A praça do Diamante

A praça do Diamante Mercè Rodoreda




Resenhas - A Praça do Diamante


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Aline 30/07/2020

Um dos livros da minha vida
Bom, eu li esse livro há pouco mais de três anos, e, correndo o risco de soar dramática, devo dizer que meu destino foi marcado por uma tarde na biblioteca da minha escola, em que o sol de fim de tarde entrou pela janela e reluziu esse título na estante, só para mim. Não tive escolha senão pegá-lo - e essa edição reluz mesmo, amo como as letrinhas são metálicas! Eu o peguei e me vi tão atraída pela história. Lembro de não conseguir parar de ler e de chorar na hora de devolver, porque essa edição - segundo a capa - era inédita e só tinham mais 3000 exemplares no Brasil. E eu chorei feito uma pateta e contemplei a possibilidade de sair correndo com o livro na minha mão e ficar para sempre agarrada com ele, mas um livro tão lindo e delicado como este precisa ser lido por todos os habitantes desse planeta, e assim, eu o devolvi e deixei um pedacinho de mim nele. QUE LIVRO! Com 17 anos, eu me via interessada (e permaneço!) em como o machismo rondou a existência das mulheres no século passado, e em como infelizmente ainda ronda. Lembro-me claramente de querer bater nos personagens homens em certas passagens, ou até mesmo de querer vomitar tamanho o desconforto perante à opressão das mulheres. Mas, principalmente, esse livro é sobre o amor; e, quando digo isso, quero dizer o amor no significado do Latim - a negação da morte. Esse livro nega a morte de todos os jeitos, seja ela literal ou metafórica: milhares de mulheres como Colometa existiram e ainda existem, e Mercè Rodoreda as eternizou nesse livro. O "eu te amo" como um silencioso "eu não quero que você morra" sempre me leva às lágrimas.
Sim, eu estou chorando feito pateta escrevendo essa resenha tão emotiva. É uma raridade quando um livro nos toca de tal forma que nos é impossível pensar nele sem sorrir ou sem sentir um turbilhão de emoções no coração. Tenho plena convicção de que este é um dos livros favoritos da minha vida. Quando vejo uma pomba, lembro desse livro e sorrio. E, levando em consideração a quantidade de pombas existentes nesse país, essa é só mais uma forma de dizer que penso em A praça do diamante nos mais pequenos detalhes do dia a dia. MERCÈ RODOREDA, EU LERIA ATÉ SUA LISTA DE MERCADO!!!!!!!!!!!!!
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Pandora 21/07/2020

Para ficar no coração
?A praça do Diamante? é narrado por Natàlia, uma jovem simples e um tanto ingênua que vive com o pai e a madrasta em Barcelona. Ela é balconista em uma loja de doces e está noiva de Pere, um rapaz honesto e trabalhador, mas meio sem graça. Um dia, numa festa na praça, ela conhece Quimet, que é extrovertido, impetuoso e mandão; na hora a apelida de Colometa (Pombinha) e afirma sem mais delongas que dentro de um ano ela será sua esposa e sua rainha.

A vida pós casamento tem lá suas dificuldades, com as extravagâncias de Quimet - que decide criar um pombal - e a falta de dinheiro, que a obriga a procurar um emprego de meio período e deixar os filhos sozinhos em casa. Mas não é nada comparado ao que acontece quando eclode a Guerra Civil.

Eu adorei esta narrativa: é fluida e interessante, tem uma protagonista cativante e nos coloca no triste panorama da guerra pelos olhos de uma mulher, que se não lutou nas trincheiras, lutou dia após dia pela sobrevivência dos filhos e de si mesma.

Dá vontade de citar umas passagens e momentos marcantes, mas na verdade eu gostaria que as pessoas chegassem a esta leitura como eu cheguei: sem nada saber, envolvida desde a primeira página, devorando os capítulos e me sentindo íntima da Colometa.

Sem medo de ser brega: um livro para ficar no coração.

SOBRE A AUTORA:
Mercè Rodoreda foi uma das mais importantes escritoras catalãs. Ela escreveu poesia, teatro, conto e romance. Nascida em Barcelona em 1908, filha de um contador e de uma dona de casa que adoravam literatura e teatro, Mercè tinha um sentimento especial de devoção pelo avô materno, Pere Gurguí. Ele era um admirador de Jacint Verdaguer, um dos mais importantes poetas da língua catalã e incutiu em Mercè não só o amor pela cultura e língua catalãs, como a paixão pelas flores.

Rodoreda casou-se com um tio, o que exigiu autorização papal, mas o matrimônio foi para ela uma frustração e eles se separaram após 11 anos. Pouco antes da derrota dos republicanos na Guerra Civil e da instauração do regime fascista de Franco, ela foi instruída por sua mãe a sair da Espanha, em virtude de suas publicações em catalão e em revistas de esquerda. Foi para a França e deixou seu único filho Jordi com a mãe, pois não pensava que fosse ficar tanto tempo longe de casa, mas seu exílio durou mais de 30 anos.

Na França refugiou-se num castelo que abrigava escritores e partilhou a casa com vários deles, envolvendo-se amorosamente com Armand Obiols, com quem ficou até a morte dele. Com a 2ª Guerra o grupo se dissipou, mas Mercè e Armand decidiram ficar na França. Após muitas dificuldades nos tempos de guerra, trabalhos insalubres e problemas de saúde, Mercè começou a pintar. E em 1954, em razão do trabalho de Obiols, mudaram-se para a Suíça.

Mercè continuou produzindo, publicando e recebendo prêmios. Este ?La plaça del Diamant?, originalmente nomeado ?Colometa? (Pombinha) foi escrito em 1959 e foi totalmente reformulado antes de ser lançado em 1962.

Já de volta à Espanha, em seus últimos anos de vida, a autora pôde acompanhar duas adaptações de seus livros: ?Aloma? virou série de televisão em 1978 e ?A praça do Diamante? foi adaptado para o cinema em 1982.

Mercè Rodoreda morreu em 1983, de câncer no fígado.

Os escritos da autora são marcados pela simbologia poética; elementos como flores, espelhos, pombos e tudo que fez parte de seu universo particular são recorrentes em seus escritos. O pombal azul de ?A praça do Diamante? existiu em sua casa de infância.

Nota: as informações sobre a autora foram obtidas na Revista da TAG e na Wikipédia.
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Uiny 17/07/2020

Livro Fascinante!
O #TBT de hoje é a indicação desse livro espanhol maravilhoso que li ano passado. A estória da Colometa é cheia de altos e baixos, mas muitos baixos. Uma personagem tão delicada, tão sofrida, tão humana...

Vemos os efeitos que uma sociedade patriarcal tem sob o casamento, os efeitos que a guerra civil espanhola teve sob a população, relações entre patrão e empregado e principalmente, relações entre classes sociais diferentes (“Os pobres dependem dos ricos para continuar pobres” o.O).

Esse livro fala poeticamente de problemas tão intensos, é profundo de uma forma sútil. O excesso de descrições (que no primeiro momento me incomodou) se mostrou uma das grandes riquezas da narrativa
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Vanessa 14/07/2020

Virou um dos meus livros favoritos. O carisma da protagonista, Natàlia, me deixou completamente envolvida, tornando a leitura leve e emocionante.

O lado ruim de terminado o livro é que a saudade já está apertando.
nalannes 14/07/2020minha estante
É maravilhoso mesmo! Feliz que você gostou!




Admirável Mundo Literário 07/07/2020

Resenha n°15 - A Praça do Diamante - Mercè Rodoreda
Demorei um pouco para escrever a resenha pois faltou-me inspiração para descrever minha experiência com este livro. Creio que isto ocorreu pois, em muitos momentos, percebi que estava forçando a emersão de um sentimento singular que me fizesse gozar de toda beleza que este livro apresenta. Mas não calhou, o sentimento foi raso e pergunto-me, agora, se sou culpado por isso.

O livro é narrado em 1° pessoa pela protagonista Natália, apelidada Colometa por seu marido Quimet. A narrativa de Colometa aproxima-se bastante de algo infantil, pois a protagonista está em constante deslumbramento com as pequenas descobertas e detalhes do cotidiano. Ela descreve com delicadeza detalhes que contempla e lugares que faz parte do seu cotidiano. Além do fato da evidente inocência de Colometa diante dos importantes acontecimentos que ocorriam, narrando com notório desconhecimento a Guerra Civil Espanhola.

Colometa vê-se desnorteada durante grande parte do livro e, com as dificuldades que assolaram ela e seus dois filhos durante a guerra, sente-se perdida e sem rumo na vida, levando o leitor a conhecer todos seus devaneios e terrores que a assombram e, neste momento, aproximamo-nos do íntimo de Colometa e de tudo que a aflige.

Mercè Rodoreda foi uma das mais influentes escritoras catalãs e, como o próprio Gabriel García Márquez cita no prefácio do livro: "A Praça do Diamante é, na minha opinião, o romance mais belo já publicado na Espanha depois da Guerra Civil." Se o Gabo disse, vale a pena conhecer!

Citação: "[...] E senti de uma maneira intensa a passagem do tempo. Não o tempo das nuvens e do sol e da chuva e da procissão de estrelas enfeitando a noite, não o tempo das primaveras dentro do tempo das primaveras e o tempo dos outonos dentro do tempo dos outonos, não o que coloca folhas nos galhos ou o que as arranca, não o que encrespa e desencrespa e colore as flores, mas o tempo dentro de mim, o tempo que não se vê e nos oprime."

Nota: 7/10

site: https://www.instagram.com/p/CCW4CqODFcV/
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Camilaqz 06/07/2020

Que livro!
O romance da escritora catalã Mercè Rodoreda traz uma história envolvente e movimentada, com uma narrativa simples e bastante fluida. O mundo de Natàlia, as perspectivas sobre a guerra, construção da família e o trabalho da mulher são expostos de forma que o sentimento do leitor gira em torno dos momentos que ela têm logo no início da narrativa, além de tudo se mostrar entre a aflição e a esperança. Não o leia em busca de romance romântico, a história de Colometa vai muito além disso.
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Carol Poupette 28/05/2020

Colometa
Um livro com edição da TAG livros, lindo, bem caprichado, com uma capa espetacular. A escrita da Rodoreda, embora elogiada pelo digníssimo GABO, me deixou por muitas vezes ansiosa - creio eu pelo uso do discurso indireto na narrativa. Algumas partes são realmente emocionantes - principalmente na libertação da personagem.
Diria que preciso ler outro livro da autora para entender seu modo de narrativa.
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Arthur Ledine 22/05/2020

Estonteantemente belo, lírico e ritmado; uma vez que se dança na praça do Diamante, a ciranda te acompanha até o final.
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Matheus945 25/04/2020

"Eu não podia imaginar o jardim que tinha acabado de colocar dentro dele".
Ele com certeza é um "daqueles" livros, dos que você olha pra ele na estante e sabe como é diferente e sabe como ele te atingiu. Claro, todos os livros passam uma certa sensação, mas com esses livros é diferente. Com esses você sente que sua vida ta diferente, que sua perspectiva de mundo muda, que você não saiu ileso dessa leitura.

A Praça do Diamante é um livro de amor, mas não só de amor, de forças para enfrentar as dificuldades. Natalia, ou Colomeda, é uma mulher feita pelo seu mundo e que vive de acordo com a própria realidade, e ela começa a ruir por causa da Guerra Civil. O mais interessante nesse livro é com certeza a visão da protagonista, com tanta leveza em muitos momentos, e da escrita da autora, que nunca li nada parecido.

Esse livro é muito referenciado em "Nada" da Carmen Laforet, e agora após concluir a leitura de fato consigo enxergar como elas são similares pelas suas protagonistas e, claro, pela ambientação.

O capítulo final é incrível, sinto como se tivesse lido numa respiração só e foi muito lindo. Nesse ponto eu não sei mais o que escrever, só que gostei muito mesmo do livro, ta dentro do meu coração esse livro.
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Yara 22/04/2020

A praça do diamante
Um dos meus livros preferidos, uma grata surpresa no finalzinho de 2019. A crueza, o desamor, o desamparo, a esperança, o recomeço, tudo se mistura e eu fiquei de ressaca literária.
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Millene.Grandemagne 07/04/2020

Trechos favoritos
"E era verdade que meu pai sempre me dizia que eu era do tipo exigente... mas o que acontecia comigo era que eu não sabia muito bem por que estava no mundo."

"Sei que os jovens são muito dinâmicos e querem viver, viver depressa... mas a vida, para ser vida, tem de ser vivida aos poucos."

"O Quimet não via que o que eu precisava era de um pouco de ajuda em vez de passar minha vida só ajudando, e ninguém reparava em mim, e todo mundo me pedia mais, como se eu não fosse uma pessoa."

"Eu disse que teria gostado muito de passar uma noite como a que ela passara, tão apaixonada, mas que estava ocupada limpando escritórios e tirando o pó e cuidando de crianças, e que todas as coisas bonitas da vida, como agora o vento e as heras e os ciprestes furando o ar e as folhas de um jardim indo de um lado para o outro, não tinham sido feitas para mim [...] Ela me animou, disse que não me preocupasse porque o mundo ia melhorar e que todo mundo poderia ser feliz, pq a gente viera para a terra para ser feliz e não para sofrer sem parar. E que ela, sem a revolução, pobre e trabalhadora como era, nunca poderia ter tido uma noite de rico e de amor como a que tivera. Aconteça oq acontecer, pela vida inteira eu vou ter aquela noite!"

"Quando alguém falava: essa pessoa é feita de cortiça , não sabia o que queria dizer. Para mim, cortiça era rolha. Se não entrasse na garrafa, depois de destampá-la, eu a afinava com uma faca como se apontasse um lápis. E a cortiça rangia. E era difícil de cortar pq não era nem dura nem mole. E por último entendi oq as pessoas queria dizem quando falavam essa pessoa é de cortiça... pq eu tinha virado uma pessoa assim. Não pq fosse de cortiça, mas pq tive que me fazer de insensível, como cortiça. E com o coração de neve. Tive de me fazer de cortiça para poder seguir em frente, pq se em vez de ser de cortiça com o coração de neve tivesse continuado como antes, de carne que dói quando a gente se belisca, não teria conseguido atravessar uma ponte tão alta e tão estreita e tão comprida."

"- Sou filho de pais muito unidos, na minha casa só vi alegria e bem-estar; e quero, quando casar, que a minha mulher possa dizer oq a minha mae diz do meu pai: que sorte eu tive no dia em que topei com ele!"

"E senti de uma maneira intensa a passagem do tempo. Não o tempo das nuvens e do sol e da chuva e da procissão de estrelas enfeitando a noite, não o tempo das primaveras dentro do tempo das primaveras e o tempo dos outonos dentro do tempo dos outonos, não oq coloca folhas nos galhos ou oq as arranca, não oq encrespa e desencrespa e colore as flores, mas o tempo dentro de mim, o tempo que não se vê e nos oprime. Oq roda e roda dentro do coração e o faz rodar e nos vai mudando por dentro e por fora e com paciência nos transforma em como seremos no ultimo dia."
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Letuza 26/03/2020

Maravilhoso
Mercè Rodoreda, considerada a escritora contemporânea mais influente da língua catalã, queria que seu romance A praça do diamante fosse o mais kafkiano possível. E conseguiu.
O romance conta a história de Natália, uma jovem ingênua, que se casa com Quimet, jovem intempestivo. Casada ela torna-se Colometa (pombinha na língua catalã). Colometa não tem voz e nem vontade, mas é ela quem narra a história. Com os filhos vem também a criação de pombos, com a qual Quimet sonha em fazer fortuna. Aí a influência kafkiana se manifesta. Colometa, ao ser obrigada a cuidar e conviver com os pombos (além de trabalhar fora e cuidar da família), praticamente se transforma em pombo. Ela cheira pombo, ouve arrulhos o tempo todo, sonha com os pombos, respira pombos. Mas com a guerra civil, Quimet se alista e Colometa se vê sozinha, sem emprego, com crianças famintas e os pombos. Aos pombos ela se livra dos pombos, mas não da fome e do desespero. Quimet morre e no auge da desesperança, Colometa decide morrer e matar os filhos. Entretanto é salva por Antoni, o merceeiro que oferece trabalho e depois casamento e vida nova. Tudo parece ir bem, mas Colometa não vai bem. Ainda sonha com pombos, tem medo das pessoas e das ruas. Seus filhos crescem e são amados por Antoni, sua vida é confortável e boa, mas algo sufoca Colometa. E então, numa madrugada, ela sai na rua, enfrenta seus medos e seus fantasmas e com um grito expulsa a Colometa e volta a ser a Natália.
A história é simples, mas a intensidade dos personagens, das descrições, dos sentimentos é absurda. A autora não nomeia todos os personagens, mas os descreve com tanta precisão que parece que os conhecemos e os vemos. Os momentos de angústia, humilhação, fome, abandono de Colometa são de fazer chorar e sentir na pele o que ela sente.
É um livro simplesmente maravilhoso! Entrou para a lista de favoritos! E ainda tem uma apresentação de Gabriel Garcia Marquez!! #amoler #livros #leitura #literaturaespañolacontemporanea #mercèrodoreda #apraçadodiamante #vamosler #leiamulheres
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M 22/03/2020

Leitura imersiva e tocante, já a considero uma das melhores do ano.
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Fabian Rodrigo 23/02/2020

Tenho esse livro a algum tempo, assim como outros que recebi por assinatura. Foi o primeiro que li desta autora, não a conhecia. A história conseguiu me prender pela similaridade com a vida, nossa vida. Mas não consegui sentir empatia pela personagem principal. Enfim, é uma boa leitura, mas se fosse um pouco mais longo eu teria desistido.
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