O Prisioneiro

O Prisioneiro Erico Verissimo




Resenhas - O Prisioneiro


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Craotchky 12/01/2018

Verissimo, eu, e uma nova fase
"Não estaria longe o dia em que os homens todos fossem apenas números num computador descomunal. E esse computador bem poderia então transformar-se no deus duma nova era."

Excetuando os livros da saga O tempo e o vento, Erico, se não me engano, publicou 11 romances (considerando Noite um romance). Já li 8 dos 11. O prisioneiro é o nono e o primeiro dos três livros com cunho mais político. Os outros dois (que lerei esse ano) são: O Senhor Embaixador e Incidente em Antares. Este é, portanto, o primeiro livro de uma nova fazer com o autor.

Penúltimo romance do autor, O prisioneiro foi lançado em 1967, enquanto aconteciam os conflitos no Vietnã (sobre os quais o livro versa). Na resenha de Saga eu admiti que não me apetece muito o estudo sobre Guerras, não consigo ter um interesse sincero pelo assunto e, por isso, não tenho mais que o conhecimento básico sobre elas.

Contudo, posso dizer que não existe a necessidade de conhecer amplamente o tema para ler esse livro pois Erico explora principalmente os reflexos do conflito em suas personagens. O que salta aos olhos não é tão somente as suas, por vezes, explícitas críticas sobre as questões políticas da guerra, mas também e sobretudo a mensagem e reflexão humanista presente na obra. Além disso há discussões de temas políticos, sociais, raciais, culturais, morais, ideológicos.

Acho que não há um livro de Verissimo que deixe de falar profundamente sobre o lado humano, sobre as pessoas e sobre as sociedades nas quais estas vivem. Esse certamente é o maior motivo para gostar tanto do autor; é isso o que mais aprecio em suas obras.

"— Mas acredita que este povo esteja suficientemente maduro para a liberdade?
— Não se trata de estar ou não maduro. Todo ser humano tem um direito natural à liberdade. E, afinal de contas, quem é que vai decidir no mundo que povo está ou não maduro, que tem ou não direito à liberdade? Vocês? Por quê? Porque são fortes econômica e militarmente? Ou porque são os representantes da vontade divina na Terra?"


Depois de eu pensar que o resto da narrativa se resumiria a contínua exploração psicológica dos personagens, sem quase nenhuma cena nova, veio a surpresa. Faltando algo em torno de 60 páginas para o fim do livro, a trama, quase nula como geralmente é nos livros do autor, dá uma guinada.

Uma série de pequenos acontecimentos culmina na determinação de um Coronel ao seu subordinado para que este faça um interrogatório. O Objeto desse interrogatório é um prisioneiro de 19 anos, que tem em seu poder uma informação capaz de evitar a morte de dezenas de civis.

Este livro não começou lá muito bom mas a história cresce com o virar das páginas até o ponto de tornar o livro excelente. Ah, e o final pode surpreender...
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Augusto 13/01/2016

Qualquer semelhança com a "Guerra do Vietnã" não é mera coincidência
Após a leitura desse livro, Érico Veríssimo entre definitivamente na minha lista de autores brasileiros favoritos. Outros títulos do autor que eu já havido lido: "O continente", "Incidente em Antares" e "Olhai os Lírios do Campo".
Em "O prisioneiro" Veríssimo narra a história desse país fictício de terceiro mundo que está passando por uma guerra que envolve os interesses de duas potências mundiais. Qualquer semelhança com a "Guerra do Vietnã" não é mera coincidência.
Nesse livro Érico debate as consequências da guerra na vida das pessoas comuns, da professora, da prostituta, do tenente negro. Pessoas que a guerra acaba deixando incógnitas.
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Tauan 08/10/2015

Erico viveu no período em que a Guerra do Vietnam era notícia fresca, todos os dias nos jornais. Homem único que era, tinha sua própria interpretação dos horrores causados pela queda de braço que foi a Guerra Fria.
Nesse período as ideologias capitalista e comunista se enfrentavam pelo mundo como fantoches nas mãos dos EUA e da URSS, que não ousavam se encarar diretamente. Erico reflete, na página 77 "Mas não serão, todas essas revoltas, lá e aqui, fragmentos da mesma luta provocada pela incurável estupidez humana?"
Mais que uma análise de um período é uma história sobre guerra.
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Egídio Pizarro 29/08/2015

Não cita lugares, não cita nomes... mas todo mundo sabe do que o autor fala. Quem sou eu pra falar do Érico Veríssimo? Melhor citá-lo, nesse mesmo livro:

"(...) Acho que no fundo temos mais medo às palavras do que às coisas que elas representam, e isso nos tem levado a equívocos tremendos. Pense bem, a sombra da rosa não é mais bela que a rosa. A sombra do bandido não é mais perigosa ou cruel que o próprio bandido. Na minha opinião (permita-me uma metáfora) as palavras são as sombras das coisas, das pessoas, dos fatos e das ideias que representam. A fidelidade da sombra com relação ao seu objeto... quero dizer: o tamanho, a forma, a intensidade, depende da posição do foco de luz, isto é, o temperamento da pessoa e sua maior ou menor habilidade no uso da linguagem. Falei claro?"
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Mekare 22/01/2014

Trechos e frases:

- Canseira do corpo e do espírito.

"Mas não serão, todas essas revoltas, lá e aqui, fragmentos da mesma luta provocada pela incurável estupidez humana?" 79

"...também vivem numa penitenciária que eles mesmos construíram com o feio cimento de seus preconceitos" 79

"Depois esse também seria apenas uma imagem na memória, uma figura que se iria desbotando aos poucos, lavada pelas águas do tempo. A vida era muito estranha..."

"Como podia pensar essas coisas que realmente não sentia?" 87

"Conseguiu sair da cama hoje. Isso te faz a pessoa mais forte que conheço. Acho que pode fazer quase tudo."
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Michel 14/06/2013

Quem curte histórias de guerras, vai gostar.
Quem curte histórias de guerras, vai gostar. Um livro com um final surpreendente, um tanto dramático e romântico ao mesmo tempo, e eu gostaria de saber porqê Erico Verissimo, dedicou o mesmo aos seus netos, um tanto sem sentido!

A melhor parte é o qando ocorre o escondimento do prazer em vergonha pelo qe se acontece. ..!

Citação: '. ..Depois cheguei a conclusão de qe ninguém pode passar odiando com essa intensidade e ao mesmo tempo preservar o seu eqilíbrio mental."
Regina187 20/07/2020minha estante
Quem não curte histórias de guerra (como eu) também vai gostar. Porque Érico explora o lado psicológico dos envolvidos.




larissa dowdney 28/03/2013

Não tem jeito. Érico Veríssimo escreve maravilhosamente bem! Não esperava muito desse livro, mas a escrita de Érico me enlevou.

O livro meu doeu. Mas assim como a maioria dos personagens, não consigo parar de pensar.
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Golbery 01/01/2010

Sem citar um lugar, o livro remete ao contexto da Guerra do Vietnã. Apesar do livro ser um tanto chatinho e que, para mim, ele teria muito mais sentido dentro da cultura anglófona, eu quero relembrar um trechinho que faz dele um livro atual em parte:

"-- Na minha opinião, vocês se transformaram, talvez sem perceber, em modernos Inquisidores que a ferro e a fogo querem impor aos 'hereges' a sua Salvação e o seu Céu.
-- Refere-se a esta guerra?
-- Sim, e também a essa espécie de paz que seu país oferece aos chamados povos subdesenvolvidos, uma paz policiada, colonial, digamos, romana... Na minha opinião, um Bom Samaritano desastrado que fere e até mesmo mata a pessoa que pretende socorrer...." (p. 66-67).
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Marlo R. R. López 01/01/2010

"Como ficção e entretenimento, O Prisioneiro é uma boa novela. Também elucida alguns detalhes e põe à mostra certas atrocidades que não podem ser esquecidas. Algumas passagens trazem à baila questões sobre o destino dos seres humanos em um mundo hostil, confuso e, em determinados momentos, acéfalo, burro.

No entanto, Erico Verissimo mexe em uma política delicada que, se analisada com certo levianismo, pode dar mal-entendidos. E foi isso o que aconteceu quando li O Prisioneiro; senti um certo desapontamento quando fechei o livro, lido em dois dias. Não é um desapontamento causado pela trama da história, nem pelo estilo de escrita do autor, e sim pelo ponto de vista que o escritor parece adotar e defender. (...)"

Resenha completa em: www.artigosefemeros.blogspot.com
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Edna 15/11/2009

O autor traça o perfil psicológico dos personagens, mostrando seus dramas, traumas, preconceitos... levando o leitor a entrar num outro universo. É uma crítica aos Estados Unidos, que por se acharem "donos do mundo", se meteram na Guerra do Vietnã, matando pessoas para proteger os aliados... em suma, o maior conflito no livro é o ideológico, onde os valores humanos são explorados... onde a cor predomina, onde há a eterna dúvida... razão ou coração?
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ºoOLuCiAnOOoº 12/10/2009

O Livro é um reflexo da visão humanística que Érico Veríssimo cultivava. Impressionante ficção de cunho realista que lhe transporta ao ambiente necrótico e perturbador do conflito vietnamita. O drama não possui protagonistas ou vilões, a história em si já o faz heroico e mal.
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