Gabi 21/04/2023
Essa obra me proporcionou um misto de percepções, apesar do alcance efetivo da proposta apresentada no título, com o progresso dos capítulos mostrando os motivos pelos quais a ira divina realmente precisava acontecer, me decepcionei muito com alguns pontos da leitura. Primeiro, a arrogância dos magos, Supramati e Dakhir, impressionante como os personagens demonstram repulsa aos "humanos comuns", como se ambos não tivessem passado por graus evolutivos semelhantes, sempre penso que "espíritos superiores" apresentam características de personalidade completamente opostas, ou seja, humildade, amor ao próximo, fé na humanidade, caridade entre outros; apesar de isto ter sido relatado nos últimos capítulos, não foi o suficiente para mudar a minha concepção. Em segundo lugar, as passagens da obra em que são expostas questões relacionadas aos judeus, nunca vi manifestação tão clara de preconceito como neste livro, como pode ser constatado neste trecho: "O morto é um judeu e, acreditem se quiserem, nenhum membro deste enigmático povo cede à purificação; por mais que eu tente - tudo em vão. Ao iluminarmos as suas auras com os nossos aparelhos, verificamos que elas têm composição diferente e estão cheias de vibrações nocivas e mortíferas. A própria aura e o corpo astral têm um aspecto grudento e pretejado, difundem um odor nauseabundo e, ao mesmo tempo, contém princípios entorpecentes muito forte. Em outro trecho os magos expõem a seguinte fala: "não é sem fundamento que todos os povos odeiam essa obstinada e de fato misteriosa raça, evitam-na e não confiam nela". Não consigo entender como algo assim pode ter sido escrito, é ofensivo e absurdo. Em terceiro, achei o texto extremamente machista, sempre colocando a mulher como "fofoqueira, inferior, fútil", em certos momentos da leitura pensei em desistir, mas é algo que não faz parte do meu perfil, então fui até o fim.