Diário da queda

Diário da queda Michel Laub




Resenhas - Diário da Queda


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gi rodrigues 07/09/2021

bom
eu tava esperando um livro muito chato, mas na real é muito bom. Eu li ele para minha aula de literatura e eu tô mtt ansiosa pela análise do meu professor. O livro traz bastante sobre o nazismo e a cultura judaica, ele faz as pessoas pensarem, e você vai ligando os pontos, até entender as quedas, recomendo.
gi rodrigues 07/09/2021minha estante
n sei se é cultura judaica ou judia, desculpa (são 3:50 da manhã KAKAKAKA)




E. Dantas 16/12/2011

Honesto
O livro tem 150 páginas que fazem a estória passar voando sobre seu aspecto e folhas grossos. Notei isso por que fiquei impressionado com como um autor poderia ser capaz de girar tanto em torno de um assunto sem se tornar monótono, lento e repetitivo.
Michel Laub, até então desconhecido para mim, se mostra um desses autores que a gente percebe defeitos, admira as qualidades, sorri com os acertos, reproduz muxoxos de solidariedade nos erros e passa a defender com unhas e dentes contra qualquer crítica extremista.
O Diário da queda tem uma formatação esquisitamente funcional e até mesmo confortável. A estória é boa por ser muito bem contada, do contrário seria um papo de bêbado desses que a gente desvia com um "pô, que papo brabo". E, como disse minha mulher, que leu o livro antes de mim, "o final é bonito, vale a pena".
Pra ser sincero, não sei realmente o que representa essa quase indiferença à obra de Laub, mas sei que ela vai te pegar de jeito e sem querer você estará lendo mais um pouquinho...
Beijos e inté!
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DêlaMartins 18/12/2020

Li esse livro em 2018 e, agora em 2020, depois de ler O tribunal da quinta-feira e Maçã envenenada do mesmo autor (Michel Laubb), retornei ao livro. Gostei de todos os livros, mas Diário da queda é meu favorito.

A narrativa é bastante reflexiva, escrita de forma diferente (itens), bastante envolvente. O narrador conta sobre sua relação com o pai e com um "amigo", fatos isolados, mas fortes, que permearam toda sua vida. O avô, sobrevivente de Auschwitz, que teve uma relação complicada e ausente com o filho (pai do protagonista). O pai que teve uma relação difícil com o filho, mas diferente da que teve com seu próprio pai. E um"amigo", uma festa, uma brincadeira de mau gosto. Tudo isso junto, gera uma série de ações, atitudes, modo de vida do narrador, sobretudo sobre seus casamentos. O livro mostra os impactos, exageros, percepções e, no final, as coisas se esclarecem e se encaixam, deixando claro que o que sempre foi considerado importante deixa de sê-lo e vice-versa. Muito bom!
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Antonio Maluco 09/06/2022

Vida
O livro conta histórias de um garoto judeu e seu avô judeu e de alguns familiares judeus e de uma festa de aniversário e tem partes legais e chatas
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Hermes 13/05/2014

Depois de ler diversos livros bons e alguns ruins, confirmei a minha opinião de que, se a pessoa não tem nada de interessante a dizer, ela não deve se dar ao trabalho de escrever um livro. Parece que muitos escrevem por pura vaidade. Não é a vaidade que deve mover alguém a lançar uma obra; não se deve escrever por escrever; mas sim porque alguma ideia nova e importante se tornou forte e grande demais para ficar só na cabeça e exigiu que fosse passada para o papel. Não estou dizendo com essa opinião que o livro deve necessariamente ser denso; um tema leve também tem o seu lugar. Quero dizer que, em todo o caso, sendo leve ou denso, o livro deve ser criativo e original; deve dizer algo novo.

Diário da Queda, de Michel Laub, enquadra-se na categoria de bons livros, aqueles que têm algo interessante a dizer, e, no caso, também denso. O autor nos apresenta uma história forte e reflexões inquietantes. O narrador e protagonista do Diário da Queda (cujo o nome não sabemos) decide, na fase adulta, registrar os acontecimentos mais importantes da sua vida, bem como compartilhar suas reflexões a respeito do paralelo que ele fez entre sua relação com o pai e a relação do seu pai com o pai dele. Entre os fatos importantes, estão aqueles que ocorrem em parte de sua infância e na sua adolescência. Nessas fases da vida, tal protagonista, judeu e rico, estudava numa escola judaica, onde ele e seus amigos judeus perseguiam ostensivamente um estudante não judeu e pobre, que era bolsista na instituição. A vida desse protagonista é reorientada por conta de uma série de fatos desencadeados pela grave maldade que ele e seus amigos cometem contra esse colega perseguido.

Essa reorientação contempla também sua visão sobre o holocausto. O narrador, ainda na adolescência, toma conhecimento de um diário bem esquisito que seu avô, sobrevivente de Auschwitz, que veio morar no Brasil, escreveu durante os seus últimos anos de vida. Seu avô era um sujeito bem fechado e meio estranho, que nunca pareceu ter superado o trauma vivido no campo de concentração. A partir do momento que leu o tal diário, o narrador, que nunca sentiu o peso das perseguições sofridas pelos judeus, passa a respeitar e entender o holocausto contra o seu povo. Apesar disso, ele não deixa de questionar o comportamento do avô, principalmente em relação ao filho (pai do protagonista). É a partir desse questionamento que Laub nos brinda com belas e profundas contribuições. Ponderamos se uma atrocidade apenas ouvida da boca dos outros, por mais pesada que ela seja, supera as atrocidades, ainda que não tão grande, que você inflige a outra pessoa ou as que você sente na pele. Questionamos se um trauma, por maior que ele seja, pode valer mais que a vida de uma pessoa, sobretudo se essa pessoa for seu filho. O narrador tira as sua conclusões, com as quais eu concordei.

Durante a leitura de Diário da Queda, eram frequentes os momentos em que eu parava para refletir sobre as ideias que o autor expunha. Ao fim, o livro me perturbou fortemente e até hoje me perturba, no sentido de me fazer pensar na vida, na relações com as pessoas e na relação com os meus filhos. Esse deve ser o papel da literatura. Ela deve nos impressionar de alguma forma. Não pode passar sem deixar rastro. E Diário da Queda deixou em mim alguns rastros profundos. Uma pena esse livro não ter recebido prêmios importantes. Com efeito, foi o vencedor da Copa da Literatura, que não deixa de ser um prêmio importante (os jurados são bem qualificados) e, até onde é possível, honesto, em razão da sua transparência (os jurados fazem resenhas e justificam o seu voto em determinada obra), mas é um prêmio informal, que se realiza na internet. Inclusive, na Copa da Literatura, ele fez a final com O Sonâmbulo Amador e ganha. Achei a vitória justa; eu também votaria no Diário da Queda.

Não, o livro não é perfeito, ao menos no meu ponto de vista. Laub poderia ter evitado um ou outro clichê. Outro problema é que ele escreve em períodos muito longos. A gente fica ansioso por um ponto final que não vem, e a oração se alonga, e se divide, e outra oração entra no meio; o resultado é que a leitura fica meio confusa e cansativa. Um terceiro problema é que, por conta de sua narrativa cíclica, acaba por haver muita repetição do pontos da história. E por falar em repetição, ele adora repetir palavras e isso incomoda um pouco. Por fim, ele utiliza um recurso que não me agrada nadinha, que são as listas; existem muitas e bem grandes. Ao menos, ele teve o bom senso de escrever um livro curto; porque se fosse longo, com todos essas características, provavelmente eu encontraria dificuldade para terminá-lo. Ainda bem que, quando o livro ameaçava ficar enfadonho, ele terminou.

Porém, nenhum desses problemas compromete a qualidade do livro. Na verdade, eles ficam bem pequenos diante do potente conteúdo da obra. Embora não seja tão fã do estilo de Laub (parágrafo que parecem independentes, períodos longos, listas e repetição de palavras), eu gostei bastante do Diário da Queda. É uma leitura marcante. Impressiona porque o autor consegue extrair ideias novas de um tema tão batido como o Holocausto e nos fazer pensar sobre os impactos dessa atrocidade de uma forma bem atual. Se eu encontrasse o autor por conta de algum desses acasos da vida, faria questão de cumprimentá-lo e lhe dar os parabéns. Diário da Queda honra a literatura.

site: http://garrafadacultural.blogspot.com.br/
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Josiane.Castro 24/09/2021

Denso
Um livro denso mostrando a trajetória de um filho, um pai e um avô e o que a experiência passa de um para o outro . Uma viagem pela memória de um homem.
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Yuri Rebouças 30/05/2019

Que livro sensacional!
A única palavra que encontrei após a leitura foi “impactado”. A gente se surpreende quando encontra um autor brasileiro escrevendo uma trama tão dolorosa, inteligente e profunda sobre a Segunda Guerra Mundial (mais especificamente Auschwitz). Me disseram que esse livro é leitura obrigatória em alguma faculdade, e eu acho que deveria ser obrigatória em todas.

site: www.instagram.com/yurireboucas
Ana 25/07/2019minha estante
Concordo com cada palavra! ? leitura obrigatória da UFRGS =) e deveria ser leitura obrigatória nas escolas, nas faculdades, na vida. Ahahaha




Conça 17/07/2022

Minhas impressões, opniões e sentimentos?
Nota 4.0

Michel Laub (Porto Alegre, 1973) é um escritor e jornalista brasileiro.

Formou-se em Direito pela UFRGS em 1996. Também se matriculou no curso de jornalismo da PUC-RS, que porém não concluiu. Chegou a trabalhar como advogado em Porto Alegre, sua cidade natal, mas acabou desistindo da carreira.

Seu primeiro romance, Música Anterior (2001), recebeu o Prêmio Érico Veríssimo da União Brasileira de Escritores na categoria revelação. Diário da queda, escrito com apoio de uma bolsa da Funarte, foi a sua primeira obra a abordar sua origem judaica, a partir dos diários de seu avô, um sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz. Diário da queda recebeu o Prêmio Brasília de Literatura na categoria romance durante a 1ª Bienal Brasília do Livro e da Leitura, em 2012; além do Prêmio Bravo/Bradesco de melhor romance e uma indicação ao prêmio Portugal-Telecom em sua edição de 2012. É um dos integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista britânica Granta.

O livro define como autobiografia e minha primeira impressão foi perturbadora mesmo antes de abrir a obra só em ver a palavra Auschwitz.

O enredo de Diário da queda narra a história de um personagem de família judia cujo avô havia sofrido com as atrocidades de Auschwitz e cujo pai lembrava ao filho sobre isso frequentemente.
O livro é apresentado em forma de diário, marcado por fluxos de memória e divididos em nove capítulos e notas em capítulos intermediários que são as Notas.

A Narrativa é na voz do protagonista, ou seja, Laub, ao mesmo tempo que é profundo e envolvente, é também repetitiva ao extremo, o que me desmotivou um pouco porque deixou a leitura arrastada sempre no mesmo ponto.

Os personagens das três gerações tinham questões com a ?inviabilidade da experiência humana em todos os tempos e lugares? como o próprio Michel narra na obra. Existências marcadas e dilaceradas por um fato marcante na história do holocausto e suas consequências.

Concluo essa leitura como mais um aprendizado sobre esse terror do século XX com profunda tristeza e estarrecimento. Apesar de dolorido, tive a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura judaica.

Além de recomendar essa leitura, indico outra obra do autor que me chamou muito atenção: Tribunal de quinta-feira.
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moatira 11/06/2022

leituras obrigatórias da UFRGS que valeram DEMAIS meu tempo.
bem curtinho, mas isso nao muda o quão incrível foi a experiência de ler
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Márcia Moura 14/07/2022

Magistral
Há tempos um livro não me emocionava tanto. Fui pega de surpresa. A história é fluida e gostosa. O protagonista aborda muitos temas (holocausto, traumas, escolhas, amor, relacionamentos) sem ser pesado ou descambar para o medíocre. A escrita é inteligente, ágil, irônica e sensível. Excelente!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 21/10/2017

A Trandmissao De Valores
Tendo como cenário a cidade de Porto Alegre, "Diário da Queda", de Michel Laub, enfoca a transmissão de valores entre três gerações de uma família. No caso, o avô, um sobrevivente de Auschwitz que guarda silêncio sobre seu passado; o filho, um comerciante de sucesso que se identifica com o judaísmo de uma forma negativa e autodestrutiva; e o neto, um escritor instável que assume o comando da narrativa e não se sente ligado as tradições judaicas.

O romance tem como fulcro uma cena de crueldade adolescente, protagonizada pelo narrador e seus colegas da escola judaica durante a festa de aniversário de João, um bolsista gói (não judeu) e pobre. A história, apresentada por meio de lembranças reunidas num momento catártico, expõe uma aguda reflexão sobre perdas, falta de afeto e a questão identitária que atinge seu ápice com a inversão de papéis, isto é, a vítima torna-se algoz, quando surge a primeira oportunidade.

As ideias destas três personagens, jamais nomeadas, são apresentadas mediante o fluxo de consciência e possuem um padrão hegeliano (tese, antítese e síntese), colocando em pauta o legado do Holocausto. Em linhas gerais, o filho só poderá construir sua própria história, se conseguir filtrar e transcender a inflexível discrição do avô e a obsessão do pai em torno deste assunto.

O livro "É Isso um Homem?", do italiano Primo Levi, que também esteve preso em Auschwitz, é citado ao longo da narrativa, abrindo novas indagações sobre o papel da memória. Exibindo um contundente testemunho sobre as atrocidades do nazismo, para Levi é preciso divulgar o que houve, por mais doloroso que seja, a fim de que se possa impedir uma nova tragédia. Eis uma boa sugestão de leitura, inclusive, ele está disponível na Amazon.

Com um desfecho bem escolhido, que resgata um fio de esperança, "Diário da Queda" foi uma grata surpresa. Trata-se de minha primeira leitura de um romance de Michel Laub e, certamente, não será a única.

Nota: Optei pelo ebook, mas tive a oportunidade de folhear o livro e os dois formatos primam pela qualidade, traduzindo o cuidado da Companhia das Letras com suas edições.
Aurélio prof Literatura 26/07/2019minha estante
Muito bom a resenha. Parabéns!! Depois veja a que produzi.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 15/11/2012

Michel Laub - Diário da Queda
Editora Companhia das Letras - 152 páginas - Lançamento 14/03/2011.

Michel Laub, neste seu quinto romance, lida pela primeira vez com a herança cultural legada por sua ascendência judáica em um romance sobre a memória, não apenas a memória individual, mas também a memória coletiva de três gerações de uma família que tem a história marcada pelo holocausto. Um tema bastante complexo e que ainda apresenta a dificuldade de encontrar um ponto de vista original, que não tenha se esgotado, longe do tom de vitimização tão comum e já abordado na literatura por autores como Primo Levi. O próprio Michel Laub deixa clara a impossibilidade, mas, ao mesmo tempo, a necessidade de discutir essa herança e os efeitos dela na formação do seu personagem no trecho abaixo:

"Eu também não gostaria de falar desse tema. Se há uma coisa que o mundo não precisa é ouvir minhas considerações a respeito. O cinema já se encarregou disso. Os livros já se encarregaram disso. As testemunhas já narraram isso detalhe por detalhe, e há sessenta anos de reportagens e ensaios e análises, gerações de historiadores e filósofos e artistas que dedicaram suas vidas a acrescentar notas de pé de página a esse material, um esforço para renovar mais uma vez a opinião que o mundo tem sobre o assunto, a reação de qualquer pessoa à menção da palavra Auschwitz, então nem por um segundo me ocorreria repetir essas ideias se elas não fossem, em algum ponto, essenciais para que eu possa também falar do meu avô, e por consequência do meu pai, e por consequência de mim."

A narrativa é construída em primeira pessoa e parte de um evento marcante na infância do protagonista sem nome que aos treze anos, durante uma brincadeira cruel com outros colegas, em uma festa de aniversário, deixa cair o aniversariante, único que não é judeu e, justamente por isso, é perseguido e humilhado pela turma em um antissemitismo ao contrário. A história do avô, sobrevivente de Auschwitz, que após o suicídio deixa um estranho diário em forma de verbetes e sem qualquer referência à tragédia do genocídio é constantemente relembrada pelo pai como uma forma de preservação da cultura judaica, mas essa realidade parece estar muito distante do cotidiano da família na Porto Alegre dos anos oitenta.

O narrador aos quarenta anos, busca, já no terceiro casamento em crise, a chave para a sua identidade e ao ser chamado para dar a triste notícia ao pai de um prognóstico precoce de Alzheimer, em outra referência genial à memória no romance, irá refletir sobre a trajetória de sua vida. Michel Laub utilizou o recurso de montar o romance em parágrafos curtos e numerados, o que, apesar da fragmentação, funcionou muito bem para alinhavar as mudanças de tempo entre as diferentes épocas da vida do personagem, sem quebra de continuidade. Um livro corajoso e que certamente ajudará a consolidar a carreira de Michel Laub como um autor de destaque na literatura contemporânea brasileira.
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Ladyce 05/06/2017

Que boa surpresa a leitura de "Diário da queda" de Michel Laub. Há uns poucos meses eu havia lido outro de seus livros: "O Tribunal de quinta-feira". Apesar de ter chegado ao fim, foi um livro que não me entusiasmou. Mas, meu amigo Gilberto Ortega Jr insistiu que eu lesse "Diário da queda", lembrando que este seria o primeiro de uma trilogia, da qual "O Tribunal" é a última obra. Numa sala de espera comecei a leitura e não a deixei de lado. 24 horas foi o período necessário para ler o livro todo. E o considero muito bom, muito bom mesmo!

É uma obra pequena, 152 páginas, densa, mas fácil de ler, abrangendo diversos tópicos complexos: a definição de amizade – de Aristóteles até hoje um assunto que ocupa filósofos no mundo inteiro; duas passagens na vida de um homem — a adolescência (treze anos) e maturidade (aos quarenta), a importância da memória e da herança cultural numa família, conflitos entre pais e filhos. É a vida. Algumas preocupações triviais, mas importantes pontuam o texto: primeira traição, primeira experiência sexual, dependência do álcool.

Michel Laub é iconoclasta na narrativa. Há capítulos com parágrafos numerados, outros discorrendo de modo tradicional. Há passagens com entradas interessantes de um diário positivo, de como as coisas deveriam ser num mundo idealizado. Há entradas em diários. Essa combinação transforma a narrativa num texto de grande vivacidade e fácil entendimento. Breve. Talvez o que mais surpreenda seja a força emocional que o texto carrega nas incansáveis repetições de incidentes que o narrador considera importantes marcos em sua vida. A menção a certos fatos, a volta a eles, a análise deles, o retorno novamente aos momentos cruciais, cada vez de uma maneira, trazendo ao leitor uma ponta a mais de conhecimento do que aconteceu, mas sob um novo ângulo, uma gota de conhecimento, pequena e essencial de informação desconhecida até então, tudo nessa construção do texto leva a uma angústia pulsante, à espera de que haja uma resolução ao que o personagem principal incessantemente descreve e destrincha.

É um texto intenso. Cuja ternura e carinho só se revelam no final, culminando de modo pungente. Não soluciona problemas. Como a vida, a história fica em aberto, mas a narrativa dá entendimento e provoca reflexão sobre a obsessão do autor cujos passos acompanhamos sem hesitar. Nas duas últimas páginas completa-se um ciclo, fecha-se o todo. Percebe-se finalmente a força motivacional desse confessionário do qual participamos. E aí sim, percebemos a força da carga emocional que define a história. Os olhos umedecem. O impacto é forte e excelente.

Agora vou ler "A maçã envenenada", segundo volume da trilogia e reler "Tribunal da quinta-feira". Quem sabe se não terei melhor impressão deste último tendo lido os anteriores? Leitura recomendada, com ênfase.
GilbertoOrtegaJr 06/06/2017minha estante
Olha que bom que meu palpite acertou na mosca mesmo sem eu ter lido esta trilogia ainda


Ladyce 08/06/2017minha estante
Você me conhece muito bem! Dá medo!


GilbertoOrtegaJr 09/06/2017minha estante
hahahahhaa Morto hahaha




Fabiana 23/02/2020

Conflitos humanos
Neto de um sobrevivente do Holocausto. Filho único de um empresário gaúcho que agora se depara com as doenças da velhice.
O autor guia o leitor por momentos que foram marcos na vida de seus antepassados e na sua, como o ?acidente? com João, seu colega de classe e as consequências disso em sua vida de adolescente judeu em Porto Alegre.
Com ar de um relato pessoal, temas como antissemitismo, bullying, alcoolismo e relação entre pai e filho são abordados.
Em capítulos subdivididos em períodos longos e numerados, que lembram um pouco o estilo de Saramago (inclusive sem nomear a maioria dos personagens da obra), o autor compartilha suas vivências, contudo sem a ironia do mestre português.
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