Ponto ômega

Ponto ômega Don DeLillo




Resenhas - Ponto Ômega


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Ana Claudia 08/03/2024

Ponto Ômega é o segundo livro do Don Delillo que eu leio. É um bom livro mas gostei mais do primeiro, Zero K.
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Dude 15/10/2021

Ponto Omega
Livro de 95 páginas que fica bom a partir da metade. Achei que o desfecho seria melhor porque gerou um bom suspense.
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Disotelo 05/04/2021

Poderia Ter Sido Melhor
Aqui temos duas histórias; a primeira na qual temos uma narrativa pouco produtiva, sobre um homem assistindo Psicose em câmera-lenta e logo pulamos para a segunda história, onde esse mesmo homem passa longos dias na presença de sua filha e um entrevistador que acaba se tornando seu amigo, até que voltamos ao Psicose em câmera-lenta, não sei qual era o efeito pretendido, mas não funcionou pra mim... A segunda história oscila entre diálogos muito bons e outros tediosos, só mais pro final é que ela deslancha, só que eu fiquei bem frustrado, pq é justamente quando a história tá ficando interessante que ela termina, e termina sem uma boa conclusão.
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Luiz Miranda 20/04/2018

Pra velhos admiradores
O cenário é estático, dois personagens, depois três e um mistério. Não espere concessões ou algo que lembre uma trama, Ponto Ômega é anticomercial. É o que no cinema (tema recorrente aqui) chamamos de...glup..."filme de arte".

Um trabalho melancólico e introspectivo, cheio de questionamento e nenhuma resposta, mas se você achar que é apenas um livro que vai do nada pra lugar nenhum, está certo também, até porque tudo é secundário comparado ao verdadeiro atrativo da obra: a escrita precisa de DeLillo, um artesão da palavra.

Curto, bonito e intenso. Um presente pra fãs.
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Arsenio Meira 27/11/2013

Sobre o Tempo, o Desalento, o Silêncio e o Desencanto

Ponto Ômega possui algumas imagens e cenas que permanecem pelo desconforto que provocam, o desconforto do silêncio como consolo em um mundo onde as relações são tão áridas quanto o deserto em que a história se desenrola. Há uma elegância seca no narrar que só reforça o sentido de desesperança na trajetória (quase imóvel) dos três personagens centrais.

Richard Elster é um veterano professor que trabalhou para o Pentágono no período da Guerra no Iraque. Dava sentido e coerência à guerra como instrumento e como fim. Ele apresenta, portanto, a dureza e a desilusão dos que ajudam o Poder a exercer-se de forma extrema, e quando se vê, ao fim da vida, parece afastar-se, isola-se para fazer um balanço, e desse isolamento faíscas de dor não são raras.

Jim Finley, o narrador deste romance curto, ou novela, é um jovem documentarista, quer fazer um filme sobre Elster e se hospeda em sua casa, em pleno deserto no interior dos Estados Unidos. Lá recebem a visita da filha de Elster, Jessica, que procura esquecer sua própria inadequação à vida dando apoio a velhos no Upper East Side, em Manhattan.

Diante do espaço imóvel, árido, a relação entre os três parece congelada no tempo. E o tempo é o tema desse romance de DeLillo. O tempo que não transcorre até a reviravolta representada pelo evento trágico e inapreensível. O tempo que custa a passar no deserto ou no filme projetado quadro a quadro, na bela imagem inicial da instalação no museu novaiorquino, que exibe Psicose, de Hitchcock, em câmera lenta, como se o próprio correr do evento sombrio (como no clássico assassinato no chuveiro) pudesse ser decomposto em suas unidades fundamentais.

Há uma poesia torta na imagem de um corpo que sucumbe quadro a quadro ou do sangue que gira em espiral quase imóvel até desparecer ralo abaixo. O personagem Elster, em uma reflexão citada pelo narrador no começo do capítulo 1, tece sua visão da vida de um modo tocante: "A vida verdadeira não pode ser reduzida a palavras ditas ou escritas, por ninguém, nunca. A vida verdadeira ocorre quando estamos sozinhos, pensando, sentindo, perdidos na memória, autoconscientes em pleno devaneio, os momentos submicroscópicos."

Ponto Ômega é um livro de poucos excessos. Somente numa passagem ou outra, DeLillo faz um ou outro esforço excessivo para soar inteligente demais, como em alguns comentários de Finley sobre Elster (os drinks que tomam, a bengala que humaniza). Agora, somente 104 páginas atormentam o leitor. Há, decerto, ou haveria espaço para pelos menos umas 200 páginas a mais. É o único ponto negativo que visualizei. E só.

No mais, é uma prosa de inegável elegância, em que um DeLillo um tanto sombrio e resignado diante do peso e da inexorabilidade do tempo, cria um pequeno universo de silêncio e desencanto.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 18/06/2011

Don DeLillo - Pnto Ômega
Editora Cia. das Letras - Tradução de Paulo Henriques Britto - Lançamento 2011.

Depois de ter sido premiado em 2010 com o PEN/Saul Bellow Award, igualando-se a Philip Roth (2007) e Cormac McCarthy (2009), o americano Don Delillo não tem muito mais o que provar no campo da literatura e se arrisca em um tema mais subjetivo neste seu 15º romance que é inspirado por uma instalação de arte conceitual (24 Hour Psycho de Douglas Gordon) sobre o filme Psicose de Hitchcock. Nesta instalação, que serve como ponto de partida para o romance, o filme é projetado em dois quadros por segundo e sem som durante um dia inteiro criando uma sensação de deslocamento da consciência devido à quebra da noção de tempo.

A narrativa muda no segundo capítulo para o cineasta de uma única obra, Jim Finley, que tenta convencer Richard Elster, um ex-funcionário do governo americano de formação acadêmica, envolvido nos bastidores da Guerra do Iraque, a gravar um depoimento em uma espécie de documentário sem cortes. Os dois convivem uma temporada na casa de Elster localizada no deserto do Oeste americano (Sonora ou Mojave). Neste cenário desolado, DeLillo tem o ambiente perfeito, ainda desenvolvendo o tema do tempo paralelo, para as digressões de Elster sobre a política americana, como já é de costume, em seus romances: "O Estado precisa mentir. Não há mentira na guerra ou na preparação da guerra que não possa ser defendida. Nós fomos além disso. Tentamos criar novas realidades da noite pro dia, sequências cuidadosas de palavras que eram como slogans de publicidade de tão memoráveis e repetíveis que eram. Palavras que geravam imagem e aí se tornavam tridimensionais. A realidade fica em pé, anda, fica de cócoras. Só que às vezes não faz nada disso.".

A chegada da filha de Elster vem acrescentar tensão à narrativa e, neste ponto, não consigo deixar de comparar o clima deste romance com Desonra de J.M. Coetzee, só que bem menos explícito no tratamento da violência, seja pela solidão e inadaptação de seus protagonistas à vida "real" ou pela técnica narrativa com base nos diálogos precisos e ritmo ágil. Enfim, temos neste livro muito material para reflexão, apesar das limitadas cem páginas que DeLillo nos presenteou e é ele mesmo que nos ensina a seguinte lição, espécie de incoerência da literatura: "A vida verdadeira não pode ser reduzida a palavras ditas ou escritas, por ninguém, nunca. A vida verdadeira ocorre quando estamos sozinhos, pensando, sentindo, perdidos na memória, autoconscientes em pleno devaneio, os momentos submicroscópicos.".
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