Henrico.Iturriet 09/04/2023
Infância
Depois de enrolar por um mês a leitura desse livro e de me encher de leituras aleatórias, sinto que ?o nó desatou?, como diria Porto.
A aula de literatura infantil está me trazendo para os cantos mais simples da minha existência, me fazendo refletir tanto pelo aspecto crítico quanto o forte apego emocional com ideias que na infância não podiam ser racionalizadas.
O livro é muito bem construído, os personagens representam tantas coisas, problemas sociais, infâncias e situações clássicas que a criança experiência. Agora, me perco delimitando esses temas: desemprego, machismo, bullying, isolamento, identidade, contradição... E assim segue, até um infinito de possibilidades.
Angélica é lindo, é um explorar a si mesmo.
A frase que mais me marcou foi a do irmão de Angélica, Lux, que diz: ? por que é que quando Angélica vivia infeliz dizendo que queria não ter nascido ninguém ligava, e agora que cada hora ela tá chegando mais perto de não ter nascido todo mundo vive chorando? Por que, hem??
Isso explica muita coisa da infância, da negligência do questionar, do desafio de uma sociedade crítica que não teme em quebrar o ciclo. Acredito que Angélica seja sobre esse ciclo, essa reflexão autocritica que a obra em si faz sobre os papéis, sobre os questionamentos, sobre os saberes e não saberes.
É lindo, é importante e necessário para todas as famílias.
Realmente, amei esse livro, mas admito que com tanta coisa na cabeça quase caí no sono lendo.