Por que (Não) Ensinar Gramática na Escola

Por que (Não) Ensinar Gramática na Escola Sírio Possenti




Resenhas - Por que (Não) Ensinar Gramática na Escola


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Davi.Paiva 22/01/2023

Recomendo!
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Conheci este livro enquanto prestava um concurso público para a Prefeitura de São Paulo. Li muita coisa visando o aprendizado e até uns resumos / podcasts / resenhas técnicas. No entanto, esta obra me chamou tanto a atenção que decidi fazer uma resenha da mesma.

Embora seja um livro de 1996, ele tem uma linguagem bem atual e não tão acadêmica ao ponto de ter fácil compreensão. E sendo uma obra curta, é possível fazer a leitura em poucos dias.

Sobre o conteúdo em si: não levem o título tão a sério como eu levei quando o conheci. Não é que não se deve ensinar a gramática. A questão é que um brasileiro já tem uma proficiência com a língua que não deve ser ignorada visto que ele já sabe pronunciar "os meninos" e saiba que "os menino" esteja errado, mas dificilmente dirá "as menino". Sem contar que ainda que sua proficiência escrita seja limitada pelo vocabulário e/ou noção da construção sintática, seu ouvir e falar ainda o deixam em posição que um estrangeiro precisa de anos para alcançar. Logo, o ensino de gramática é válido para a proficiência. Só não deve ser levado a ferro e fogo, visto que muitas pessoas nem imaginam o quanto escrevem ou falam com erros e mesmo assim exigem perfeição das pessoas mais novas.

Recomendo!
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Petra 14/09/2022

Eu amei essa leitura! O autor escreve super bem, é gostoso de acompanhar. Gostaria que o ensino que ele descreve fosse concreto. O sistema de ensino precisa ser reformulado!!
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VerAnica.Cardoso 19/11/2021

A leitura desse livro foi importante para rever alguns conceitos e metodologias no ensino da Língua Portuguesa, gostei da ênfase que o autor deu para as práticas de leitura e escrita em variados contextos e situações no espaço escolar. Outro ponto interessante foi sobre a importância de acessar o dialeto padrão, sem perder de vista a valorização de todos os dialetos, adequando o registro linguístico às situações que vivenciamos sejam estas formais ou informais.
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linha 14/09/2021

Como esse livro eu li pra faculdade, e estava esperando capítulos longos e cansativos, tive a felicidade de conseguir ler ele rapidinho, e entender o que estava sendo proposto ?
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linne 11/08/2021

Gostei!
É um bom livro para quem está iniciando os estudos em linguística, pois contém uma abordagem simples sobre conceitos importantes e há uma relação com a aplicação prática nas aulas de português nas escolas.
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Fernanda.Prates 15/07/2021

O livro gera inúmeros questionamentos acerca do uso da língua e suas variações, além de discutir como a gramática pode ser abordada nas aulas de português.
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Daniele Freitas Pacheco 10/06/2022

Livro essencial para todos os professores de linguagem. Possui uma abordagem teórica relevante trazida de maneira simples e didática.
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Gui 04/07/2019

O ensino de língua materna para além de “certo ou errado”
Por que (não) ensinar gramática na escola, de 1996, traz um apanhado de propostas concretas que buscam mudanças e aprimoramento no ensino de Língua Portuguesa. Através de recomendações fundamentais, Sírio Possenti, importante linguista brasileiro, é enfático ao afirmar que para o resultado efetivo no ensino de língua materna é necessário não apenas uma lista de desejos utópicos, mas sim uma verdadeira revolução na educação.

Ao longo do livro, é apresentado o debate sobre os métodos utilizados pelos professores de língua portuguesa no período de escolarização, mais especificamente no ensino de língua materna. Sua análise tem como foco o ensino com metodologias que possuam atividades significativas para os alunos, sugere aos docentes a utilização de práticas de ensino que possam trazer o aluno para o processo de aprendizagem. São discutidas maneiras de melhorar o rendimento dos alunos nas salas de aula e são feitas críticas ao modelo utilizado pelos professores. Além disso, são propostas atividades que possuam práticas efetivas e com contextualização, para que sejam aplicadas.

Possenti diz que todo ser humano possui a capacidade de desenvolver uma língua – exceto nos casos em que haja problemas graves de saúde – e que todos, por volta de três anos de idade, já falam e formulam frases contextualizadas de acordo com os parâmetros marcados no período de aquisição da língua. É espantosa a velocidade com que se aprende a falar, sem ensinamentos, mas apenas com a vivência do dia a dia com outros falantes. No cotidiano não são apresentadas pelos pais às crianças, por exemplo, tarefas metódicas como ligar palavras, separar sílabas, procurar palavras em textos, decorar conjugações de verbos, mas, em contraponto, a criança aprende a falar com atividades significativas, que ocorrem com naturalidade na vida (fora da escola). Isso se vê quando observamos uma criança praticar diálogos com os pais ou outras pessoas do meio social. Para que se tenham resultados positivos no ensino básico é necessário que seja utilizado o modo mais próximo possível aos quais as crianças são expostas na vida, nas ruas. Não podemos ficar somente com as metodologias convencionais, visto que o indivíduo desenvolve a língua sem estar sujeito a regras. Desse modo, o ensino de língua materna deve ir além do ensino de nomenclaturas gramaticais e ter o foco voltado para atividades que desenvolvam a leitura, a escrita e a interpretação de textos, o que, inclusive, é maciçamente cobrado, hoje, em vários exames, como, por exemplo, o Enem.

O livro fornece uma espécie de “receita” para estipular programas de ensino de língua materna, com foco nos alunos que já lêem e escrevem minimamente. Partindo do princípio que não se ensina aquilo que já é sabido, deve ser feito levantamentos e avaliações para verificar o que os alunos já dominam e o que lhes falta, não é recomendável utilizar manuais para definir o que será ensinado aos alunos. Por exemplo: para saber as dificuldades e domínios de uma turma do sétimo ano do ensino fundamental basta analisar os cadernos dos alunos do ano anterior. Assim, serão sabidos quais caminhos os professores deverão percorrer para atender as demandas dos alunos. Isso poderia ser adotado em todos os anos escolares. Com esse método seria explícito o que os estudantes ainda não dominam do conteúdo proposto na disciplina de língua portuguesa.

Outro debate importante sugerido é a discussão sobre a diferença entre conhecer a língua e conhecer a gramática. Todos nós sabemos usar as regras gramaticais, pois também as adquirimos no processo de aquisição da língua materna, o que não quer dizer que conhecemos explicitamente essas regras gramaticais. É possível que aprendamos uma língua sem saber os termos técnicos convencionais que a regem. Possenti nos mostra que em concursos públicos e vestibulares, por exemplo, aparecem mais questões relacionadas à gramática, mas enfatiza que o profissional de Letras não deve se acomodar a essa situação. Reafirma que é necessário lutar por reformas na educação, pois são, inclusive, os professores de Língua Portuguesa que elaboram essas avaliações.

Durante os primeiros anos do ensino de língua materna devem ser mescladas aulas de gramática com atividades voltadas à literatura e interpretação de textos. O ensino de gramática não pode ser o “carro-chefe” de um curso de língua portuguesa, é preciso que os professores tenham a autonomia de elaborar materiais e aulas sem a obrigatoriedade de ter que abordar apenas regras e classificações.

Por se tratar de um debate de extrema relevância para os profissionais de ensino de Língua Portuguesa, Por que (não) ensinar gramática na escola tem, ainda em 2019, grande importância para a reflexão dos atuais e futuros profissionais de língua materna. Segundo dados oficiais do Ministério da Educação, a disciplina está entre as que os alunos possuem maior dificuldade em captar os conteúdos desenvolvidos, lado a lado com matemática – o curioso é que as disciplinas são de áreas completamente opostas. O problema pode ser um reflexo dos métodos repetitivos e reproduzidos ao longo de décadas sem criticismo por parte dos professores. Reafirmo: o professor deve ser autônomo e ter mapeamento das turmas para decidir que percurso irá traçar em seu curso de Língua Portuguesa. Para isto, deve ser posto em lugar de protagonismo a aprendizagem, e não o ensino, como Possenti sugere: “O ensino deveria subordinar-se à aprendizagem.” Tal ideia leva em consideração um ensino que acolha o conhecimento e as colaborações dos alunos juntamente às habilidades do docente, ou seja, o professor de língua portuguesa deve atuar como mediador e jamais silenciar um aluno. Desse modo, o percurso passará a ter efeito de construção (coletiva) de conhecimento e não apenas de transmissão – exclusivamente por parte do professor.

O livro é, portanto, categórico e traz à tona uma reflexão que continua atual, já que o objetivo principal é a eficácia no ensino de língua portuguesa e o desenvolvimento dos estudantes. A língua materna deve ser aperfeiçoada, descrita, debatida e trabalhada em sala de aula por meio de atividades pertinentes e significativas. Não deve ser ensinada tendo como foco normas e regras que tornam o ensino maçante. Além disso, devem ser propostas atividades que tenham sentido para a vida, para além dos muros da escola, para o dia a dia dos falantes. É claro que estudar gramática é fundamental, mas o ensino não pode ser pautado exclusivamente em aplicação de regras e apontamentos de certo ou errado, como Possenti disse: “o domínio competente da língua não requer o ensino de seus termos técnicos” (1996, p.54).
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Marcia 21/03/2023

É como esse livro mostra o quanto a escola está perdendo tempo no estudo da língua, de que adianta decorar inúmeras nomenclaturas se não sabe pra que servem as palavras.
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Dayvid Simplicio 29/05/2018

Sírio Possenti, natural de Arroio Trinta, Santa Catarina, graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1969), fez mestrado (1977) e doutorado (1986), ambos em Linguística, na Universidade Estadual de Campinas. Atualmente, é professor titular no Departamento de Linguística da Universidade Estadual de Campinas. Atua em diversas áreas da Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, principalmente na sub-área da Análise do Discurso, em especial nos campos do humor e da mídia. Autor de várias obras, tais como: Discurso, estilo e subjetividade (1993); Os humores da língua (1998); Os limites do discurso: questões para analistas do discurso (2002), entre outras.
“Por que (não) ensinar gramática na escola” é uma de suas obras que nos faz refletir sobre a metodologia de ensino de Língua Portuguesa adotada pela grande maioria das nossas escolas, e que está profundamente arraigada nas práticas. É dividida em duas partes; a primeira apresenta dez teses básicas que discorrem sobre o ensino de gramática e língua materna e suas implicaturas no aprendizado. O autor esclarece, para começo de conversa, que é preciso ensinar a língua padrão na escola, mas que ela não deve ser tida como a única, a correta, a ideal, em detrimento das outras variantes.
De forma clara e objetiva, Possenti afirma que todas as línguas são um sistema complexo; afirmação esta que vai desmentir toda ideia de que existem línguas fáceis e/ou difíceis, sofisticadas e/ou rudimentares. Quebra o preconceito construído por uma sociedade que domina uma língua e julga os que a falam diferente, considerando-os falantes errôneos, fazendo a demonstração que todos os falantes, sejam eles usuários de qualquer dialeto, falam o tempo todo, ou seja, já são falantes ativos. Relaciona a tese ao ensino em sala de aula, onde defende que a escola não ensina língua materna e que deveria ensinar aquilo que os alunos não sabem e não o que já dominam. Ele indica que a escola deve empenhar-se no ensino de língua no campo textual, bem como sua produção e suas técnicas eficazes de leitura.
Possenti ainda amplia o conceito de Gramática, ao dizer que seu aprendizado está além de decorar regras ou fazer análises morfossintáticas, e que na verdade, é bem mais profundo que isso o conhecimento inconsciente de que dispõem os falantes, para utilizarem efetivamente a linguagem. Esta ideia nos faz menção (conforme evidencia o próprio autor) da teoria Gerativa da aquisição da linguagem, idealizada por Noam Chomsky.
Dando continuidade, o autor defende o fato de que todas as línguas variam, já que em todos os países e comunidades linguísticas, existe variação. Ele aponta para fatores externos à língua (geográficos, de classe, de idade) e internos, onde a variação é guiada por estruturas interiores à língua. Defende a variedade linguística nos diversos contextos sociais abominando a ideia de que a língua é uniforme.
O autor rememora o fato da mutabilidade das línguas, para solidificar o seu argumento de que é tolice estatizar o ensino de língua portuguesa, reduzindo-o, por tanto tempo, exclusivamente ao aprendizado de regras, como se a gramática constituísse a própria língua. Em outras palavras, diz que a gramática prescreve normas de construção linguística que há algum tempo já estão obsoletas. E finalmente, após discorrer claramente sobre a diferença entre língua e gramática da língua, afirma: “O domínio efetivo e ativo de uma língua dispensa o domínio de uma metalinguagem técnica.”
A segunda parte da obra traz uma aplicação prática de uma nova metodologia idealizada por Possenti, baseada na ideia principal, defendida na primeira parte, de que não é necessário ensinar a gramática na escola, quando o objetivo é fazer com que o aluno tenha habilidades com a linguagem padrão. O autor define os conceitos de três tipos de Gramática: a normativa, a descritiva e a internalizada, e baseados em cada um deles, descreve os conceitos de regra, erro e língua.
Possenti enfatiza a importância de, no ensino, possibilitar ao aluno que ele domine satisfatoriamente a linguagem, em suas diversas manifestações, de modo que possa utilizar-se dela adequadamente em cada contexto de fala, de interação. Afinal, “aprender uma língua é aprender a dizer a mesma coisa de muitas formas.” Uma vez conhecendo a língua como ela realmente é, ou seja, como ela acontece em seu uso real, o aluno poderá apreender com mais facilidade as normas que regem o seu funcionamento. Atribui ainda a dificuldade de aprendizado da gramática por parte dos alunos à falta de domínio da língua, que deveria vir em primeiro lugar, mas que, por causa da carência de práticas eficazes e intensas de leitura, escrita e interação, não acontece na realidade.
As ideias apresentadas nesta obra são um tanto polêmicas no meio linguístico, diante da postura do autor e das divergências que este tema provoca. Reconhecemos a importância de serem revistos os métodos de ensino da gramática tradicional, para um melhor e mais eficaz conhecimento da língua. Mas precisamos ter cautela no momento de pôr em prática novos métodos. Há muito tempo que a tradição de ensino constitui a formação intelectual dos brasileiros, por isso as mudanças que pensarmos devem ser aplicadas gradativamente, do contrário, decisões drásticas podem desestruturar o sistema interno de organização do ensino e causar outros problemas, principalmente no aprendizado dos alunos, que já se habituaram a um ritmo. O próprio Possenti reconhece a dificuldade que existe em aplicar suas ideias, diante da falta de materiais didáticos que orientem a metodologia, e ao mesmo tempo, dispensa essa necessidade do primeiro plano, considerando que o principal material de trabalho para essa aplicação será a produção textual do aluno.
A evidência é que o ensino de língua não tem tido sucesso ultimamente entre os usuários. Existe, e é claramente perceptível, por parte de alguns alunos, uma repulsa às aulas e ao aprendizado da língua, porque, apesar de estabelecerem contato com algo que lhes é parte integrante, característica fundamental da constituição do ser, não se sentem familiarizados com o método de ensino, que lhes distancia da maneira como utilizam e consideram a linguagem.
Julgamos que a obra é por demais importante para orientar a prática de todos os professores de língua portuguesa de todos os níveis de ensino, bem como para a formação de profissionais e cientistas da Linguística e para estudantes do curso de Letras.
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mapadlivros 21/07/2023

Um livro bem escrito e muito bem exemplificado em seus exemplos, trazendo ampla reflexão sobre os assuntos tratados e sendo muito relevante.
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Dudu 26/06/2021

Repensando o ensino de Português
Livro de conteúdo bastante acessível e muito válido para quem está estudando para ser professor de Português. Esse e o do Marcos Bagno (Preconceito Linguístico) se complementam muito bem, pois conseguem expandir demais nosso campo de visão, fazendo com que a gente reflita sobre muitas coisas que são tidas na sociedade como "óbvias".
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Peselin 01/06/2021

Ensino de português
É um livro muito interessante para o ensino de gramática nas escolas, para que evitemos o aumento dos preconceitos linguísticos e um domínio maior da língua.
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