Silvana Barbosa 12/04/2018Clichê é uma coisa, previsibilidade é outra.Comecei a história dando nota alta, afinal Robert é aquele libertino simpático e impossível de resistir! E o melhor de tudo, APAIXONADÍSSIMO!
Quando acontece a 1ª virada da trama, é a vez da mocinha Victoria brilhar.
Acho que esta é a mocinha mais complexa da Julia Quinn (dos que li até agora). Claro que a autora se esmera em personagens sofredores, e quando azara um deles, a uruca não sai nem com reza brava, e a gente se emociona com todos, mas a Vitoria realmente é uma "MULHER". A protagonista cresceu em todos os sentidos, quer ser independente, dona de seu nariz e - o que me espanta - disposta a abrir mão do seu grande amor para viver a vida do modo que escolheu. Humana e real! Gostei disso, desta mostra de que os clichês dos históricos não precisam se repetir para agradar às leitoras românticas. Uma mocinha que não precisa ser "resgatada" por um nobre ricaço...
Maas...
O mocinho não concordou, e decidiu que ELA PRECISAVA DELE. E então a pressionou para que ela entendesse o quanto ele estava certo, e acatasse a decisão DELE de abrir mão de seus ideais e casar-se.
Ora, por que criar uma personagem moderna em livros de época se mais lá na frente o autor vai "quebrar" sua criação e tirar dela o diferencial?
O auge do livro pra mim foi a descoberta da independência por parte da mocinha. No entanto me frustrou que o mocinho a sequestrasse e afinal tudo se encaminhasse para o óbvio: a mocinha rendida, aceitando e acatando as decisões do 'mocinho". Oh, sim, eu queria que eles ficassem juntos no fim, lógico. Só não queria que fosse desta forma, ele impondo a vontade e ela admitindo que ele estava certo. Ah, que saco esta previsibilidade! Podia ser melhor, mais original, e por causa disso não vão 5 estrelas.