Brenda 20/09/2023
O Drácula de Stephen King
Nunca pensei que daria uma chance para esse livro, porque, sendo bem sincera, histórias de vampiros não me chamam atenção. Por isso, sempre torci o nariz para a versão de vampiros do Stephen King. O que me convenceu dar uma chance foi saber que o livro tinha como um dos personagens principais uma criança viciada em quadrinhos de creppy show.
Então comecei o livro sem muitas expectativas, mas, logo de cara, o que me fisgou foi a escrita do Stephen King, que é muito gostosa. Como de praxe nas histórias do King, a história demora muito a acontecer, mas a demora para engrenar serve de base para desenvolver os personagens principais desta trama.
O livro é dividido em três parte e a primeira foi a minha preferida, porque gostei do gancho que o autor usou para começar a segunda parte. Mas, justamente pela forma como a primeira parte termina, esperava um pouco mais da segunda e terceira parte.
Partes positivas: a escrita é envolvente, os personagens são tridimensionais e gostei da forma como o King preservou os estereótipos do vampiro que temos em mente para a história dele. Ainda falando dos personagens, alguns deles são tão interessantes, que lamentei demais que não houvesse mais coisas sobre eles. Logo nas cem primeiras páginas o King nos apresenta muitos personagens, mas pelo menos para mim isso não me gerou confusão. Mostrou apenas que numa cidade pequena como Salem, é comum que as pessoas se conheçam e é interessantes os leitores conhecerem essa cidade como um todo. Além do mais, o King mostra exatamente quais destes personagens a gente deve dar atenção especial porque é um personagem muito importante para a trama e quais são plano de fundo.
Partes negativas: senti muita falta de ação, em vários momentos eu só conseguia pensar que precisava de mais movimentação por ali. Além do mais, o vampiro da história, que é o Kurt Barlow, na minha opinião aparece muito pouco. Pode ser interessante para se criar a imagem do mito, mas gostaria de ter tido mais ações com o vampiro da história, na história. Também gostaria que o King tivesse colocado o Mark mais cedo na história, senti que ele foi enfiado ali no final sendo que poderia ter tido mais pontos de vista dele na primeira parte, por exemplo. Também gostaria de mais partes com o Padre Callahan. Estou ciente de que ele é um personagem importante na saga de Torre Negra, mas achei que ele era mais forte e interessante do que o próprio Ben, ainda que o Padre Callahan só apareça na parte final do livro.
Por fim, algumas decisões do autor me surpreenderam positivamente, como por exemplo a história da Susan. Gosto do fato de ela não ter caído no estereótipo de mocinha que precisa ser salva, se mostra independente e forte e com personalidade. Também gostei do final que o autor deu pra personagem justamente porque fugiu do obvio.
Dei quatro estrelas porque gostei da escrita e me diverti de verdade, mas a falta de ação e aprofundamento em determinados personagens me fez tirar uma estrela.