Céu cheio de estrelas 23/01/2024
Ah, a Bahia de Jorge
Como todo (?) Livro de Jorge Amado, Mar Morto é um ode à Bahia e aos baianos, e aqui especialmente enfatizando o que de mais lindo existe nesse Estado brasileiro: o mar, a pele preta, e o candomblé.
O livro é pra lá de poético, o mais lírico que li até hoje do autor. Nesse, o coadjuvante é o mar, quase uma personificação divina, não fosse o protagonismo maior ainda de Iemanjá, a deusas das águas. Apresentados os principais e mais adorados elementos da obra, passa-se então a Guma, um jovem que foi criado por seu tio mestre de saveiro e segue o mesmo ofício e mesmo amor pelas águas do reconcavo baiano, amor que é estendido depois para Lívia, sua namorada. Através da historia de paixão dos jovens mergulhamos nas dores ( e algumas delícias) da profissão de pescador, da falta de oportunidades, das alegrias do povo pobre, do apego à religião pra suportar aquela vida sofrida e injusta para homens que se aventuram em águas inóspitas e para suas mulheres que ficam esperando o pior acontecer, com a resignação que só os mártires e santas podem ter.
É doce morrer no mar...