sagonTHX 31/05/2011CONTINUA ASSOMBROSO!!!!!!!Antes de mais nada, você precisa ler o primeiro volume da saga:Frankenstein - O Filho Pródigo. Caso contrário, não entenderá nada do que se passa neste segundo volume da série.
Em Cidade das Trevas, Dean Koontz continua a saga de Deucalião (monstro Frankenstein), criado pelo dr. Victor Frankentein há mais de 200 anos atrás. Ambos sobreviveram por dois séculos e agora encontram-se em Nova Orleans, nos dias atuais, nos EUA. Vitor "Frankenstein" Hélio está criando um exército de clones humanos e criaturas para aniquilar e substituir a raça humana. Deucalião, sua primeira experiência, o único dotado (provavelmente) de uma alma, além de poderes que o tornam capaz de dominar as leis quânticas da física, alia-se aos detetives de homicídio Carson O'Connor e Michael Maddison, precisam para deter Vitor Hélio a qualquer custo. E para tanto, eles terão de enfrentar uma legião de monstros que estão sendo criados em larga escala e que, neste segundo volume, estão saindo fora de controle e se transformando em aberrações.
Esta é a premissa da série Frankenstein de Dean Koontz. Este é o arcabouço a partir do qual Dean Koontz tece uma trama de proporções assombrosas. A medida em que passamos do primeiro para o segundo volume, notamos que há um crecendo da violência e do horror gótico para o qual a narrativa nos arrasta.
Dean Koontz criou um universo magnífico de sentimentos e anseios humanos, transpondo a realidade íntima do ser humano, com toda a sua bagagem psicológica, moral e espiritual que nós herdamos ao longo dos milênios. É um desfile exótico de toda a natureza humana. Desnuda. Revelada em sua mais profunda intimidade.
Vitor Hélio é o verdadeiro monstro: frio, sádico, vissionário egocêntrico, megalomaníaco, pervertido, cruel, arrogante, que julga ser Deus. A partir desta personificação da maldade humana, Dean Koontz expõem em sua narrativa o lado mais sombrio do gênero humano: a sórdida violência contra as mulheres; o preconceito; a escravidão física e mental; o ódio gratuíto; os apelos promíscuos da sexualidade; esquizofrenia; psicoses; desejo ao suicidio; negação do eu; covardia; o desejo de matar transformado em vício; o domínio da ciência para fins malígnos...
Uma mescla de ação, suspense, humor cínico, horror gótico, mesclados com o icção científica e terror psicológico. É Dean Koontz em sua melhor forma. Quem acompanha o trabalho do autor e que á teve a oportunidade de ler algumas de suas obras, como: Fantasmas, Intrusos, Velocidade, Do fundos dos seus olhos, Lágrimas de Dragão, sabe perfeitamente do que estou falando.
A série Frankenstein é uma saga intensa, densa, com uma temática inquietante e assustadora, porque nos faz refletir sobre a condição humana. Toca intimamente os nossos piores pesadelos, pois nos coloca diante daquilo que o ser humano possui de mais monstruoso dentro de si. E exemplos na mídia, nos noticiários dos jornais e, principalmente, da TV não faltam exemplos de "monstros" e de pessoas transformando-se em monstros de uma hora para outra. Os monstros criados por Vitor Hélios são um reflexo dos monstros que povoam o nosso mundo e passeiam pelas ruas ao nosso lado. Olhamos e não percebemos, mas eles estão lá. Lobos escondidos debaixo de peles de cordeiro.
Cidade das Trevas é uma leitura obrigatória para os fãs de Dean Koontz e para aqueles que procuram uma leitura diferenciada do atual derrame de livros batidos no estilo "teenage" (vampiros, pré-adolescentes, bruxos & cia).
Filho Pródigo e Cidade das Trevas se completam, porém não é o fim da saga. O terceiro volume é Dead and Alive, mas ainda não editado pela Prumo.
Gostei muito desse trabalho de Dean Koontz, e por isso, sem sombra de dúvida, não poderia deixar de dizer que o livro é...
RECOMENDADÍSSIMO.