Cangaceiros

Cangaceiros José Lins do Rego




Resenhas - Cangaceiros


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Jeff_Rodrigo 06/11/2023

Continuação do terror de "Pedra Bonita".

Aqui encontramos um personagem totalmente envolto por problemas: uma mãe louca, que afirma ter parido o próprio Satanás; um irmão bandido (Aparício, o cangaceiro), cruel, temido e caçado pelas volantes; uma guerra entre famílias latifundiárias, onde uma das partes usa do terror sanguinário de Aparício para se favorecer. No meio disso tudo, uma pessoa perdida, triste, confusa e sem perspectivas na vida, pois só consegue ver ódio, sofrimento e sangue à sua volta.

Me lembrou muitas situações que já vi aqui pela quebrada.
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Isaqsf 27/09/2023

Como se sabe, é um complemento de " Pedra bonita ". Porém, um complemento onde traz a tona toda a real desgraça do sertanejo, acometidas por Volantes, e cangaceiros, expondo toda a verdade nua e crua, sobre cangaceiros e Volantes.
Uma hora você tem em mente que os cangaceiros são heróis, outras, que são anti-herói s!
Mais uma obra magnífica deste grande escritor, onde se pode mergulhar nesse mundo de serrtão sofrido, porém com uma beleza imaculada diante de tantas desgraças que se acometem nele!
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Nilda 24/08/2023

Gostei, mas não amei. Foi muito bom acompanhar um pouco a vida de Bento. Assim com em A pedra bonita, ele continua sem ação. Não é um personagem de atitude. Não foi fácil acompanhar as descrições da violência dos cangaceiros e dos volantes. Há muitas passagens repetitivas, o que deixa a história cansativa, mas compreendo que dá parte do estilo do autor.
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Marion 05/06/2023

Repetição
Livro muito repetitivo. Como pode o povo romantizar o cangaço? Ainda bem que o autor não o fez e mostrou o cangaço como ele é.
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Joao366 01/06/2023

Fantástico
O jeito que Zé Lins traz o sertão aqui é fantástico. É incrível como os cangaceiros são meros fios condutores nessa história e tudo vai girar em torno do mental dos personagens e da tensão de estar em contato direto com o cangaço. Os personagens, inclusive, são fantásticos. A gente consegue sentir a agonia de Bento na pele, a loucura do Capitão e sua vergonha por ser um homem "sem honra", o duelo interno do Mestre de Açúcar e, ao mesmo tempo, a sua incapacidade de se adaptar e aceitar o local que ele mesmo se colocou, a velha, o cantador, enfim. Uma aula de Zé Lins aqui e um livro que todos deveriam ler. Fantástico.
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Deco 29/12/2022

O sertão é assim: quando não vem cangaceiro, vem a volante.
A continuação de Pedra Bonita trata-se de uma história muito bem escrita, e que se adaptada, poderia traduzir o drama de muitas pessoas ainda hoje. Explico: Bento, irmão de cangaceiro, sofre a vida inteira pelos erros da família e, principalmente pelos desvios e crimes do irmão Aparício, temido cangaceiro.

Sua vida é encurtada, o medo de ser descoberto e preso pelo simples parentesco o impedem de seguir seus sonhos mais básicos. Músico e apaixonado, Bento se esconde nas roças do interior da caatinga nordestina, dividio entre ajudar sua família e seguir seu coração.

Quantas pessoas com filhos, irmãos e maridos envolvidos com o crime organizado não passam por isso. Um criminosos, quando entra para essa vida, arrasta também sua família. A vida de violência, que parece encantar a alguns, traz apenas desgraças.

Uma imagem nítida do sertão daquela época, as palavras do autor nos ajudam a viver um pouco daquele mundo. Nem bons, nem puramente ruins, cangaceiros e volantes foram frutos de uma época, uma região e da miséria. Hoje, certos aspectos desse cenário continuam perdurando...
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Lurdes 27/12/2022

Estou cada vez mais fã de José Lins do Rego. Dele tinha lido apenas, há muito tempo, Menino de Engenho.
Agora, em sequência, li Moleque Ricardo, Pedra Bonita e Cangaceiros.

Cangaceiros é continuação de Pedra Bonita e, como o próprio titulo diz, o foco é o cangaço.
Em Pedra Bonita os cangaceiros apenas rondavam os personagens e íamos conhecendo seus modus operandi, mas agora a narrativa é movida pelo cangaço e suas ações violentas que provocam grandes e pequenas tragédias na população inocente.
Um destes inocentes segue sendo nosso protagonista Bentinho, que já era vítima de preconceito por ter sua origem em uma terra e uma família amaldiçoadas.
Após seus únicos irmãos se tornarem cangaceiros, sua vida fica irremediavelmente marcada.

Aparício, um dos irmãos, já era um cangaceiro conhecido e temido por sua violência e crueldade. Logo Domicio, antes tão gentil, segue os passos do irmão, para tristeza de Bentinho e de sua mãe.

Muitos consideram que Bentinho não conseguirá fugir de seu destino e que irá sucumbir ao cangaço.
Mas Bentinho tenta, com todas as suas forças, se manter longe da violência e levar uma vida tranquila, principalmente depois de se apaixonar por Alice.

A narrativa do autor, como sempre, é segura e contundente.
Interessante como ele se exime de pré julgamentos, mas não deixa de expor toda a crueldade com que agem os cangaceiros que, ora se apresentam como oposição e defensores dos pobres, mas cometem verdadeiras atrocidades contra estes mesmos desvalidos, não respeitando nada nem ninguém.

Uma estória crua e cruel, mas que sempre guarda lugar para sentimentos como amor, lealdade e amizade.
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Belmunitor 15/11/2022

Depois de muito abandonar obras nacionais, sem conseguir finalizar por achar entendiante ou qualquer coisa assim, passando por Nelson Rodrigues, Hilda Hist, Lygia Teles e Érico Veríssimo, consegui terminar esse livro de José Lins do Rego. É uma leitura bastante gostosa, apesar de repetitiva. Na verdade, toda a repetição chega a fazer parte mesmo da intenção do autor de imergir o leitor naquele delírio, naquela apreensão, naquela ansiedade. Do início ao fim queremos saber o que vai acontecer com a personagem principal, Bentinho, e entramos mesmo nos delírios de cada personagem a sua volta, na ânsia de ver o rapaz longe daqueles perigos.
Sem contar as reflexões de ordem filosófica que podemos tirar lendo e conhecendo um pouco do que acontecia naquela região do país e naquela época específica, a obra é enriquecedora de cultura, vocabulário e imaginação.
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Edmar.Candeia 31/03/2022

Clássico
Iniciei após a leitura de outra obra sobre o cangaço, e gostei pois também mostra os cangaceiros como eles eram. A angústia dos personagens é contagiante, e a cada página aumenta a vontade de avançar na leitura. Mesmo sendo uma obra de ficção, é muito próxima da realidade que escutei de pessoas que viveram a época.
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Carol 06/02/2022

Interferências do cangaço
O cangaço e o sertão nordestino são pano de fundo para esse livro maravilhoso de José Lins. O autor descreve algumas situações penosas pelos quais passavam as famílias quando passavam os cangaceiros e as volantes pelas cidades e estradas.
Além disso, focou na mãe e nos irmãos de Aparício, principalmente em Bento, descrevendo também como eles viviam por serem parentes diretos de um cangaceiro. Bento, Domínio e a mãe deles sofreram de diferentes formas por essa ligação de sangue - apesar de se amarem como família, ter um integrante no cangaço os marcava negativamente, tendo cada um, um final (morte, fuga ou o cangaço). O mesmo aconteceu com a família de Alice, cujo irmão (Bem-te-vi) entrou no grupo de Aparício após uma briga.
José Lins do Rego passou para o papel com mestria o contexto em que cresceu ou o que ouviu.
Marlon 06/02/2022minha estante
Desse grande escritor aqui do meu Nordeste eu já li e mais do que recomendo, BANGUÊ e FOGO MORTO. Esse, CANGACEIROS, já ando com muita vontade de lê-lo faz um tempão, e depois dessa sua resenha essa vontade só aumentou. Um bom dia pra vc, Carol. ~




Flavio.Vinicius 28/01/2022

A ambiguidade do cangaço
Nesta obra, José Lins do Rego aborda o tema do cangaço e a maior genialidade do autor está em apresentar essa questão não a partir dos cangaceiros, como o título pode enganosamente fazer crer, mas a partir do ponto de vista dos famíiliares dos cangaceiros.

Na primeira parte do livro vemos o ponto de vista da chamada "mãe dos cangaceiros", e, na segunda parte, o ponto de vista do irmão dos cangaceiros. O cangaço é apresentado pela sua essência de ambiguidade: ao mesmo tempo em que representava desgraça, também levava esperança numa época marcada pela miséria, a violência, a arbritariedade, e o poder descomunal dos latifundiários advindo da terrível desigualdade.

O autor resgata termos e frases próprios do sertão nordestino, e busca o modo de falar das pessoas no cotidiano, afastando-se de um linguajar rebuscado e por vezes elitista.

Obra genial do paraibano José Lins do Rego.
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Bruna Peixoto 25/07/2021

Essencial para quem deseja compreender o coronelismo vigente no interior do país no início do século XX. 
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Edson Camara 18/10/2020

SE ALGUM DIA VOCÊ JÁ TEVE ALGUMA VISÃO ROMÂNTICA SOBRE O CANGAÇO, ESQUEÇA
Quando concluí Pedra Bonita, descobri que José Lins do Rego tinha escrito a continuação da saga de Bentinho e sua família, 15 anos depois do lançamento de Pedra Bonita, neste romance chamado Cangaceiros.
Saí a procura deste livro e não o encontrava em lugar algum, estava esgotado, só encontrei algumas edições antigas a um preço proibitivo. Mas, ontem ganhei de presente de um amigo e comecei a ler a saga de Bentinho. É incrível, mesmo passados 15 anos, o autor continua os fatos como se fosse o mesmo romance. Com uma diferença, agora sua escrita é mais fluida, mais madura e mais cruel. Os personagens sofrem, muito, e um desfile de histórias tristes e violentas, principalmente para as mulheres.
O pano de fundo de Cangaceiros é a vida de sinhá Josefina e seu filho Bentinho vidas sofridas de mãe e irmão de cangaceiro, os dois estão "acoitados" na fazenda do Coroné Custódio a mando de Aparício, o cangaceiro.
As páginas vão sendo preenchidas pelo autor com a história de diversos personagens coadjuvantes, muito sofrimento, muita resignação da condição do sertanejo e muita violência.
Zé Lins introduz uma nova personagem, Alice, a menina bonita vai influenciar a vida de Bentinho.
Ele, morre de medo de causar mal a moça devido a sua condição de irmão de cangaceiro, se alguém descobre, e os soldados chegarem, a desgraça vai estar feita e certamente eles desonrarão sua querida Alice.
Bentinho vive na maior angústia por causa disso, e sofre também porque sua mãe está ficando louca e desconta nele a raiva de ter parido o irmão cangaceiro.
Se algum dia você já teve alguma visão romântica sobre o cangaço, esqueça, este livro mostra sem dó nem piedade o que era o cangaço e seus cangaceiros.
Depois que a mães, sinhá Josefina morre, os cangaceiros seus filhos, Aparício e Domício, viram o diabo em pessoa e aí de quem desse o azar de encontrá-los.
José Lins do Rego desfia um rol de histórias e causos por entre as páginas do livro na voz dos personagens e em diferentes pontos de vista.
Mas, vou te dizer, a vida daquelas pessoas era um inferno, tanto faz se eram os cangaceiros ou a volante, o destino era o mesmo, se fosse homem e não caísse pelas balas, era espancado e degolado, se fosse jovem era capado antes. Se fosse mulher, passaria por toda a tropa até morrer, se fosse donzela então passava a tropa as vezes duas vezes seguidas.
O autor conta sem muitos detalhes, mas desperta a imaginação e as imagens evocadas nós causa um aperto no coração.
Invariavelmente os cangaceiros (e as volantes) matavam o que ainda tivesse vida na propriedade e queimavam tudo. Um inferno.
No meio da trama está também o Coroné Custódio. Que passa o livro inteiro contando como o filho foi morto pelo inimigo e como ele foi covarde e não vingou o menino.
Para quem gosta de aventuras sanguinárias e cruéis este livro é um prato cheio.
Não sei como este livro lançado em 1953 passou pela censura da época.
De qualquer forma é uma boa obra da literatura brasileira de qualidade
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Maria Isabel Barros 20/05/2020

Desmistificação
Enquanto nordestina e paraibana é um orgulho ler essa obra e saber como ela é reconhecida! Super indico a leitura para todos os públicos, conhecer o talento dos nossos autores nordestinos.
Ao longo da vida lemos tantas histórias que possuem como cenário lugares tão distantes da nossa realidade, ou expressões das quais não temos costume de usar, seja internacional ou fictício, que quando nos deparamos com histórias reais que expressam uma cultura tão próxima a nós, nos envolvemos e nos sentimos representados. Também nas escolas estudamos tantas revoltas, movimentos, guerras de momentos históricos acontecidos tão distantes, e não se é ensinado sobre nossos próprios momentos, o nosso protagonismo na história do Brasil e do mundo.
Ao decorrer da história, o autor desmistifica a imagem imaculada dos cangaceiros que lutam pelo bem dos pobres e que repartem entre eles, trás então a personalidade de crueldade e de interesses próprios, tudo isso dado por meio da violência a quem for detectado como ameaça para o bando.
Algo que vale ressaltar é que essa história é descrita em um determinado tempo histórico, de uma particularidade daquele contexto histórico. Se permita ir além da imagem de pobreza, seca e sofrimento do nordeste, pois possuímos riquezas únicas e incomparáveis..
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z..... 14/12/2019

HQ EBAL (Edição Maravilhosa Nº 89, publicada em 1954)
Adaptação em quadrinhos do romance de José Lins do Rego.
O aspecto mais positivo é a arte magistral de André Le Blanc (sempre muito classuda e primorosa), e o negativo é o desenvolvimento da história com texto demais (disposição enfadonha na leitura).
Tal qual o romance, a HQ tem duas partes, com as agruras e sofrimentos circunstanciais de Sinhá Josefina na primeira, e o destino de seus três filhos na segunda, envoltos no cangaço ou relutantes a esse destino.
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