spoiler visualizar@sarahbastosm 17/09/2020
Resumo de Dom Quixote
A história relata a vida de um fidalgo que se auto nomeou Dom Quixote de La Mancha, que de tanto ler e fantasiar sobre novelas de cavalaria acabou por crer que era digno de ser um cavaleiro andante. Certo dia, Dom Quixote vestiu uma velha armadura, e saiu com o seu cavalo Rocinante do pequeno povoado onde morava e foi em busca de aventuras como cavaleiro tendo como exemplo as novelas de cavalaria, junto a Sancho Pança, seu escudeiro que concordou em viajar acreditando nas promessas de Dom Quixote de que ficariam ricos graças aos seus feitos e que ele, num futuro, poderia ser um grande governante. Por diversas vezes nosso herói confunde albergues com castelos, sacerdotes com saqueadores e sequestradores, rebanhos de ovelhas com exércitos... Sancho Pança, um retrato da racionalidade na obra, sempre tenta alertar o seu amo das verdades que Dom Quixote é incapaz de perceber. Uma das passagens mais notáveis é quando, no começo de suas aventuras, Dom Quixote confunde um grupo de moinhos de vento com imponentes gigantes, os quais ele diz ter que exterminar, e com muita coragem (e há quem diga, asnice) ele enfrenta os moinhos e acaba saindo ferido de sua ação. É interessante a forma como a personagem incorpora essa nova vida chegando até mesmo a criar para si uma musa, da qual é apaixonado intensamente, Dulcineia de Toboso, mulher perfeita no imaginário de Dom Quixote. Sua sobrinha, sua criada, o padre, o barbeiro e muitos outros do povoado ficam preocupados com Dom Quixote e suas maluquices e em copiosas vezes tentam acabar com essas alucinações, dizendo que um mago enfeitiçou a biblioteca e fez sumir todos livros (os de cavalaria, que era a raiz de toda essa insanidade), mandando o bacharel Sansão Carrasco disfarçar-se e vencê-lo em duelo, obrigando-o a desistir da cavalaria... Este último funcionou, o que por fim trouxe o nosso herói de volta para o seu lar. Já nos últimos dias de sua vida, acamado e adoentado, antes de morrer, o fidalgo recobra os sentidos e assume que o que fazia era loucura, deixando assim, em testamento, uma quantia para o seu amigo Sancho Pança, o padre, e ao barbeiro. O resto ficou para sua sobrinha e herdeira. O livro é curioso e divertido pois ao mesmo tempo em que podemos interpretá-lo como crítica a cavalaria, que na modernidade se tornou uma ideia ultrapassada, podemos ver também uma associação a ideia de o que é a realidade e loucura, a sanidade e o sonho e até mesmo retratar o leitor como uma junção de Sancho Pança, uma figura "pé no chão" e racional, e Dom Quixote, uma figura sonhadora e imaginativa. Pode-se notar também a felicidade em que Dom Quixote se encontrava quando seguia as suas loucuras e como se tornou triste e melancólico (assim como algumas pessoas eram no povoado) quando voltou ao lar e a rotina, o que pode nos levar a conclusão de que não necessariamente a racionalidade e o padrão vão tornar as pessoas felizes, citando o matemático John Forbes Nash "A racionalidade do pensamento impõe um limite na relação das pessoas com seus cosmos", tornando assim, a discussão e leitura do livro Dom Quixote de La Mancha memorável e muito bem-vinda.