Resenhas - A Praça do Diamante

Colombo 13/04/2024

Uma boa companhia
A fantasia pessoal não é minha grande atração na literatura, talvez isso tenha me impedido de gostar de forma completa de A Praça do Diamante. Acho interessante a narrativa, mas por muito momentos foi difícil continuar e me sentir próxima da história.

Raphael Santos 25/03/2024

Delicado e sensível
Minha primeira incursão na leitura em espanhol foi para aprimorar meu domínio do idioma. Mesmo sem compreender todas as palavras, consegui imergir na trama delicada e sensível da vida de Natália durante a guerra civil espanhola.

A história oferece várias interpretações, especialmente quando consideramos o simbolismo das pombas, personagens-chave ao longo do livro.

No final, é uma leitura sensível e dolorosa sobre uma mulher que perde tudo e carrega por anos um grito de angústia em busca de redenção. Uma narrativa verdadeiramente bela e comovente.

Hannah Green 19/03/2024

Agora quero ler tudo da Mercè Rodoreda.
Faz muito tempo desde a última vez em que terminei um livro que me surpreendeu tanto, que foi uma leitura que me tocou tanto, que me acendeu a vontade de ler mais da escritora. Mercè Rodoreda me encantou com sua escrita delicada, forte, cirúrgica, no senti mais visceral da palavra, inclusive. Nunca achei que leria algo sobre a guerra Espanhola, e sobre as condições aos quais os civis foram submetidos, com tanto lirismo e de uma beleza na escrita. Redoreda faz você rir, chorar, se irritar, se indignar, se compadecer... enfim! Todos os sentimentos que ela tenta provocar em quem está lendo, ela consegue, de forma que a angústia da Colometa vira a sua angústia, o medo da Colometa, vira o seu medo, o relacionamento horroroso te dá gastura, como dá na Colometa, e você consegue sentir todos os cheiros e sons que inebriam a personagem na dificuldade e na tristeza, você se sente sozinha lendo o livro e vendo ela se sentir sozinha, foi uma leitura que despertou bastante gatilhos, foi bem difícil ler em alguns momentos, principalmente a primeira parte, do primeiro relacionamento dela, acho que para todas as mulheres que viveram algo assim, é uma parte difícil, mas o final é lindo, é tão incrível, é o final que não é nada parecido com os contos de fadas, mas é o melhor final possível para uma história como a dela, e foi como se eu também estivesse vivendo aquele final, e eu também me senti finalmente feliz e respirando pela primeira vez, como acontece no último capítulo com nossa heroína (como chamaria Jane Austen). Recomendo fortemente, virou uma das melhores do ano, sem nenhuma dificuldade.

Recomendado para maiores de 14 anos.
Alerta de gatilhos: relacionamento abusivo e suici.dio.

Rayliterando 06/02/2024

Eu jamais voaria, da forma que foi induzido a "colometa".
Um livro, eu diria não muito bom. Creio eu que por sua época, e pela percepção de determinadas pessoas. A guerra. Culpada de eventos "machistas" e "narcisistas".

Barbara 02/02/2024

A escrita do livro é lindissima. Gostei demais da personagem principal, o jeito infantil de olhar a vida e a forma como ela descreve o que sente, o que pensa. Achei a história meio lenta e trágica demais.

Paola 25/12/2023

"A Praça do Diamante", de Mercè Rodoreda, chegou até mim por meio de um clube de assinaturas em 2017, despertando minha curiosidade com uma revista que contextualizava a autora. Descobrir a história de vida de Mercè adicionou uma camada fascinante à minha experiência de leitura.

O livro não me cativou no início, mas acompanhar a jornada da personagem Natalia gerou em mim, ao longo da leitura, identificação e empatia.

Os eventos da Guerra Civil Espanhola, entrelaçados com as lutas pessoais de Natalia, muitas delas enfrentadas em razão do seu gênero, trouxeram complexidade emocional à narrativa.

A crueldade dos cenários de guerra intensificou minha conexão com a protagonista, tornando impossível não me comover com suas adversidades.

Assim, as transformações na personagem e os desdobramentos históricos convergiram para criar uma leitura envolvente.

Usando as palavras da própria autora, A Praça do Diamante é um romance sobre amor, ainda que não tenha um grão de sentimentalismo.

Leila 16/04/2023

Colometa é forte!
A Praça do Diamante- Mercê Rodoreda 240 páginas

4,1 ? no Skoob

É um livro da TAG- Experiências Literárias, Coleção Mundo 2017.

Escrito originalmente em 1962, está ambientado na cidade de Barcelona, na Espanha e retrata um pouco da transformação vivida pelas famílias durante a Guerra Civil Espanhola.

Conta a história de Natália, apelidada pelo marido, Quimet, de Colometa (pomba). Os dois se conhecem em uma festa na Praça do Diamante, se casam e tem dois filhos. O comportamento dele é extremamente machista e autoritário. Chama muito a atenção a criação de pombos que aos poucos invade a casa e torna a vida insuportável para a esposa. Quimet vai para a guerra e a partir desse momento começa a descrição da fome e da miséria humana. Quando Natália pensa em dar fim na vida sua e de seus filhos, surge Antoni, o merceeiro. A vida melhora, mas as marcas são eternas.

sr. felix 21/02/2023

De fazer chorar e de fazer rir.
A Praça do Diamante conta a história de Natàlia, ou, para quem irá ler e se familiarizar, a doce e gentil Colometa. Ela mesma emprega a voz como narrador-personagem e nos deixa a par de tudo com seu monólogo inocente.

A moça vive uma vida tranquila e segura até o dia em que conhece Quimet, um jovem destemido e impetuoso. Com ele se casa, tem filhos e passa a criar pombos. Não tarda para que Colometa se veja em maus bocados.

Refém de todos ao seu redor, sujeita a opiniões e decisões alheias, a jovem inexperiente tem de lidar com responsabilidades que logo se tornam um fardo. A rotina do casal segue o ritmo ordinário de convívio e aprendizado até o momento em que ocorre a implosão espanhola e inicia-se a Guerra Civil.

O estandarte lúgubre se estende enquanto sopra o vento cruel da desgraça sobre todo o país. Em pouco tempo o conflito leva-a à extrema pobreza, leva também aqueles que ela ama, e faz a pueril Colometa desejar matar os próprios filhos para livrá-los da morte lenta e gradual.

Por sorte, encontra alguém, a guerra acaba, e a poeira do passado vai lentamente se transformando em um solo antigo, pedregoso, saudoso porém perdido. Um livro para ficar guardado na estante e no coração. Coisa fina, de fazer chorar e de fazer rir.

Luci 19/02/2023

Antes de tudo, quero dizer que se estás ponderando se deves ler esse livro ou não, meu conselho é: leia!

Demorei anos para ler até o fim. É mais um dos casos em que começamos até a página tal e largamos por um hiato que se estende por muito mais tempo do que imaginávamos a princípio. Isso me dói muito! Porque eu me apaixonei por esse livro, perdidamente, intensamente. Enquanto lia, só pensava onde eu estava e onde ele estava? Se esse encontro teve de acontecer agora, gostaria que outras pessoas tivessem a oportunidade de conhecê-lo antes.

A forma como esse livro é narrado me trouxe uma sensação tão incrível. Conversou comigo de tal maneira que não consigo explicar. É sincero, é caótico, é um monólogo dotado de fluxo de consciência. Aqui, os objetos têm vida, tudo tem importância. É uma história cheia de simbolismos, que se dói toda, com uma protagonista que me inspirou muita empatia, por sua ingenuidade, por sua força, por seu deslumbramento com o mundo. Ela que no início tinha de ser dura, cristalizar toda a sua dor, ter um coração feito de gel e depois se tornou toda suave, após os horrores que sofreu.

É difícil escrever essa resenha sem me emocionar, porque esse livro é muito bonito. Colometa, nossa pombinha, nossa Natàlia, que viveu sua revolução dos pombos bravamente enquanto a guerra civil ocorria ao seu redor, e sofreu, sofreu. Sofreu por sua condição de mulher em um governo fascista, pelo patriarcalismo, mas travava suas próprias batalhas, não menos difíceis do que as dos homens no front da guerra.

Achei o final desse livro extremamente bonito.

Keylla 05/02/2023

Comecei com o pé direito em 2023! Livraço!
“A Praça do Diamante” da escritora catalã Mercè Rodoreda é um verdadeiro deleite da literatura. Escrito em capítulos curtos, fluidos e narrado em primeira pessoa, foi um achado na minha biblioteca.

O livro conta a história de Natàlia, a Colometa (que significa “pomba” em catalão), que na década de 30 era uma balconista que vendia doces numa loja local. Durante um baile na Praça do Diamante conhece Quimet, que será seu futuro marido, e como pano de fundo, A Guerra Civil, retratará as questões pessoais e emocionais de Natàlia. Com os passar dos eventos novos personagens vão surgindo na vida da nossa querida protagonista onde a crueldade é mesclada com a ironia e o lirismo.

A narrativa é repleta de poesia e de encantamento da personagem principal. De certa forma a Colometa me lembrou um pouco da Macabéa, da Clarice Lispector. Ambas com um amor ingênuo, doce, tentando se encontrar na vida e um olhar poético para o dia-a-dia. É um romance de amor, por mais que não exista tanto sentimentalismo. A forma como o amor é retratado na juventude e na vida adulta são trabalhados com uma sensibilidade ímpar. O ditado diz que nada que está ruim pode piorar! Mas a cada capítulo vemos que tudo irá de mal a pior com a Colometa. E isso me fazia torcer por ela.

Guimarães Rosa disse que “a felicidade se acha é em horinhas de descuido”. A partir do momento que se deixa o passado para trás, temos a certeza que Rodoreda concorda com o escritor mineiro.

Karolline.Campos 14/01/2023

Amor
Belíssimo romace, escrito de alma para alma, onde a passagem do tempo e a concepção de juventude e de amor são trabalhados maravilhosamente.

Confesso que o enredo só me pegoua partit da metade. Acredito que se voltar a ler a obra em outras circunstâncias, reconsiderarei e acabarei marcando as 5 estrelas.

Foi incrível demais ter, nessa versão, o contato direto com o pensamento da autora que discorre sobre a genese da ideia do livro e aponta linhas interpretativas intensas.

Ivan.Lucas 12/12/2022

Um verdadeiro achado
Gostei muito da leitura. A cada capítulo não sabia se a autora estava falando dela mesma ou acerca da protagonista: realidade e ficção, definitivamente, nessa obra, se misturam constante. Não é uma leitura fácil, mas é bem agradável. Recomendo a leitura de Mercè Rodoreda.

Rafael 07/05/2022

Singelo encantado
Não sei se classifico essa obra como o livro das peculiaridades ou da simplicidade. Não que ela seja vazia e supérflua. Pelo contrário, é de uma profundidade simplória, por mais parodoxal que isso pareça, que arrebata qualquer leitor. E essa circunstância é o que há de mais bonito no livro. Engana-se aquele que acredita ser fácil escrever de forma simples e acessível, valendo-se de conceitos próprios extraídos do que há de mais comezinho na vida. Na verdade, essa tarefa é verdadeiramente hercúlea, pois apenas pessoas dotadas de vasta sensibilidade são capazes de enxergar o céu em uma poça d'água que é desfeito pela agitação ali provocada por um passarinho. O lirismo dessa observação do mais ordinário do nosso cotidiano denota a preciosidade de Mercè Rodoreda ao nos apresentar Colometa, protagonista da obra. Longe de ser uma moça boba, como a própria autora repudiou, Natàlia (Colometa), é uma jovem simples que exala poesia no seu modo único de ver e viver a vida. Diversas são as preciosidades do dia a dia destacadas por Colometa em seu caleidoscópio de sentimentos simples e puros. E essas preciosadades, no mais das vezes, nos passam tão despercebidas que, por certo, deixamos de admirar a vida como deveríamos. Se tivesse lido Guimarães Rosa, Mercè Rodoreda certamente concordaria com a definição dada por ele para a felicidade, a saber a felicidade se encontra em pequenos momentos de descuido. Um livro encantador e que merece ser lido.

Vinicius 12/03/2022

Narrativa emocionante e profunda
Este é um dos livros mais emocionantes que já li. A narrativa é cheia de poesia, lirismo e cativa do início ao fim. Mercè Rodoreda toca a alma do leitor em cada capítulo, nos fazendo sentir intensamente tudo o que marca a trajetória da protagonista Natàlia / Colometa: dor, carência, raiva, desespero, alegria, esperança e, acima de tudo, as delicadas formas de amor surgidas e cultivadas ao longo do livro. Como a própria autora reitera no posfácio, é um ?romance de amor?, que nos toca, nos faz refletir e deixa uma marca duradoura após a leitura.

Rosana Miyata 09/01/2022

Foi uma boa leitura, mas não consegui me conectar nem com a personagem e nem com a história. A autora coloca bastante detalhes sobre tudo durante todo o enredo. Só no final da obra é que fiquei um pouco mais interessada.