Como Tirar Proveito dos Inimigos e Como Distinguir os Aduladores dos Amigos

Como Tirar Proveito dos Inimigos e Como Distinguir os Aduladores dos Amigos Plutarco




Resenhas - Como Tirar Proveito de seus Inimigos


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tiagonbraz 22/09/2023

Como Tirar Proveito de seus Inimigos, de Plutarco
?Queres curar outrem, quando regurgitas de úlceras!?

Este livro, escrito por Plutarco por volta do ano 100, faz parte da Moralia, série de sessenta e cinco tratados do autor sobre diversos temas morais, éticos, religiosos, literários etc. Pela ética ser universal na vida humana, seja no ano 100 ou em 2023, podemos ler este livro e tirar (ao menos) algumas lições que podem ser úteis a nossa vida - claro, levando em conta o contexto em que e para quem o livro foi escrito.

A palavra ?inimigo? parece ser muito forte para nossos padrões modernos. Apenas esta diferença pode afastar o leitor do século XXI dos ensinamentos de Plutarco; assim, para se evitar o anacronismo, pode-se ampliar o alcance da palavra ?inimigo?, tentando aplicar os conselhos a situações cotidianas da vida - alguns dos quais, sem dúvidas, podem ter aplicação direta.

Neste livro, que Plutarco dedica a um procurador da Acaia, seu contemporâneo, o autor busca dar conselhos práticos ao leitor sobre como lidar com o fato de ter ?inimigos? - pessoas que não nos querem bem -, e tirar proveito disso por meio de diversas ações e modos de lidar com as censuras e com o sucesso de outrem. Seus ensinamentos têm claras influências do estoicismo, uma filosofia vigente 300 anos antes de Plutarco, como o ?não se deixar abalar com os acontecimentos externos? e o ?olhar a si mesmo?.
O autor parte da premissa que é muito difícil, se não impossível, não ter inimigos. Como é dedicado a um procurador da Acaia, neste meio particularmente é impossível, visto que se trata ?da administração política, fonte fecunda de inimizades e de ódios?. Assim, trata-se particularmente de dicas a este público, embora haja ensinamentos importantes para qualquer ser humano, dadas as pertinentes relativizações.

A primeira maneira de tirar proveito do inimigo é, como o inimigo nos observa atentamente, buscando defeitos, isso faz nós mesmos nos observarmos atentamente, e essa mesma observação torna-se um hábito de virtude, faz-nos evitarmos os defeitos, evitarmos a negligência conosco mesmos. Cultivando a virtude, assim, ?afligimos? o inimigo. Outro conselho, que de um modo ou de outro já tivemos contato, é o de evitar criticar os outros sem antes averiguar a nós mesmos. Plutarco traz o exemplo de Platão, que após se encontrar no meio de outros com costumes dissolutos, ao sair da companhia deles perguntava a si: ?Não sou eu próprio, por acaso, um de seus semelhantes?? E, mais uma vez tentando convencer o leitor de que deve-se buscar seus defeitos antes de apontar os dos outros: ?Crês que para ter direito de censurar basta ser homem de espírito, falar com voz forte e tom categórico? Não, é preciso estar resguardado de toda acusação e de toda censura. Com efeito, a nenhum outro, parece, o deus recomenda tanto a prática do ?conhece-te a ti mesmo? como ao homem que se intromete em censurar outrem?.

Conectando também com o outro tratado de mesmo tema, ?Como Diferenciar o Bajulador do Amigo?, Plutarco diz que é dos nossos inimigos que devemos ouvir a verdade, pois a franqueza e nossos verdadeiros defeitos dificilmente serão apontados pelos amigos - e, mais impossível ainda, dos bajuladores. Claro que este tipo de situação parece mais plausível na época de Plutarco, particularmente para homens de poder e políticos - no entanto, a maneira de tratarmos as críticas, mesmo em nossas vidas, a mim parece bastante válida mesmo nos dias atuais. Assim, ao recebê-las, mesmo se forem infundadas, é razoável examinar a si mesmo, verificar se temos algum dos defeitos apontados antes de rebater as críticas.

Por último, como lidar com o sucesso do inimigo. Sem dúvidas é comum o rancor, a inveja nesta situação. Plutarco vai por outro caminho, e exorta o leitor a ser generoso, reconhecer as conquistas do inimigo - isso como um ?treinamento? para nossa própria grandeza moral: cultivando em nós mesmos as virtudes e não os vícios, e para treinarmos sermos generosos com nossos amigos.

A escrita de Plutarco é cheia de imagens e analogias com outras histórias de personagens gregos - mitológicos ou não - e referências da natureza, que objetivam facilitar a compreensão do leitor do argumento do autor. Todo aconselhamento é seguido de diversos exemplos que ilustram o que ele quer dizer, tornando a leitura mais prazerosa. É uma leitura rápida, mas interessante. E, como se trata de discussões morais, esta pequena obra de Plutarco continua sendo válida, e provavelmente continuará pela eternidade.
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Vinícius 28/01/2023

Amigos e inimigos
Escrita há quase de 2.000 anos pelo historiador e filósofo Plutarco, essa curta obra trás conselhos, reflexões e advertências para o convívio humano, tanto com amigos quanto com inimigos, reunindo ensinamentos de Platão, Aristóteles, Eurípides e das obras do poeta Homero.
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Leonardo88 15/12/2021

O problema sempre está em nós!
Não darei 5 estrelas pois o autor recorre diversas vezes a exemplos que é muito bom , mas muitos dos exemplos com personalidades da época e da própria mitologia grega não conhecemos .
Mas os ensinamentos presentes no livro são sempre fantásticos!
Como tirar proveito dos inimigos nos mostra que devemos saber reconhecer as virtudes presentes neles e tentar aplicar essas virtudes em nós mesmos combatendo nossa inveja , orgulho e vaidade! No como diferenciar um amigo de um bajulador vemos que este só nos atingem pois somos orgulhosos e somos e somos cheios de si- além de enfatizar também a importância dos verdadeiros amigos e de como sermos sinceros utilizarmos da franqueza de maneira correta!
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(@jr__barboza) 12/02/2020

102.Como tirar proveito de seus inimigos - Plutarco (98 d.C.)
Escrito no primeiro século da era Cristã este livro reúne cartas que foram oferecidas aos amigos de Plutarco onde ele aconselha como se portar e como separar amigos bajuladores e inimigos, segundo o autor devemos ter bons amigos e inimigos melhores ainda.
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Njaine 28/01/2010

Não tão rápido
O livro é basicamente dividido em duas partes: a primeira referente ao próprio título, e a segunda que é sobre os aduladores. Ao falar sobre os inimigos, Plutarco, tem como idéia principal que muitas vezes a visão deles sobre nós pode ser mais fiel do que a de nossos amigos. Portanto os inimigos seriam úteis para nos ajudar a moldar nossas atitudes afim de nos tornarmos pessoas melhores que eles. Já a parte dos aduladores é bem maior e bem mais complexa. Nesta etapa do livro ele da uma grande quantidade de exemplo para você conseguir distinguir os bajuladores dos amigos de verdade. No meu entendimento, os amigos e os pela-sacos são exatamente iguais se você não olhar com cuidado. Porém, aqueles estão visando o nosso próprio bem através de seus elogios e críticas, e estes visam o bem deles próprios.
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Skywalker 15/03/2009

Livro muito chato, o único ponto positivo e que algumas idéias que Plutarco aborda são boas podendo ser aplicadas até nos dias de hoje.
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Élida Lima 04/03/2009

Sinceramente, acho que não é mais "atual".
Mas posso estar enganada.
Sempre há um renascentista para discordar.
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