cartagineses pelos romanos acabou com grande parte de sua história.

Infelizmente outros povos da África tem história pouco conhecida, por não terem registros, por serem muito esparsas ou por descuido em preservar indícios históricos. Saara, África Central, África Meridional são exemplos, onde só ficamos sabendo de sua história utilitária, de suas ferramentas e utensílios, da caça, da agricultura e sua subsistência. Não se sabe quase nada de sua religião, seus pensamentos, sua cultura e costumes, e isso deixa a história um pouco desumana, como se o ali habitasse seres que só buscam o sensorial. Claro que não é assim, pois eram humanos como quaisquer outros, com idéias, metafísica e busca pelo transcendente, mas não temos nada disso registrado ea sensação de estudar estes povos é de que falta essência.

Por fim, o povo de Madagascar. Aqui há uma admirável surpresa, pois eles são uma mistura de Africanos com indonésios antigos. É de impressionar tentar imaginar como gente da Indonésia, numa enorme distância pelo mar, conseguiu chegar em Madagascar. Por isso que a Antiguidade fascina, povos fazem no passado coisas que hoje em dia são inimagináveis. Há muitas marcas culturais dos indonésios em Madagascar, desde modos de sobrevivência até religião e língua, inclusive trazendo palavras em sânscrito de outro povo.

A história da África Antiga é muito bonita de se estudar, mas toda a história Antiga de todos os povos são também sublimes. Porém a África é um continente desconhecido, então o estudo se torna mais curioso e o livro traz muita história que atiça nosso desejo de querer saber mais.
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Vinícius 14/02/2021

Segundo volume da tão necessária obra da UNESCO centrada na história do Continente Africano.
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