As meninas

As meninas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Meninas


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Ana Luh 03/01/2022

As meninas
Bem eu nunca fiz uma resenha e não costumo ler outras então vou no que acho que está certo para mim. Eu não achei uma leitura fácil, até por eu ser nova nesse meio dos livros haha. Eu chorei muito lendo e acho importante falar que talvez este livro de dê gatilhos como estupro ou envolvimento com drogas.
É um livro que eu gostaria de reler no futuro pois só comecei a entender a forma que funcionava a escrita do meio para o final e isso me fez muito confusa. Porém eu amei e recomendo para outras pessoas lerem e não desistirem do livro por conta dessa complexidade dos dialogos.
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Cristiane.Cardoso 31/12/2021

Lorena de família rica e tradicional, que apesar de ainda manter a pose e alguns valores, vive um decaimento moral. O pai morreu internado em sanatório, a mãe vive com um amante mais novo que gasta todo seu dinheiro e não a respeita, o irmão Rômulo foi assassinado pelo outro irmão Remo, que hoje é diplomata (história que depois é apresentada pela mãe dela com outra versão, diz que ele morreu ainda bebê, de um sopro no coração - não se sabe qual a real). Estudante de Direito, delicada e detalhista, gosta de Música clássica, ler autores renomados e se relaciona com um homem casado (também há dúvida quanto a esse relacionamento, pois durante a história ela vive uma constante espera por uma ligação dele, que nunca acontece - amor platônico?). Apesar de ser julgada por Lia, como alienada, está ciente da situação vivida na época e teme pela militância da amiga. Era o apoio financeiro, tanto dela, quanto de Ana Clara, quem as duas sempre procurava quando precisava de um aconchego.
Lia, codinome Rosa, envolvida na luta contra o regime ditatorial; tinha um namorado que também era militante e estava preso.Baiana, inteligente, gosta de ler jornais, e usar frases em latim. Cursava Ciências Sociais e pretendia ser escritora. Trancou a matrícula e rasgou o romance que estava escrevendo.
Enquanto Ana Clara, cursa Psicologia, é modelo, muito vaidosa, a mais bonita das três e também a mais frágil, fazia análise, mas abandonou. Sempre motivo de preocupação das amigas, que vivem esperando por um milagre em sua vida e fazem de tudo para ajudá-la. Lorena até planeja pagar uma cirugia para que ela possa se apresentar como virgem (situação muito valorizada na época). Namora um traficante, mas está noiva de um homem rico, do qual não gosta - trata-o como escamoso. Inveja a vida da amiga Lorena, por ter uma vida estruturada, que ela nunca teve. Sua infância cercada de homens violentos, com ela e com a mãe, que ficava com vários homens. Dar a entender que foi violentada por seu dentista, talvez por isso seja tão fria na cama, como ela mesma assume. É preconceituosa, odeia negros.
Três jovens, estudantes e amigas, vivendo em um pensionato religioso. Com personalidades e realidades sociais bem diferentes, mas que tem as vidas entrelaçadas, compartilham vivências e problemas num contexto dos mais conturbados do Brasil, a Ditadura Militar.
É uma trama bem complexa. Tive um pouco de dificuldade pra entender a história no início devido a variação que ocorre com o foco narrativo que vai se alternando entre a fala das protagonistas (primeira pessoa) e a do narrador (terceira pessoa) e o tempo, que apesar de ser narrado no presente, muitas vezes se remota ao passado através da memória das personagens. Mas, no desenrolar da história vamos conhecendo melhor cada uma delas através das suas memórias que são frequentemente evocadas e à medida que fui conseguindo identificar o estilo de cada uma, (fala, pensamentos, a Lorena mais culta, a Lia revolucionária e Ana Clara misteriosa, confusa e problemática) essa dificuldade vai sendo superada e a leitura começou a fluir. Fui me envolvendo tanto com as meninas a ponto de desejar que o desenrolar do último capítulo fosse sonho ou imaginação de Lorena e Lia, mas não, o trágico fim de Ana Clara foi real, acabando com a fantasia dos romances com finais felizes e nos trazendo de volta à realidade. Senti falta de uma continuidade da história. Lia conseguiu viajar, viver com Max? Lorena realmente tinha um caso com o Dr. Marcus Nemesius? Mas, por fim, gostei muito de acompanhar a vida dessas jovens e sim, recomendo essa obra! 
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Janis 23/12/2021

Na verdade, eu reli o livro. A primeira vez que tive contato com ele foi por volta dos meus primeiros semestres na faculdade, e foi uma leitura diferente de todas que já fiz. Mexeu comigo. Mas muitas coisas passaram desapercebidas e foram notadas agora na releitura, e me pergunto o que não notei agora que só vou notar na terceira, porque este é o tipo de livro que sempre tem algo novo a ser relevado. É um dos meus livros favoritos da vida.
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Adriano 21/12/2021

Extremamente corajoso
Lygia Fagundes Telles disse uma vez que a função do escritor é ?ser testemunha do seu tempo e da sua sociedade?.*

Esse livro mexeu comigo.
Lygia conseguiu criar uma relação e transformar essa relação entre o leitor e as personagens .
Livro corajoso por discutir e tocar em temas quando vivíamos em uma ditadura.


As 3 narradoras dão ao texto um "olhar íntimo e intransferível de cada uma das personagens principais"*

Lygia nos dá uma noção inicial de quem são As Meninas:

"Do ponto de vista da trama, a narrativa é simples e concentrada também no espaço: Lorena Vaz Leme, Lia de Melo Schultz e Ana Clara Conceição são três amigas muito próximas, mas muito diferentes ? pode-se dizer que elas se definem a partir de três ?arquétipos?, ou figuras típicas da época. Ana Clara é a mais bonita, a mais liberada e a mais problemática, por ser dependente de drogas; Lia, afetivamente chamada Lião pelas outras, está envolvida na luta armada contra a ditadura; e Lorena, a mais intelectualizada, é uma jovem rica de uma família tradicional de proprietários de terras."*

"O narrador de As Meninas não é um organizador à maneira clássica, um olhar soberano que, de fora, estabeleça em seus próprios termos a extensão, os limites e o sentido daquilo que cria e descreve. Ao contrário, desde o primeiro momento a narração abdica de seu poder totalizante, que em geral abarca o espaço e o tempo, cria o cenário, a atmosfera e o seu jogo de referências, e nesse mundo mimetizado faz viver suas criaturas. No caso de As Meninas, nada acontece assim; tudo que se escreve se confina ao olhar íntimo e intransferível de cada uma das personagens principais, mesmo quando terceirizadas pelo narrador. Nenhuma palavra parece sair do limite desse olhar individual; toda palavra é função desse olhar ? pela intenção narrativa que vai se realizando, nada transcende a perspectiva da personagem. Parece que há um deliberado desbaste de qualquer palavra que indicasse intromissão do narrador ou de algum deus ex-machina. Nesse sentido, a estrutura do romance nos leva a crer que, de fato, cada um dos três narradores, que correspondem ao olhar das três meninas, e mais a terceira pessoa gramatical que eventualmente costura as passagens não sabem uma só palavra a mais que as próprias meninas."*


... Brasil de um ideário estético realista, que nas mãos de Lygia se fragmenta em camadas narrativas para dar conta de uma outra realidade ? ou, num sentido mais preciso, para criar uma outra realidade, com importantes ramificações e consequências.*


Essa fragmentação na narrativa para aprofundar a história de cada uma foi o que mais me impressionou.


*As Meninas: Os Impasses da Memória
POSFÁCIO / CRISTOVÃO TEZZA
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Margô 16/12/2021

"As minas"
Relendo a obra que me impactou desde a primeira leitura, lá na década de 70...rss.( adolescente , fazendo cursinho)
Tanto gostei, que em uma das ocasiões em que era coordenadora do Ensino Médio, reli esta obra com algumas alunas interessadas, e resolvi adaptar à uma peça de Teatro. Foi perfeito!

E foi assim que apresentamos à geração do século XXI, o que foi a Ditacuja, os arquétipos de três mulheres com seus sonhos, frustrações, e de origem social diferente, mas que se irmanam quando a situação se complica.

Gosto da narrativa de Lygia Fagundes Telles, é fluida e inteligente. Ela não te dá a coisa pronta, mas traça todo um caminho pra você se construir junto às personagens .

É uma verdadeira defensora dos direitos e razões do universo feminino, sem usar uma única frase clichê! Só oferece um leque de dores, afetos e desafetos, e mostra como as meninas reagem dentro de suas próprias perspectivas, dentro do mesmo contexto histórico.

Uma torrente de pensamentos desenfreados marca esta obra icônica, elaborada pra perturbar os incautos da época, e que, infelizmente ainda instiga a repensarmos em nosso papel na sociedade brasileira.

O ponto alto da obra , na minha perspectiva, é quando Lião lê para a Madre Alix o texto sobre a tortura do jovem Bernardo.( É quando a gente descobre que a madre é progressista!!)
É forte, necessário e foi bem arrumado na narrativa.
Brava Lygia Fagundes Telles, a grande dama da literatura!
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Mel 11/12/2021

Incrível!
Foi um pouco difícil no começo me acostumar com o fluxo de consciência e separar os pensamentos das meninas, mas quando se pega o jeito a leitura flui e a história se mostra realmente capaz de surpreender. Logo que terminei fiquei com saudade das meninas
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Vitor Y. 09/12/2021

Fluxo de pensamento frenético
Livro difícil no começo, é verdade. Aos poucos o leitor vai se acostumando e começa a perceber o estilo de cada um das meninas. Achei este livro muito bom. Melhor fluxo de pensamento que já li. Final é incrível. Sensacional.
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Isis.Borges 29/11/2021

Meninas confusas
Três universitárias brasileiras que vivem num pensionato católico. Lorena uma virgem sonhadora, apaixonada por um homem casado e bem mais velho. Ana Clara viciada em drogas e namorada de um traficante. Lia militante contra o regime militar.
Unidas pela amizade, por seus medos e sonhos compartilhados, sexo, drogas e política, num contexto histórico de repressão - a ditadura militar.
Livro muito confuso e quando começa a ficar bom acaba, sendo um fim aberto e triste.
Amo Lygia, mas esse livro não foi pra mim.
Tata 03/12/2021minha estante
Eu estou lendo agora, e para ser sincera, estou muito confusa ?


Isis.Borges 06/12/2021minha estante
Não quero te desanimar, mas ele é confuso do começo ao fim... rs


Tata 06/12/2021minha estante
Não querendo desanimar, mas já desanimado kkklkkk


Isis.Borges 06/12/2021minha estante
?




Eduardo Santos 18/11/2021

Primeiro livro que leio da Lygia e a maneira como ela descreve sensações específicas é maravilhoso.
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Mari 25/10/2021

Sem palavras
Estou apática. Simplesmente não sei o que sentir. Tristeza por terminar um livro tão bom? Pensativa com esse final inesperado? Felicidade por ter conseguido terminar depois de tanto tempo? A resposta é: não faço a mínima ideia.
Esse livro mexeu demais comigo. As personagens são incríveis, tão envolventes e especiais! A escrita é um pouco difícil no começo, mas ao longo da obra fica mais fácil de entender.
Enfim, não sei mais o que escrever porque essa leitura foi única pra mim. Recomendo para pessoas que tem paciência e gostem de um bom livro:)
Bárbara 03/11/2021minha estante
Poxa, n consigo ler


Belle 15/11/2021minha estante
me sinto exatamente assim após terminar esse livro ?




RayLima 25/10/2021

As Meninas
As Meninas acompanha, por um curto período cronológico, três jovens amigas que possuem quase nada em comum. Ana Clara, Lia (Lião) e Lorena são as narradoras, às vezes quase que simultaneamente, e compartilham com o leitor seus anseios, pensamentos e devaneios. As protagonistas personificam três camadas diferentes da sociedade brasileira no contexto da ditadura militar. Lorena é a burguesia, culta, refinada e alienada. Lião é o sonho da esquerda revolucionária, lutadora e engajada politicamente. Ana Clara é o povo, sofrida e doente. A narrativa passeia entre a primeira pessoa e a terceira pessoa. O que encanta o leitor são exatamente essas personagens, tão reais, nos fazendo se identificar ora com uma, ora com outra, apesar de suas diferenças, os conflitos internos e os anseios são basicamente os mesmos: amor e liberdade. Foi uma experiência e tanto ler esse livro em pleno 2021 e ver que a história continua super atual. Lygia Fagundes Telles conseguiu traduzir o sentimento da juventude em tempos obscuros, sem nem ao menos tentar retratar a ditadura militar de forma propriamente dita, visto que o contexto histórico do livro é apenas um pano de fundo na história. Tão discreta é sua escrita que o livro passou despercebido pela censura sendo publicado em 1973.
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Cristiane 25/10/2021

As meninas
A década de 70 foi marcada pela violência da ditadura militar. Neste cenário em um pensionato de Freitas três jovens: Lia, Lorena e Ana Clara enfrentam seus destinos, planejam seu futuro.
O pensionato que aparentemente deveria ser um local seguro, afinal é mantido por freiras, não é capaz de protege-las: Ana Clara envolveu com drogas e se encontra num estado decadente. Acredita estar noiva de um milhonario, Lia (Lião) faz parte da luta contra o governo, seu namorado está preso. Lorena tem uma paixão platônica por um médico mais velho e casado. Neste cenário as meninas tentam crescer, exorcizar seus fantasmas do passado, amadurecer, realizar seus sonhos... O final é tocante.
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Júlia 20/10/2021

Demorei muito pra ler, mas não porque eu não gostei, porque é bom demais. A forma como ela escreve faz todo o sentido depois que se entende que ela descreve as livres associações que as personagens fazem, assim como todo mundo na vida real. O final é muito bom fiquei até com vontade de reler pra tentar pegar pistas de que isso ia acontecer em algum lugar. Enfim, vou por mais Lygia na minha listinha
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OgaiT 10/10/2021

Mais que um romance sobre amizade
Uma modelo viciada em drogas, uma militante nordestina e uma jovem pertencente a elite paulista, que é apaixonada por um médico casado, vivendo em pensionato à época da Ditadura Militar, e assim temos o romance As Meninas de Lygia Fagundes Telles.
Considerado por muitos o melhor romance da escritora, As Meninas é dessas narrativas que as personagens importam mais que o enredo propriamente dito. É por meio do fluxo de consciência acessamos os desejos mais íntimos de Lorena, as críticas contra a Ditadura da Lião [Lia] e as fantasias e angústias da Ana Turva [Clara].
Outro ponto a ser ressaltado é a amizade dessas três que, embora tenham suas disparidades, completam aquilo que falta as outras. É justamente essa relação o cerne da narrativa em que temos o processo de transição das meninas à mulheres amadurecidas.
Além disso, em dado momento da narrativa, a personagem da Lia (minha favorita) ler um relato de um botânico sobre sua experiência enquanto vítima de uma sessão de tortura, a qual de acordo com Lygia Fagundes, foi incluído no romance após a leitura do panfleto que recebeu na rua.

"Ali interrogaram-me durante vinte e cinco horas enquanto gritavam, Traidor da pátria, traidor! Nada me foi dado para comer ou beber durante esse tempo. Carregaram-me em seguida para a chamada capela: a câmara de torturas. Iniciou-se ali um cerimonial frequentemente repetido e que durava de três a seis horas cada sessão. Primeiro me perguntaram se eu pertencia a algum grupo político. Neguei. Enrolaram então alguns fios em redor dos meus dedos, iniciando-se a tortura elétrica: deram-me choques inicialmente fracos que foram se tornando cada vez mais fortes. Depois, obrigaram-me a tirar a roupa, fiquei nu e desprotegido. Primeiro me bateram com as mãos e em seguida com cassetetes, principalmente nas mãos. Molharam-me todo, para que o choques elétricos tivessem mais efeito. Pensei que fosse então morrer. Mas resisti e resisti também às surras que me abriram um talho fundo em meu cotovelo. Na ferida o sargento Simões e o cabo Passos enfiaram um fio. Obrigaram-me então a aplicar choques em mim mesmo e em meus amigos. Para que eu não gritasse enfiaram um sapato dentro da minha boca. Outras vezes, panos fétidos. Após algumas horas, a cerimônia atingiu seu ápice. Penduraram-me no pau-de-arara: amarraram minhas mãos diante dos joelhos, atrás dos quais enfiaram uma vara cujas pontas eram colocadas em mesas. Fiquei pairando no ar. Enfiaram-me então um fio no reto e fixaram outros fios na boca, orelhas e mãos. Nos dias seguintes o processo se repetiu com maior duração e violência. Os tapas que me davam eram tão fortes que julguei que tivessem rompido os tímpanos, mal ouvia. Meus punhos estavam ralados devido às algemas, minhas mãos e partes genitais completamente enegrecidas devido às queimaduras elétricas." (p. 149).
Em suma, temos uma narrativa escrita por uma pugilista das letras, que registrou na ficção um panfleto que talvez não resistiria ao tempo e muito provavelmente não teria atingido as centenas de milhares de leitores de Lygia.


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Natália 03/10/2021

Tinha começado a ler esse livro em 2017 e acabei abandonando. Decidi retomar a leitura e foi uma ótima decisão. É prazeroso demais quando encontramos um livro tão intimista (principalmente as reflexões de Lorena), a gente acaba vivendo como se tivesse dentro da história kkkk
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