Karla Lima @seguelendo 25/01/2019Carrie, a primeira obra publicada de Stephen King, foi atirada pela janela. Convencido por sua esposa, o autor resolveu tentar mais uma vez: enviou a um editor e, depois de tantas outras histórias rejeitadas, o livro foi aceito.
Ainda que sabendo o final, mesmo sem ter assistido aos filmes eu já conhecia as referências à cena do baile, Carrie ainda conseguiu me surpreender.
A história, contada parte em narração e parte como documentário, empresta um ar de realidade que nos deixa intrigados (e revoltados). Os registros dos que investigaram o caso se misturam às memórias e relatos das testemunhas.
É difícil de acreditar que um livro tão curto possa ser tão intenso. A narrativa de King é avassaladora e te deixa desconfortável, com raiva e nojo. Ele consegue nos envolver sem fazer rodeios, dando a cada personagem uma forma particular de se expressar.
Esse não foi o meu primeiro contato com o autor, mas fazia anos que eu não lia nada dele, e Carrie foi uma incrível retomada.
Todos os temas polêmicos abordados serviram para dar familiaridade à história. Podemos não conviver com fenômenos sobrenaturais, mas convivemos com violência, intolerância e fanatismo religioso. Carrie é a realidade martelando em nossa cabeça, travestida de fantasia.
Mais do que recomendo esse livro. É um clássico que merece todos os louros, sendo uma espetacular referência quando se trata de obras do gênero.