Zero

Zero Ignácio de Loyola Brandão




Resenhas - Zero


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Elineuza.Crescencio 27/02/2023

#desafiocontinentes2023 13/16 – Autor Brasileiro
Leituras de Fevereiro - 15 – 2023 - 25
Título: Zero
Autor: Ignácio de Loyola Brandão
País: Brasil
Páginas: 392
Editora Global – SP – 2019 – 14ª Edição
Avaliação: 3/5
Término da leitura: 27/02/2023


Autor
Ignácio de Loyola Lopes Brandão é um contista, romancista, jornalista brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras. Possui uma vasta produção literária, tendo sido traduzido para diversas línguas. Recebeu com o livro infantil “O Menino que vendia Palavras, o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2008.
Em 2015, com o livro “Os Olhos Cegos dos Cavalos Loucos”, venceu o Jabuti de Melhor Livro Juvenil.

O livro
Publicada pela primeira vez na Itália em 1974.
É uma representação ficcional de um território subdesenvolvido que passa por um período ditatorial, coercitivo e violento.
O personagem principal José, como os demais integrantes do enredo vivem num contexto de insegurança. Seus direitos e os direitos humanos estão em suspenso. O romance se desenvolve num período caótico e o autor mostra muito bem a alienação existente.
A estrutura narrativa nos reporta ao caos do período uma vez que o romance todo é construído em forma de notícias jornalísticas ou radiofônicas.
Não gostei muito.
Mas vale a pena, pois retrata uma realidade pouco conhecida ou escondida ou proibida de ser comentada.


site: https://entremeadaselivros.blogspot.com/2023/02/2023-fevereiro15-leitura-anual25-zero.html
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Suzana 23/01/2023

Maravilhoso e difícil
Escrito com um estilo não linear, o leitor precisa estar muito atento ao texto. Incluindo os elementos gráficos não convencionais utilizados. Para mim, o estilo de Loyola é inovador (imagino na época da publicação) e gratificante intelectualmente. As metáforas são muitas (atenção ao plim plim) e as cenas da ditadura explicam porque o livro foi proibido por tanto tempo no Brasil.
Leitura obrigatória para conhecer melhor um período difícil de nossa história. Talvez, se mais pessoas lessem esse livro, nossos problemas fossem menores...
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Mari 10/01/2023

Importante mas difícil
Entendo totalmente a importância do livro, um registro do cotidiano nos tempos de ditadura. Entretanto achei a leitura bem difícil, e a divisão por tópicos um pouco cansativa, quem sabe tento reler em um futuro.
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Vitoria 21/11/2022

O livro das experimentações
Um emaranhado de histórias aparentemente desconexas, recortes de jornais, anúncios, devaneios... E é costurando tudo isso que Ignácio de Loyola Brandão nos apresenta o Brasil nos anos de chumbo.

Embora o Brasil não seja mencionado diretamente - a história se passa na Ameríndia, projeção futura da América Latina, temos a história do regime vigente à época. A caricatura que ilustra algumas passagens escancara o absurdo das proibições e repressões que permeiam o período.

E, no meio de trechos irônicos e divertidos, de notas de rodapé ácidas e hilárias, o horror da tortura, das perseguições, do desequilíbrio social.

É um desafio não se perder na leitura propositalmente caótica, que faz da obra algo tão ímpar.
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Daniel 19/09/2022

Impróprio para TDAH
!Se você é como eu e sofre com TDAH, prepare-se para ler e reler parágrafos ou mesmo partes inteiras pra tentar acompanhar o ritmo frenético desse livro. O aprendizado com o a estrutura e o estilo de escrita usado pelo autor foi o que de mais proveitoso tirei dessa leitura.
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Anderson.Hoch 14/04/2022

Zero em 2022
Leitura obrigatória do Desafio Livrada 2022.
É um livro muito louco! Essa foi minha primeira impressão...
Um começo empolgado, nos coloca diante de José, um qualquer, mas também não é qualquer um, e ao mesmo tempo joga formas, formatos, ideias, manchetes, listas, desenhos, diálogos variados e aleatórios (ou não).
Depois a leitura, as ações e a história, se é que há uma única, se arrastam, com altos e baixos.
Na sequência os acontecimentos aceleram e José, a América Latíndia e os despropositos de uma ditadura ficam cada vez mais expostos.
Leitura interessante que não sei se teria feito não fosse o Livrada. Difícil dizer se é bom ou ruim o tempo todo.
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leonel 25/01/2022

Extremamente mal escrito, 300 paginas com estetica de pornochanchada cheias de frases com as palavras "merda, bosta, ahahaha mijo" pra parecer provocador, mas que mais parecem guri de segunda serie rindo e dizendo "vejam como sou agressivo, estou escrevendo merda, bosta e mijo sem parar." A repetição fica tão entediante que estraga até qualquer valor de choque que pudesse ter. Mas parece que dizer mil vezes a mesma coisa é uma caracteristica do autor, pelo que vi em Nao veras pais nenhum. Ainda tem as manhas de querer ser modernistazinho de vez em quando e cria umas regras de pontuação próprias, mas esquece delas no meio da frase, sem conseguir ser consistente. Mesma coisa com os diálogos em que tenta escrever pela sonorizaçao, mas esquece disso na mesma frase, como os "de" e "di" e "que" e "qui" na mesma frase de um mesmo personagem, tipo "di noite quem gosta de tal coisa" ou "perguntei o qui eli queria e ele disse que".
Pra coroar faz umas criticazinhas pau mole à ditadura no meio de tudo. Pô, o livro ia ser proibido no Brasil mesmo, seja homem e critica com vontade. E se vai inventar transgressao gramatical, então transgride com consistencia, não me vem com essas de cansei de escrever errado, dá muito trabalho. No fim, por causa da estetica canal Brasil, eu já tinha até medo de que ao virar a próxima página, a Regina Case saltasse sem dentes e pelada gritando HUE HUE HUE MERDA BOSTA CARALEO.
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bobbie 17/04/2021

Assustador
Este não é um livro fácil de ser lido: a leitura corre, mas não flui. O ritmo é inconstante, o estilo, híbrido, misturando gêneros textuais e estratégias narrativas diferentes. Há onomatopeias, fluxo de consciência, inovações na pontuação, capítulos de uma linha e outros de algumas páginas. Os títulos, criativos, confundem mais do que esclarecem. Há nele uma mixórdia criativa que, provavelmente (quem sou eu?) visa a evidenciar o mundo sem lei e de pernas para o ar de um país governado por uma cruel ditadura. Zero foi lançado em 1974 (durante a ditadura militar brasileira), primeiro na Europa, onde o autor estava refugiado. Brandão usa e abusa de ironia e deboche para escancarar os desmandos e crueldades que só este tipo de governo é capaz de perpetrar. Detalhe, apesar de estar prestes a completar 50 anos desde o seu lançamento, ainda é assustador perceber que muitas das frases ditas e condutas desse tipo de governo soam muito presentes vida do brasileiro em pleno 2021. Impossível não associar discursos de então aos de hoje. Duplamente desolador.
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Desnorteada 11/04/2021

Um livro que é totalmente inesperada a condução da narrativa. É as vezes difícil de ler pela violência e detalhes de certas cenas. Mas também um livro que vale a pena de se ler. Passa na época da ditadura milita,r então, "dá para ter um pouco de noção de como era a época."
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Amâncio Siqueira 28/02/2021

Ignácio de Loyola Lopes Brandão (Araraquara, 31 de julho de 1936) teve seu romance Zero publicado pela primeira vez na Itália, em 1974, após ser recusado por várias editoras brasileiras. Escrito a partir da colagem de reportagens censuradas ao longo de dez anos e traduzido para várias línguas, o livro foi uma bomba contra a ditadura militar.
https://youtu.be/l29JxdYHdHg
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Lucas 14/01/2021

A desfragmentação do homem comum
Nunca fui um chegado do gênero Distopia por achar que em muitos casos há exageros nos usos artifícios utilizados para criticar aspectos da realidade, que dá uma sensação de distanciamento da realidade e gera uma infamiliaridade, mais com Loyola essa distância diminui, na verdade fica muito próximo e tudo fica familiar. Zero me lembra muito o filme "O homem que virou suco" por também de apresentar um indivíduo comum, que se encontra a margem de uma sociedade burocrática, hipócrita e sobre tudo moralista e autoritária, e por ela espremido e suprimido, e como a saga kafkiana, na busca de encontrar um sentido, o indivíduo é jogado um lado para outro dando voltas e voltas sem chegar a lugar nenhum, tendo nessa dominância sua identidade multifacetada, mas se em Kafka o fim do ser humano é repulsivo, aqui o fim se apresenta como a desintegração das múltiplas identidades até chegar a Zero, assim o indivíduo tem sua identidade usurpada tornando autômato reativo, seja seguindo as regras ou indo contra elas, entretanto o fim do ser humano permanece indiferente.
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Henrique Fendrich 10/09/2019

Evidentemente, eu não nego a importância do livro e, na verdade, sequer a sua qualidade. O que eu tive foi muita, muita dificuldade mesmo para lidar com as experimentações do livro e apreender o seu sentido. Foi difícil para mim, mas talvez não seja para os outros. A avaliação é feita com base na minha experiência pessoal, não sendo, portanto, juízo absoluto.
Ricardo 01/11/2021minha estante
Concordo inteiramente. Mas uma obra que não consegue se comunicar com o leitor é uma obra que não se realiza...




Renato.Antunes 20/08/2019

Zero é a nota do livro
Um professor recomendou, eu li e não gostei. Talvez porque eu não vivi na época da ditadura... Não gostei! Não recomendo!
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Laura Ferreira 02/01/2019

A distopia mais brasileira que já li
“Zero” é um romance distópico publicado por Ignácio de Loyola Brandão, inicialmente na Itália, em 1974 (dada a recusa das editoras brasileiras) e, no ano seguinte aqui no Brasil. Entretanto, em 1976 o livro volta a ser alvo de desconforto, culminando em sua proibição pelo Ministério da Justiça. Pensando no contexto sócio-político do país na época, não é surpreendente a censura: Zero narra a história de José, inicialmente um homem comum de 28 anos, e sua interação com essa sociedade desigual e autoritária na qual está inserido; e não somos poupados de cenas perturbadoras de injustiças e torturas (inclusive, cuidado caso for sensível a este tipo de conteúdo), o que claramente incomodou o governo ditatorial então vigente.
O romance é organizado de forma pouco convencional, configurando, portanto, uma escrita experimental: acompanhamos uma narrativa linear, a vida de José (seu romance com Rosa, sua busca por emprego, seu envolvimento com guerrilheiros etc.), mas que é constantemente “interrompida” por desenhos, manchetes, listas, comunicados, memórias, notas de rodapé e até mesmo histórias de outros personagens (como a saga de Carlos Lopes e seu filho doente), e essas interrupções podem ou não ter relação direta com o que tem sido narrado até então.
Justamente por essa estrutura fragmentada e frenética, críticas pungentes ganham um espaço todo delas, possibilitadas também por um narrador sempre direto e sarcástico:

"SAGRADAS DETERMINAÇÕES
'A partir de hoje, todo veículo deverá levar uma bandeira e uma dístico de plástico com dizeres de elogios ao governo ou ao país. Cada carro sem slogan será apreendido e o dono detido por seis meses.' (2)
[...]
(2) Um coronel fabricava as bandeiras e dísticos: ficou milionário." (p. 267)

Desses pequenos capítulos, chamaram minha atenção os que consistem em pequenos comunicados ou narrativas sobre cientistas e intelectuais que saíram do país devido à perseguição política; no trecho abaixo fica perceptível o quanto uma sociedade perde em expulsar pessoas do tipo, que tanto acrescentam a nossa ciência e cultura e, em contrapartida, como outros países parecem se dar conta da importância deles e de estimulá-los a produzir, coisa que sua terra natal os impediram de fazer:

"ADEUS, ADEUS
O cientista Marcondes Reis conseguiu sair do país, ajudado por amigos. Vai para a Universidade Patrice Lumumba, onde lhe prometeram as condições necessárias para continuar suas pesquisas. Aqui, o professor Marcondes Reis começou perdendo sua cátedra, teve sua casa invadida duas vezes pela polícia, confiscaram todos os livros de sua biblioteca, ameaçaram seus filhos.
O presidente deu uma declaração: ‘Quando a ciência subverte o homem e corrompe, é melhor ter um país sem ciência, atrasado’." (p. 41)

Me agrada muito em Zero como o autor soube dosar o universalismo das críticas (até porque sociedade nenhuma esteve/está imune a governos autoritários) e o tom quase regionalista da ambientação. Vejo Zero como uma singular distopia latino-americana.
A obra explicita também seu caráter circular, seja na ambientação, “Num país da América Latíndia, amanhã” (p. 9), e no protagonista, que está o tempo todo a nos lembrar o quanto é um homem ordinário, que pode ser encontrado em qualquer lugar, contando inclusive com uma cena em que ele tenta se entregar a polícia mas é desconsiderado como suspeito, dada sua vulgar aparência (ao contrário de Gê, líder dos guerrilheiros, que conta até com sósias), provando, novamente, que ninguém está imune e tudo pode se repetir com outros Josés.
Espero que a narrativa incomum do romance não deixe ninguém intimidado, porque se trata de um livro que, se lido atentamente, tem tudo para ser fonte abundante de reflexão e discussão, agora mais pertinentes que nunca.
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