O Melhor do Inferno

O Melhor do Inferno Christiane Tassis



Resenhas - O Melhor do Inferno


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Rafael G. 20/03/2020

Frívolo e desinteressante
Li pela primeira vez em 2012, numa época em que era perseguidor voraz de Fernanda Young, Clarice e tudo que se parecesse com as duas. Mas "O melhor do inferno" não rolou pra mim: achei truncado, esquisito, não tinha a fluidez do que costumava ler - ainda assim levei até o final. E acabei esquecendo... Reencontrei o livro e não sabia dizer do que se tratava. Então reli e, dessa vez, achei a linguagem muito escorreita. Com certeza a experiência leitora fez diferença, porém continuo achando que ele não tem muita coisa a dizer.

É uma história tão distante da minha realidade (e da realidade da maioria de nós) que de pronto já precisei encontrar um outro modo de incidir no texto, porque não há conexão emocional possível. É tudo muito fútil, drama comezinho de classe média (no caso aqui, de classe alta), uma gente sem problema caçando "filosofia" barata nos frames cotidianos. Isabel é herdeira de um Banco, que construiu um museu de audiovisual com diversos pavimentos e vive num deles; David, o narrador, trabalha com edição de vídeo e conhece Isabel por conta de uma obra exposta no museu; e Guadalupe, loira de cabelo rastafari, decidiu viver de catar lixo, plantar árvores e fazer arte de rua. E desses três surge um triângulo amoroso frívolo e desinteressante.

Então entra o jogo de Christiane Tassis: ela parece desenvolver uma tese (a partir da ficção) sobre arte contemporânea enquanto evento discursivo - ou seja, uma tese sobre as pessoas que reclamam e produzem esse espaço. São pessoas blasés, pretensiosas, que não abandonam o personagem e o champagne mesmo quando tecem diálogos conceituais. Percebo a intenção de falar sobre essa gente que faz da vida um making of do próprio trabalho, mas, volto a dizer, fica tudo muito frívolo. A mim, falta ironia e bom humor. Os personagens se levam a sério e o livro TAMBÉM - e eu honestamente não vejo nada a ser levado a sério aqui.
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Marcos Faria 31/12/2013

A coleção Ponta de Lança, da Língua Geral, nunca me decepciona. “O melhor do inferno” (2011) é mais uma pérola no catálogo da editora. Christiane Tassis mostra muita habilidade narrativa no entrecruzamento dos discursos dos personagens (a começar pelo prólogo, na voz de um gato), na intersecção da literatura com outras formas de texto (vídeo, artes plásticas, web) e mais ainda ao apresentar esse diálogo como a verdadeira história por trás da história entre David, Isabel e Guadalupe. Mais um livro que me deixa querendo saber o que andaram botando na água dessas jovens escritoras.


site: http://almanaque.wordpress.com/2013/12/31/meninos-eu-li-41/
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Tetê Macambira 28/03/2013

Fácil de ler
Lê-se em uma tarde de folga da vida tranquilamente, mas não é uma leitura que vá mudar a vida de ninguém nem tampouco faça sentir que valeu a pena e o tempo com essas páginas bem editoradas.
A base da narrativa centra-se no relacionamento básico entre a protagonista e o narrador e a paixão crescente entre eles e os problemas decorrentes dele e todo esse lugar-comum.
O que mais vale nessa leitura são as descrições das instalações e exposições de caráter poético-plástico; descrições bem detalhadas e que atiçam a mente do leitor para outro gênero de arte.
fora isso, é bem escrito, embora o protagonista-narrador não seja tão masculino quanto sói acontecer. Ou seja, ele não convence muito.
não recomendo para quem procura uma leitura que vá acrescentar algo.
Mas, para quem quer passar o tempo... Enfim!
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