As variações Bradshaw

As variações Bradshaw Rachel Cusk




Resenhas - As Variações Bradshaw


12 encontrados | exibindo 1 a 12


Lilian 14/05/2021

Cotidiano
Um livro sobre o dia a dia de algumas pessoas da mesma família, sem muitos acontecimentos e com muita análise
comentários(0)comente



Fer Grego 16/08/2021

chato
meu Deus juro que luta ler isso acho que todos meus neurônios se esgotaram meu rendimento baixo no enem vai ser justificado pra minha família depois de ler essa bomba. eu nao lembro mais de nada dessa história, meu cérebro apagou ela assim que pode.
@estantecalore 18/08/2021minha estante
Kkkkkkk "meu desempenho no enem vai ser justificado na minha família" passei mal




Reniel 21/06/2021

Família e maternidade.
Esse é um livro que fala sobre a família e formas de se relacionar e compreender seus sentimentos dentro de uma complexa trama de intimidades.

Bradshaw - pode ser uma tradução para o substantivo ?Itinerário?. O termo, por sua vez, pode ser relativo a estradas, percursos e caminhos. Ou pode ser também uma referência à distância de um lugar ao outro. Então nesse livro, nós vamos compreender as variações desses inúmeros caminhos; caminhos que são como vias secundárias, estradas vicinais, que partem de uma via principal (ou primária), que são elas próprias a (re)produção de inúmeras outras vias.

O enfoque da narrativa é sobre a família Bradshaw, com atenção especial para o núcleo formado por Thomas Bradshaw, Tonie e a filha Alexa. E em contrapartida nos é apresentada a família ampliada de Thomas.

É um livro que vai ser apoiar na análise desses personagens através das experiências mais cotidianas e também por aqueles atos rasteiros, quase insignificantes, que de certa forma parece não fazer tanto sentido, mas que representam percepções e sentimento bem profundos desses sujeitos.

E apesar de parecer que toda essa história gire entorno de uma crítica sobre a maternidade em si, a autora de certa forma aprofunda essa crítica. Pois seria muito fácil encontrar a solução para o problema maternidade: ?Dividam-se as tarefas e os problemas se resolveram?. Mulheres teriam tempo e espaço para divertimento, possibilidade de igualdade e crescimento profissional e individual. O problema central para autora, a meu ver, é a dicotomia criada na sociedade entre o masculino e o feminino. Entre o ser homem e o ser mulher. O mundo organizado pela crítica e o mundo organizado pela criatividade.

E aqui temos uma discussão em torno do que é arte. Thomas e Claudia soam como contrapeso um do outro. Claudia desde a juventude se interessou pela arte; era pintora. Em sua casa tem um ateliê nunca usado, que ela sonha em habitar durante suas tardes. Thomas durante esse ano sabático também se inclina a aprender a tocar piano, faz isso no período em que Alexa está na escola, durante a maior parte do seu tempo ele se encontrava livre das obrigações com a filha. Ela sai às 8h retorna às 16h. O que impede Thomas de tocar livremente, de se auto expressar através dos teclados do piano é sua incapacidade de ser criativo, pois é um ex-habitante do mundo frio e calculista do universo masculino. Enquanto o bloqueio de Claudia veio da necessidade de se abster das próprias vontades, dos próprios interesses, dos próprios desejos em função de sua relação com Howard. A demanda de Howard de construir uma família, algo quase pulsional.

E então temos a cena em que Olga, que trabalha em um hospital na ala da maternidade, reflete sobre a maternidade; o momento do parto. A partir desse momento essas mulheres são envolvidas por uma quantidade infindáveis de presentes e suntuosas regalias. É a partir desse momento a mulher é colocada e inserida num terreno habitado somente por mulheres; os chás-revelações, as tarde em parquinhos, espaço interno da casa, as etiquetas que elas devem seguir e seus rótulos como mães/mulheres. Em contraposição existe um mundo que é habitado majoritariamente por homens; os círculo acadêmico-profissionais; os pubs; os coquetéis e eventos de socialização com suas regras específicas, seus jogos.

A dificuldade de se romper com as formas tradicionais de se viver, de ser. A maneira como somos formados. Engraçado que se encontre novas formas de reproduzir o tradicional. Então é uma crítica também à aceitação/imposição desses papeis. Importante lembrarmo-nos da classe social da qual a autora fala. Esse modo de ser, organizado através da ótica patriarcal hétero normativo, acaba limitando as possibilidades desses sujeitos. Engraçado que em um dos capítulos finais, a dinâmica entre Howard e Claudia, esse casal que representa muito bem esse papeis definidos e padronizados, eles são representados em forma de um texto teatral. A própria Olga lembra que não existe uma forma certa de ser homem ou mulher. O que exatamente torna nossa experiência angustiante, nesse caso, é a imposição de um modelo a ser perseguido como o ideal.
comentários(0)comente



Matheus 17/05/2021

Cinza
Não curti a estrutura da história. Muito desconexa. Relata o cotidiano de vários membros de uma mesma família, com muitos detalhes. Os momentos reflexivos podem até ser interessantes, mas não dialogam entre si.

As expectativas iniciais foram cumprir o que está dito na sinopse: responder o que é arte e falar sobre a vida de um casal em que a mãe assume um posto de trabalho enquanto o pai fica em casa e busca um hobby. A primeira aparece, mas em doses pequenas e sem grandes feitos. As reflexões aparecem de forma pálida em meio à desconexão do que a autora quer dizer... Já sobre o casal, temos uma apatia que se instala e algo se constrói, refletindo sobre seus papéis e como têm vivido após a mudança no posto de trabalho de Tonie. Enquanto isso, Thomas busca inspiração nas suas lições de piano.

As referências a outros personagens são bastante presentes. Raramente se fala sobre o parentesco entre eles. O leitor precisará estar atento se quiser saber dessa relação. Ou seja, se fala sobre outros casais também, principalmente. Mas de forma tristemente desconexa e sem pontos altos. As vidas parecem ser bem sem graça. Talvez seja um tanto londrino isso. Uma chatice como as vidas cinzas que são relatadas.

Talvez eu me interessaria mais se outra pessoa contasse as mesmas coisas. Isso me desanimou para ler algo mais da autora. Acho que não vou mudar de ideia. Pode ser bom para quem espera algo morno e... cinza.
comentários(0)comente



Amanda.Ribeiro 15/06/2021

Esperava mais
Um dos livros mais curiosos que li esse ano, As Variações Bradshaw me intrigou, mas não encantou.

O livro segue a vida de quatro casais da família Bradshaw, focando a maior parte do tempo em Thomas, Tonie e a filha deles Alexa.

Na trama, Tonie e Thomas "trocam de lugar": ela passa a trabalhar fora e o marido a cuidar da casa. Isso vai aos poucos fazendo com que ambos questionem se a vida que levavam/levam é realmente genuína ou se tudo se tornou apenas mecânico.

A narrativa de Rachel Cusk é poética, lenta e melancólica e coloca o leitor dentro da cabeça de cada um desses personagens britânicos. Reforço o britânico pois esse sentimento de melancolia e insatisfação traduzem bem o espírito do país e você se sente imerso na cultura e na família.

O que mais me marcou nessa leitura é que mesmo com a mudança de narrador (cada capítulo é contado por um personagem diferente expondo seus pensamentos) uma coisa não mudava: o julgamento do outro através da própria insatisfação. É bem claro que nenhum Bradshaw está feliz com a vida que leva, mas insiste em fingir e julgar o outro da mesma forma.

As Variações Bradshaw é uma leitura muito introspectiva e revela o lado que escondemos dos outros em nossos pensamentos, aquele lado feio. O tema principal, a troca de lugar entre Tonie e seu marido Thomas, na minha opinião foi mal explorado, e se perdeu em meio a tantos devaneios da família.

O final é ruim e deixa o leitor um pouco perdido para entender qual o propósito do livro. No final das contas, a sensação que tenho é que invadi a privacidade e a mente de uma família (rs) e ainda não sei porquê.

O ponto positivo fica por conta da escrita da autora que é maravilhosa! No balanço final, recomendo a leitura, mas prossiga por sua conta e risco.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



CooltureNews 26/09/2011

Por: Luciana Assunção
O que é arte. Essa é a pergunta que consta no resumo de As Variações Bradshaw (Ed Cia das Letras). A pergunta é feita logo no início do livro, mas parece que foi esquecida assim que se vira a página.

Bradshaw é uma família de classe média da Inglaterra que começa a ter alguns valores invertidos. A esposa Tonie acaba de ser promovida e precisa trabalhar em período integral, por isso o esposo larga o emprego para se dedicar à filha e aos afazeres domésticos. O livro nos conta o dia-a-dia dessa família, que é intercalada por outros Bradshaw: os irmãos e os pais.

O intuito do livro é relatar como cada família vive e supera as pequenas atribulações do dia e do casamento. Com uma narrativa muito bem trabalhada, o leitor se interessa facilmente pelo livro, mas com o tempo o leitor começa a se questionar aonde a história vai parar.

À medida que vamos lendo o livro percebemos que a história é superficial, a autora parece não se interessar em mostrar o que as personagens realmente sentem, pensam ou desejam. O próprio Bradshaw às vezes parece um zumbi. Enquanto ele se mostrava um homem ativo nos negócios, ao se tornar dono-de-casa se mostra preguiçoso e desinteressante, deixando a casa e a louça suja por dias.

Ao meu entender, o livro parece querer mostrar dois pontos de vista: a de que homens e mulheres podem trocar os papéis (que se mostra inconcebível, já que a autora mostra a incapacidade dele fazer cuidar bem da casa e da filha) e do desejo de se fazer o que realmente deseja. Esse último parece se perder no caminho, já que ele deseja tocar piano, que também parece ser um desejo passageiro, visto que seu tempo ocioso é gasto com leituras e horas sentado no sofá, ao invés de treino.
Publicada no www.CooltureNews.com.br

Outro ponto que senti falta no texto foi o das emoções. O livro parece passar só na superfície. Mostra somente aquilo que está obvio a qualquer pessoa que os vê passar na rua. Muitas vezes percebe-se que estão infelizes, mas nenhum deles confrontam a situação, ou sequer toca no assunto. O que fica mais evidente no final do livro, onde as decisões são tomadas de uma forma fria, sem discussão ou argumentos. Quando um toma decisão, o outro acata sem ao menos se explicar.

Do mesmo modo que não conhecemos verdadeiramente as personagens principais, o texto é escasso também sobre os outros membros da família. Um dos irmãos é mencionado em duas vezes, mas não sabemos nada sobre ele, a não ser o fato de possuir uma esposa alcoólatra da qual ele não faz nada para ajudá-la.

O livro tinha tudo para ser um ótimo livro: um tema interessante e, apesar de já conhecido, pouco utilizado na área literária. Mas escorregou ao não trabalhar com os sentimentos das personagens e do tema principal. Questionar arte com mudanças importantes com a bela narração da autora nos daria uma belíssima obra.
fevisca 16/02/2021minha estante
Superficialidade e frieza nas emoções, um marasmo psicológico, família distante... Generalizando, retrato típico da sociedade inglesa. Partindo deste ponto, pode-se tirar mais proveito da leitura da obra.




Jana 06/06/2020

Uma leitura simples, pra relaxar
O que mais gostei nesse livro é que ele tem uma história simples. É um livro sem clímax, que dá pra ler tranquilamente, sem pressa pra saber o que vai acontecer.
Eu me apeguei muito aos Bradshaw! Embora o livro mostre apenas o dia a dia do casal, suas dúvidas e questionamentos, eu me peguei totalmente envolvida pela rotina deles, a palavra que me vem à mente é "hipnotizante". Me lembra muito outro livro que gostei demais (Isso também vai passar).
A história tem umas cenas bonitas, bem melancólicas. Eu imagino muito a Tonie e o Thomas tentando manter a normalidade enquanto os conflitos aconteciam dentro deles, porque eu sou exatamente assim.
Enfim... É um livro despretensioso, que não foi escrito pra "causar", embora gere, sim, algumas reflexões.
comentários(0)comente



Juca Fardin 29/09/2020

Bem escrito
Romance bem escrito, com argumento que explora reflexões, embora lento. A citação da esplendorosa novela "A Sonata a Kreutzer", do Mestre Tolstói, foi primorosa.
comentários(0)comente



Nanda511 27/01/2021

Comprei por dez reais em uma bienal anos atrás e li no mesmo dia. Não é um livro de fortes emoções, mas até hoje eu fico pensando na cena do cara comprando uma blusa de frio. Vale a pena caso você queira ler algo mais calmo, que faça você refletir e pensar nas ações das personagens.
comentários(0)comente



07/02/2023

pelo visto eu tenho um carma chamado livros muito bons que regridem pra um final muito ruim. esse acabou meio que do nada, com uma tragédia de dar nos nervos (rip skittle) e um desfecho insatisfatório ? apesar de verossímil ? pra história de um dos casais. tirando isso, curti muito a escrita poética e, claro, as fofocas de família ?.
comentários(0)comente



paloma 12/07/2021

Sobre o não dito da vida cotidiana. Um livro introspectivo com boas reflexões sobre os papéis sociais contemporâneos.

"Lá (Estocolmo) não existe esse ressentimento feminino que existe aqui (Inglaterra). Você não diria que é assim?"
(...)
"Eu sei o que é ressentimento. É a consequência onipresente da desigualdade social. As mulheres suecas são mais bem protegidas pela lei, só isso. Mas a lei tem que ser aplicada."
comentários(0)comente



12 encontrados | exibindo 1 a 12


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR