Nay C 16/03/2019
Uma história sobre Brianna, uma história sobre família
A segunda parte de Os Tambores do Outono é de uma intensidade e complexidade sem igual. Acompanho a história de Claire e Jamie, amo esse casal, mas esse livro foi sobre Brianna, a filha deles, tinha que ser sobre ela, para a história ganhar novos ares e lugares inexplorados, dentro do rico contexto histórico apresentado. Uma moça corajosa, decidida e teimosa (como o pai), que não deixou mãe, pai, o namorado Roger, nem ninguém escolher por ela. A primeira vez que viu seu pai foi de forma tão simples e delicada... construíram uma relação de momentos bons e de conhecimento, e de conflitos também, por ambos serem tão teimosos e com temperamentos parecidos.
Roger por outro lado, apesar de amar Brianna e eles combinarem, em alguns momentos estava agindo como se fosse dono dela, com pensamentos e atitudes machistas, como se pudesse controlar Brianna... isso me deixou um pouco incômoda, mas nem todos os homens do livro podem ser como Jamie Fraser, né? Entretanto vemos que um não consegue mais ficar longe do outro. E que ele fez sacrifícios para estar perto dela também.
E quando tudo parecia caminhar bem, Brianna passou por uma situação terrível, algo que eu não esperava e quando aconteceu fiquei pasma! Senti as dores dela, perdida como ela, ansiosa por ela, senti a preocupação de Claire e Jamie... me coloquei no lugar de todos esses personagens queridos e isso tornou a história tão intensa, que tive que ler mais devagar para absorver. Praticamente tudo que aconteceu depois no livro teve origem nesse fato. Brianna sofreu bastante, ficou na incerteza, na espera, sem muito como poder agir, mas ainda assim agiu, fez escolhas e aceitou as consequências.
E a gente vê consegue ver como que essa história é bem amarrada, como a autora não dá ponto sem nó. Tem bastante descrição? Sim. Tem vários personagens novos? Também. Mas é incrível como os fatos se encontram e fazem sentido em algum momento. E apesar de dizerem aqui que o passado é imutável, as pessoas do futuro foram parte importante de encontros, reencontros e da construção do passado, por mais simples e pequeno que fosse, que se talvez não tivessem participado o futuro não seria como deveria ser.
E o final foi do tipo recomeço, uma nova vida, em família.