spoiler visualizarB. 19/02/2013
Olhar Agudo
Esta é minha segunda edição dos Pensamentos de Pascal. Minha primeira edição, esqueci-a em algum lugar. Era de banca de jornal, também, mas daquela menor onde tinha a cara do filosofo impressa na capa. É uma tradução baseada na organização de Léon Brunschvicg, do circulo metafísico francês, de onde fazia parte também Henri Bergson - seja la o que isto queira dizer, enfim, é chique citar autores que ninguem conhece.
Esta tradução em particular se tornou célebre em minha caminhada pessoal. Sobretudo, o tal pensamento 72... lembro-me que da primeira vez que tive contato com esse pensamento, mesmo traduzido, foi como uma viagem de LSD literaria. Quer dizer, espaços infinitos se abriram... dificil explicar. Mas nao do tipo meramente estética. Foi um mergulho existencial profundo.
Anos e anos se passaram, este pensamento me marcou muito. Até que, nao lembro quando, descobri duas outras fontes que acabaram por solucionar este enigma - acho. Huberto Rohden e Pierre Weil alinharam Pascal no conjunto dos misticos. Nao religiosos apenas, mas misticos. Ha uma diferença brutal nisto.
Enfim... até hoje volto a este livro e ja consultei a edição em frances, comparei-a com esta tradução, outras traduções para o portugues - na época que estava estudando para o exame de francês para o doutorado. Mas por questões afetivas, a organização de Leon e esta tradução da Nova Cultural para mim sao definitivas. Sao as razoes do coração, hehe.
Grande Pascal, arguto observador das entrelinhas inconscientes do comportamento.