Eduardo 16/04/2011dois poemas MUROS
Sem compaixão, sem decoro, sem planejamento
Ao meu redor construíram muros altos de repente.
E agora quedo-me desesperado aqui dentro.
Nada mais penso: essa sorte devora minha mente;
porque muitas coisas tinha para fazer lá fora.
Ah como não percebi quando os muros construíram.
Mas ruído ou som de pedreiros não ouvira outrora.
Do mundo imperceptivelmente me excluíram.
[esse poema me lembrou tanto aquele livro do Carlos Nejar, "jaques netan", algo assim. por conta da mesma ideia de muro que de forma surpreendente cerceia a liberdade do homem]
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AS JANELAS
Dentro destes quartos escuros, onde vivo
dias pesados, de um canto a outro sigo
a procurar as janelas. -- Quando se abrir
uma janela será uma alegria. --
Mas janelas não se encontram, ou não consigo
achá-las. E melhor talvez que as tenha perdido.
Talvez a luz se torne uma nova tirania.
Quem sabe que coisas novas pode descobrir.
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