Os Condenados da Terra

Os Condenados da Terra Frantz Fanon




Resenhas - Os Condenados da Terra


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Marina Hion 27/09/2013

"Não é preciso apenas combater pela liberdade do povo. Também é preciso, ao longo de toda a duração do combate, ensinar novamente a esse povo, e primeiro a si mesmo, a dimensão do homem. É preciso remontar os caminhos da história, da história do homem condenado pelos homens, e provocar, tornar possível o encontro do seu povo e dos outros homens."

Leitura IMPRESCINDÍVEL para qualquer pessoa que tenha um mínimo interesse em colonialismo, em África, nas atrocidades possíveis do ser humano.

Fanon maravilhoso.
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Joabe Vieira 03/07/2020

Europeus fazendo desgraça
Uma crítica contundente as violências e atrocidades que os europeus fizeram e ainda fazem com os países coloniais. Uma obra pós-colonial que nos ajuda a entendermos a brutalidade da violência da colonização e a necessidade de construir um projeto nacional e soberano para um país de Terceiro Mundo (o Brasil inserido nisso, pois brancos no Brasil não são europeus, mesmo se o seu tataravô foi italiano)
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Mariane.Medeiros 22/04/2021

Leitura necessária
Meu primeiro contato com o autor de forma "obrigatória", para uma prova de África 2. A obrigatoriedade de um livro tão complexo pra uma atividade complexa, deixa a leitura um tanto quanto cansativa e arrastada. Mas, uma leitura necessária, principalmente para quem quer estudar os desdobramentos do colonialismo nos países subdesenvolvidos.
Vale lembrar que o autor não é um historiador, o texto tem um viés ensaístico contando a experiência de Fanon, eu diria que é um texto filosófico e não acadêmico. O autor é psiquiatra, então ele aborda muito características psicológicas e ao final do livro, casos que ele atendeu durante a guerra na Argélia. Vale a leitura.
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Nicks Nicks 28/04/2022

Impactante
É surpreendente estudar determinada situação sob o olhar do prejudicado! Sério, recomendo para todos! é um dos melhores livros que já li na minha vida!
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duck 21/06/2022

fanon é tudo
gosto muito de como ele usa depoimentos pra exemplificar alguns conceitos e a partir deles se aprofunda ainda mais nas discussões
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Marcos Nandi 03/08/2022

Maravilhoso
Esse livro é uma daquelas obras essenciais para entender a estrutura do racismo e do colonialismo.

Já no prefácio, Sartre, aduz que, que a violência (mote do livro) é uma característica inconsciente de quem é colonizado. A fúria reprimida, é um combustível para os oprimidos, inclusive, a violência nasce entre as próprias tribos incentivada pelo colonialismo, para que assim, o verdadeiro inimigo não seja enfrentado.

Já para o autor do livro, a descolonização é sempre um fenômeno complexo, histórico e violento. Levando em consideração, a colonização da Argélia pela França e a violência racista da França para com o país africano.

O livro é cheio de tiradas poéticas, onde se vê, o sonho do colonizado em estar no lugar do colonizador e o famigerado sonho de ser feliz e livre.

Interessante, a relação que o autor faz da colonização com a igreja e que obviamente, concordo em número, gênero e grau. Como o autor lembra, a igreja nas colônias é "uma igreja de brancos, uma igreja de estrangeiros, não chama o homem para Deus, mas ao caminho do branco, do amo, do opressor".

O autor lembra também que o colonialismo sempre será inimigo do colonizado, sempre. Esse antagonismo faz parte do cerne da colonização, faz parte do maniqueísmo.

Para o autor, o mundo colonial pode ser definido como "[...] mundo de estátuas [...]esmagando com as suas pedras as feridas abertas pelo chicote". Nesse sentido, o colonizado vive numa tensão permanente.

O conceito da não-violencia me lembrou as estatuas de escravagistas brasileiros que foram queimadas nos últimos anos. E que sempre surge da elite e dos brancos, o questionamento da necessidade disso e não, de resolver as coisas pacíficas. Os colonizadores, usam de violência contra os colonizados, mas do contrário, é algo rude na cabeça deles.

Sabemos como é morar num país subdesenvolvido, e sabemos também, que os países devem encontrar valores próprios, já que o capitalismo como explica o autor, é o grande inimigo dos países pobres, já que durante séculos, o capitalismo foram verdadeiros criminosos de guerra. Ficou claro, os porquês, dos países de terceiro mundo não crescerem, já que, é do intuito do capitalismo se impor nesses países.

O autor, menciona os Lumpen proletariado, que na visão de Marx, são aquelas pessoas a margem da sociedade e que não possuem consciência de classe, como os mendigos e prostitutas, no caso da África, ele exemplifica os jovens do Quenia, que vieram do campo e não conseguiram se adaptar na cidade.

(Interessante a nota que menciona que Janio Quadros deu apoio a revolução cubana)

Com o final do colonialismo, surge a burguesia nacional que tem um poder econômico quase nulo. Futuramente, essa burguesia dará espaço para um capitalismo feroz,a burguesia serve apenas como um intermediário entre o fim da colônia e o início do capitalismo com as antigas potências colonizadoras, usando de agressividade para esse fim, nascendo assim, o racismo, o nacionalismo, etc.

Aliás, em relação o racismo, o autor faz um paralelo entre a divisão da África branca e da África preta. Interessantíssimo. E para o autor também, a burguesia não serve para nada hahaha.

É necessário politizar o povo e lutar pelos jovens, sair do tribalismo que gera, o separatismo, e investir em economia local.

Em relação a questão cultural, o autor lembra que não basta escrever um conto ou poema pra ser considerado arte africana. Necessita-se de uma união dos negros da África e das Américas para uma arte una.

Há portanto três fase da cultura. Na primeira fase, o intelectual prova que assimilou a cultura do colonizador. Já a segunda fase, o colonizado tenta se recordar dos mitos, das memórias, e por fim, temos a terceira fase que chamamos de luta, a arte movimenta o povo para a luta. A arte não é só o canto, mas no centro da própria luta de libertação, a arte africana é luta e não poemas e folclore.

A parte mais interessante do livro, de longe, são os casos psiquiátricos que o autor analisa (ele é psiquiatra), o autor analisa alguns casos que começaram em 1954 e foi analisado até o ano de 1959, por causa da guerra pelo fim da colonização.

Um dos casos, foi de um homem de vinte e seis anos, que tinha perturbações mentais do tipo reativo e debilidade sexual. Padecendo de insônias e enxaquecas, o jovem casado e pai de uma criança, teve sua esposa abusada por soldados franceses. Outro caso, foi de um outro homem de 37 anos que tinha impulsos homicidas.

Um caso bizarro, é de um ex estudante de 19 anos, com psicose e despersonalização que tentou se matar duas vezes, e por causa da morte da mãe, matou uma mulher com um cutelo. Outro caso interessante, foi de um soldado francês que torturava argelinos que surtou ao encontrar um torturado no hospital. Outro ainda, que surtava ao ponto de torturar o próprio bebê. Enfim, vários relatos muito interessantes.

O livro aborda muito bem a questão da tortura e chega ao auge quando o autor começa a explicar os porquês da violência na Argelia, que nada mais é culpa do sistema biológico do colonizado, a fome, a falta de dinheiro, o desemprego, etc.

Por fim o autor diz para não imitarmos a Europa. O livro é sensacional, porém, a edição deixa a desejar.
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Charles Lindberg 29/08/2022

Indispensável
O intelectual martinicano fala dos processos de colonização, revolução nacionalista, guerra de libertação e identidade nacional nos países de terceiro mundo, especificamente na colônia francesa da Argélia, na África, em 1961. Partindo de abstrações generalistas, explora diversas possibilidades desses processos, apontando condições específicas que podem influenciar as direções do conflito, enquanto argumenta a favor da violência revolucionária, sem relevar as consequências destrutivas para a população.

Conquanto fale para os colonizados africanos, suas observações em grande medida se aplicam ao Brasil, na nossa condição similar de nação dependente de terceiro mundo. Especialmente quando fala da construção da identidade nacional, que tanto nos falta nesta colonização cultural que aceitamos tão acriticamente dos Estados Unidos.

Um detalhe interessante é que Fanon, mesmo não considerando nem por um minuto a possibilidade de um estado capitalista para a nação liberta, adota uma posição marxista crítica, e não poupa alfinetadas (bem-vindas) aos modelos socialistas e à esquerda radical. Seu foco está na descolonização. A construção do estado socialista seria uma preocupação posterior, ainda que míster. Infelizmente, a Argélia perdeu essa disputa, para hoje seguir um país de capitalismo periférico dependente, e o autor faleceu menos de um ano depois desta publicação, vítima de leucemia.

Para ser sincero, eu peguei este livro só porque achei o título muito foda. Mas, agora, considero uma leitura essencial, não necessariamente para estudiosos do socialismo, mas para qualquer um e todos que se prestem a discutir decolonialidade e nacionalismo. Sim, mesmo para nós, brasileiros.

Coincidentemente, ontem vi que a editora Zahar está lançando uma nova edição aqui no Brasil (esta que li é portuguesa).
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Maria.Heloisa 07/01/2023

Livro recebido através da parceira do Mesa de Leitura com a Cia. das Letras. Fanon é um importante autor para a esquizoanálise e para a reforma psiquiátrica.
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Luiza Pirajá (-) 18/01/2023

Sensacional é pouco para esse livro
Genial, incrível, sensacional.
A vontade é de reler logo depois de terminar. Vontade de compartilhar vários trechos, todo o tempo.
Super atual, várias partes parece estar falando do Brasil, dos tempos atuais. Que livro maravilhoso.
Já gostava de Fanon, mas esse livro é ainda melhor.
Amei DEMAIS.
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daniel.vasco.716 07/02/2023

Ao analisar a situação colonial, Fanon tensiona política, sociedade e indivíduo, demonstrando de forma clara as estratégias e efeitos do poder dominante - o resultado da opressão é raiva, dor e loucura,com isso, o autor
desmonta a lógica colonial europeia - branca, brutal e racista -, e propõe uma "descolonização do ser", afirmando: "É preciso mudar completamente, desenvolver um pensamento novo..." Só assim é possível
criar um mundo realmente humano, onde a massa deserdada de homens e mulheres dos países colonizados e pobres - os condenados da terra - sejam os inventores de sua oróoria vida.
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Rebeca 16/03/2023

Condenados
"O terceiro mundo não deve se contentar em se definir com valores que o antecederam. Os países subdesenvolvidos, ao contrário, devem se esforçar para revelar seus valores próprios, métodos em um estilo que é específico." Revolucionário em suas palavras Fanon é bem cirúrgico para sua época é surpreendente ler os escritos de Fanon tão bons para sua época aonde o racismo acadêmico era tão escancarado.
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Ricardo de Andrade 30/03/2023

Sobre o mal do colonialismo.
É um livro pesado. Forte. Fanon não mede as palavras ao falar das amarras maléficas do colonialismo. Iniciei essa leitura com intuito de pesquisa para um longa-metragem. Saí com mais bagagem do que podia imaginar.

Seus escritos são focados no colonialismo africano, mais especificamente na Argélia, país que o autor defendeu contra a ocupação francesa. Ele começa falando do assunto de um modo mais geral e depois vai fechando até chegar na Argélia e sua experiência por lá.

A conclusão do livro é praticamente um manifesto. Um chamado a luta.

Leitura bem interessante.
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Lucas Leite 02/06/2023

Ler, reler e ler de novo
Terminei mais uma obra de Fanon com a certeza de que preciso reler todas elas. Nesse livro, em particular, a forma como Fanon descreve a luta anticolonial a partir lumpemproletariado e da burguesia mostra como existem muitos fatores para além da ?vitória? e consequente independência. A crítica a essa burguesia nascente e seu caráter mercantilista é essencial ainda hoje para entendermos a lógica do agronegócio e dessa elite pouca afeita à industrialização e a um projeto nacional de desenvolvimento.
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Lavi 20/06/2023

Peguei gosto por ler os clássicos.
E que clássico gente, sério.
As partes finais onde apresentam casos clínicos relacionados a guerra, nossa prende ate o final.
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