A Mulher Sem Pecado

A Mulher Sem Pecado Nelson Rodrigues




Resenhas - A Mulher Sem Pecado


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TalesVR 20/06/2019

Psicodrama da vida cotidiana
Primeira peça de Nelson Rodrigues, e se no início ele já era bom assim, tenho até medo de me decepcionar caso o nível das outras não se mantenha, porque ''A Mulher sem Pecado'' é MUITO boa! Inevitável não lembrar de outro personagem obcecado da literatura brasileira: o Bentinho de Machado Assis. Assim como Bentinho, Olegário de Nelson Rodrigues é obcecado pela sua mulher Lídia, e em uma trama psicológica intensa ele vai construindo absurdos e mais absurdos sobre a conduta dela para com ele: o marido ''maluco'', que tem ciúmes até da roupa que a sua amada veste, o perfume que ela exala na rua lhe causa pavor. Porém, surge a pergunta: seria mesmo Lídia uma mulher sem pecados como ele idealizava que fosse?

O ponto da loucura de Olegário é perfeita, com vozes interiores, aparições; você sabe que ele é louco e capaz de tudo na incessante busca pela fidelidade (ou não) da mulher. O personagem até questiona filosoficamente se haveria algum tipo de mulher com direito a trair, o que é bem interessante de um ponto de vista da chanchada. Aliás, esse é o ponto forte de toda a trama: dramatizar o cotidiano de forma tão intensa, até cômica por vezes, e que termina em tragédia. Ah, como lidar com as mulheres sem pecado?
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Carol.Ortiz 12/07/2018

A mulher sem pecado, sem vontade, sem alma
Ler teatro é uma experiência agradável e veloz. Shakespeare, Mônica Martelli e outros grandes nomes da dramaturgia nos proporcionam momentos de prazer em grandes teatros ou em casa, no cantinho preferido, com um livro na mão. No Brasil, o grande revolucionário e renovador do gênero foi Nelson Rodrigues. Com sua forma politicamente incorreta de criar, aprofundou na questão do desejo humano: seja ele em traições, bofetadas, incestos, pederastia, estupro ou um descontrolado e doentio ciúme. Como escreveu certa vez “Toda mulher deve apanhar. Você pode não saber por que está batendo, mas ela sabe por que está apanhando.”. Sim, é uma frase extremamente machista, mas esse mundo de neuroses, doenças e esquisitices é o que constitui a beleza amarga de Rodrigues.

Em A mulher sem pecado, escrita nos anos 40 e quase fadada a ser um fracasso de público, pode ser considerada como uma tragicomédia angustiante. A história é de Olegário, deficiente físico e perturbado por monstros neuróticos que o fazem um paranoico. Cheio de medos, inseguranças e grande criatividade, ele inferniza a vida da mulher e do leitor/ público. A peça faz uma análise de uma situação transcorrida em plano real e é vivida na sala da casa do casal.

A grande sacada que acaba prendendo o leitor é que ao tratar de um tema totalmente humano, Rodrigues nos força a criar uma identificação com os personagens e, sem que consigamos evitar, sentimentos como angústia, beleza contemplativa, tragédia depressiva e sufocamento vão nos envolvendo pouco a pouco.

Essa foi sua primeira peça e, embora tenha uma enorme vocação para o moralismo, podemos ver traços com toques completamente imorais em suas peças. Nelson Rodrigues não se limita a escrever apenas sobre a sociedade, ele se aprofunda até os ossos da natureza humana, fazendo uma cirurgia milimetricamente detalhada da loucura, feiura e insensatez do homem.

site: http://www.ojornalzinho.com.br/2018/06/12/a-mulher-sem-pecado-sem-vontade-sem-alma/
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Ana 21/06/2018

O inferno particular de Olegário
''Eu tenho um inferno dentro de mim. Um inferno particular. E se tivesse também um céu particular, uma eternidade minha, só minha, com tabuleta na porta proibindo a entrada de pessoas estranhas ao serviço? Não seria negócio? Um alto negócio?''

Olegário é um sujeito que vive em uma cadeira de rodas, atormentado dia e noite pela idéia, a suspeita violenta de que é traído. Ele ouve vozes e tem visões da esposa de quando esta tinha dez anos. Trata-se, obviamente de um desequilibrado mental com complexo de inferioridade. A esposa, Lídia, pelo que entendi, casou-se com o marido por interesse, e obviamente não o ama mais, se é que já o amou um dia. Apesar disso, é dedicada e cuida da sogra, uma ''doida pacífica''. Olegário, quase louco, suspeita até mesmo de Maurício, meio-irmão de Lídia. Na casa de Olegário trabalha um homem chamado Umberto, uma suposta vítima de mutilação genital, e único homem em quem Olegário confia para ficar perto da esposa.
Tudo isso se encaixa, dando forma a mais uma trama cínica, sórdida, dramática, trágica e por fim, genial, de Nélson Rodrigues. Esse homem era bestialmente um gênio. O que mais me admira é o fato de ele ter escrito tudo isso na década de 40.
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val silva 05/09/2016

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Pat 04/12/2015

Inesperado como sempre.
Depois de três livros do Nelson Rodrigues pra mim é ainda incerto o que me cativa neles. A Mulher Sem Pecado foi minha leitura preferida até agora, talvez por conseguir entender melhor as angustias de cada personagem. O ciúme doentio de Olegário e seu sofrimento por saber se Lidia era fiel ou não acaba sendo passado pra nós, e no fim até eu estava morrendo de curiosidade pra saber a verdade.
No final mais uma vez sou surpreendida por ser algo totalmente inesperado, assim como em seus outros livros. Começo a achar que essa é sua marca registrada.
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leitorDedicado 12/09/2015

O ciúme é só vaidade !!!
Li a peça em 1 hora aproximadamente, é curta e prende o leitor, Nelson Rodrigues consegue abordar o tema do ciúme de maneira ímpar, o ciúme de uma forma doentia, além disso descreve a arrogância do protagonista, escreve o enredo de maneira misteriosa, de um modo que só ele sabe contar..recomendo !!!
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Ailton 21/04/2013

Minha peça predileta de Nelson rodrigues. Olegário vive pela suspeita de traição da mulher e na sua busca o sofrimento vem mais pela incerteza da confirmação. É algo que ele teme, mais ao mesmo tempo tem fascinação. Nelson Rodrigues mostra toda sua genialidade em decifrar e expor as contradições humanas.
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Fabio Shiva 30/08/2010

A primeira peça escrita por Nelson Rodrigues, e uma de minhas prediletas!
Uma profunda visão psicológica do autor. Em minha opinião, a obra definitiva sobre o ciúme! Se não em termos literários, ao menos em termos de descrição psicológica acho que “A mulher sem pecado” bate até mesmo “Otelo”!!!

Quem quiser compreender como o ciúme é uma emoção totalmente maléfica e destrutiva, assista ou leia essa peça!

Já em sua estreia, Nelson confirma sua vocação para um grande moralista.
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