O Cemitério de Praga

O Cemitério de Praga Umberto Eco




Resenhas - O Cemitério de Praga


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Elizabeth 12/09/2022

A história
No começo o achei cansativo, aí as histórias não se encontram. Algumas partes flui bem, outras cansam, mas o final arrebatador. Com certeza vou reler.
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Jardim de histórias 23/08/2022

Sensacional!!!!!
Eu sou incrivelmente fã de Umberto Eco...
Eu amo essas histórias ficcionais em um contexto histórico. Aliás, essa obra está repleta de história. Esse livro é um delicioso passeio, um passeio Hilariante e inesquecível.
Muito me agrada o peso crítico de Umberto Eco, como ele circula em assuntos polêmicos, dando ao personagem principal, a falta de noção e o comportamento preconceituoso, repugnante, mas necessário. Tudo não passa de uma reflexão a alguns comportamentos tão normalizados, que de forma genial, o autor provoca de forma quase coletiva, um transbordamento de reações e sensações, horas raiva, graça, prazer, mas, no geral, tudo se encaixa perfeitamente.
Umberto Eco, você é um gênio! 
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Lous.Paulin 17/07/2022

O toma me atraiu e o livro é bem escrito, porém não sei o que acontece pra esse livro ser tão maçante. Terminei na força do ódio kkkk
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MariBrandão 13/05/2022

Um livro cheio de fatos históricos e personagens reais, o que a princípio me agradaria demais! Contudo a narrativa é tão truncada e maçante que foi difícil chegar ao final. Na realidade só finalizei a leitura por pura teimosia e só fui ter um momento de "nossa que legal isso aqui" quando estava com a leitura em 80%.
Foi meu primeiro contato com Umberto Eco, e acho que não foi uma boa escolha. Não gostei mesmo.
Thaíssa Pereira 13/05/2022minha estante
Olá,eu criei um Instagram literário e ficaria muito feliz em ter você por lá! Se puder seguir ficarei grata @livros.por.thai muito obrigada!! Boas leituras ?




marianasampaio0 13/03/2022

O CEMITÉRIO DE PRAGA
Se os mundos ficcionais são tão confortáveis, por que não tentar ler o mundo real como ficção??; ?Ou, se os mundos ficcionais são tão pequenos e ilusoriamente confortáveis, por que não tentar criar mundos ficcionais tão complexos, contraditórios e provocantes como o mundo real?? ? se pergunta Umberto Eco, no capítulo 6, de ?Seis Passeios no Bosque da Ficção?.

?O Cemitério de Praga?, novo romance do autor publicado há um ano na Europa e na América do Sul, já é um best-seller na Itália, Espanha, Argentina e México. Numa espécie de apêndice no final do livro, chamado ?inúteis esclarecimentos eruditos?, Eco nos diz que os personagens principais dessa história são pessoas que de fato existiram, sendo apenas o protagonista uma ficção. Trata-se de uma colagem com personalidades reais como Alexandre Dumas, Victor Hugo, Garibaldi, Giuseppe Mazzini, Cavour, Sigmund Freud e muitos outros menos conhecidos.


Os principais acontecimentos históricos relatados no livro ? incluindo a unificação da Itália, os ?Protocolos dos sábios de Sião?, o caso Dreyfus e a guerra franco-prussiana ? formam o pano de fundo da carreira de um falsificador que começa a escrever um diário para reconstruir a sua memória falha. Simone Simonini é o escritor principal do diário, a primeira voz, que recebe a colaboração do Abade Dalla Piccol. Simone Simonini é uma figura que sofre de transtorno dissociativo de identidade.

A segunda é uma voz mais confiável cuja procedência não é discernível. Eco tenta criar dessa vez um personagem o mais desprezível possível. Tanto que o livro começa com um discurso retórico contra tudo e contra todos. Então, se você for judeu, alemão, francês, italiano ou gay, as páginas de abertura poderão ofendê-lo, e muito. Os estereótipos preconceituosos de Simonini ou do Abade Dalla Piccola vão sendo jogados, e o leitor começa a perceber o caráter verdadeiramente deformado do protagonista. É no antissemitismo que aparece seu veneno mais forte. E aqui o leitor se vê dentro da história, correndo o risco de se tornar cúmplice de Simonini. ?Só que o ódio aquece o meu coração", diz ele.

As inversões de papel entre o mundo real e o ficcional funcionam no livro de forma inocente e agradável, embora possam ser assustadoramente perigosas, como no caso dos Sábios de Sião?. Estes ?Protocolos? deram sustentação ?documental? para o (reforço do) antissemitismo europeu do início do século XX (era o livro de cabeceira de Hitler, sendo citado inclusive em ?Minha luta?, por exemplo).

Em seu livro ?Seis passeios pelos bosques da ficção? (1994), Umberto Eco faz uma brilhante demonstração de como os ?Protocolos dos Sábios do Sião?, que denunciavam um suposto complô judeu para dominar o mundo, são originários das várias versões deturpadas de cenas de romances rocambolescos como O Judeu Errante, de Eugene Sue, e Joseph Balsamo, de Alexandre Dumas, tendo, no entanto, se tornado ?verdadeiros? para os incautos. ?Cemitério de Praga? mostra, assim, o caráter fabricado e artificial dos fatos históricos, que chegam a despontar como mentiras muitas vezes repetidas.

Simonini, reconhecido por sua habilidade na falsificação de documentos, precisa mostrar serviço aos seus empregadores do governo. Então, chega à conclusão que, se denunciar um complô, sua reputação aumentará bastante: ?O que torna fidedigno um informante da polícia??, ele se pergunta. ?A descoberta de um complô. Portanto, ele deveria organizar um complô para poder denunciá-lo?. Apesar de ficcional, o protagonista reserva semelhanças com muitos personagens reais tanto do passado como do presente.


O livro está recheado de histórias de assassinatos e reviravoltas, temperadas com eventos históricos vistos dos bastidores, e revelações indiscretas acerca dos hábitos de famosos (Garibaldi, Napoleão, Victor Hugo). Há também conspirações sob um pano de fundo de esgotos cheios de cadáveres, abades esfaqueados, navios que explodem em regiões vulcânicas em plena erupção, missas negras, e por aí vai.

A sucessão de idas e vindas da narrativa deixa o leitor um pouco atordoado: hipnose, histeria, magnetismo, teorias da conspiração, tudo junto em uma narrativa muito acelerada, mas com acontecimentos vertiginosamente encadeados. Os maçons se misturam aos satanistas, que por sua vez são confrontados com os anarquistas, os antissemitas, os mesmeristas e os jesuítas, tudo isso costurado pela perspectiva de um diário bastante peculiar de um homem ? Simonini, por delírios esquizofrênicos, nos quais se imagina ser outro homem, o abade Dalla Piccola que, eventualmente, também registra sua visão dos fatos em outro diário.

O fato de existirem falsificadores de história é um dado preocupante. Se pensarmos que tudo isso pode estar acontecendo nesse exato momento vai fazer com que muitos leitores venham a pensar: ?eles estão entre nós...? E o pior, muitos sofrem da tendência de acreditar em tudo o que é dito. Por isso é que o autor nos conta a impressionante história baseado nas citações explícitas de fontes ficcionais que muitas pessoas assumem como verdadeiras.

A paixão de Eco por folhetins, pelo lixo cultural e, claro, pela ignorância humana capaz de acreditar em qualquer coisa, está contida no romance ?Cemitério de Praga?. Temos, então, toda a atmosfera de um folhetim: disfarces, conspirações, fomentação da opinião pública contra um determinado inimigo (jesuítas, maçons, comunistas, mas em especial os judeus, cada vez mais).

O título do livro se refere à cena primordial, envolta em romance. Um encontro de rabinos representando as doze tribos de Israel no referido cemitério onde eles conspiram a dominação do mundo pelas finanças, a ruína do cristianismo e dos valores ocidentais, e para completar, o tiro de misericórdia, a dominação global.

O poder incrível e duradouro dos ?Protocolos? nos diz Hannah Arendt, tem pouco a ver com a mente de seus falsários, mas tudo a ver com a avidez de seus consumidores. E assim a história humana se repete como disse certa vez Marx, na primeira vez, como tragédia, na segunda como farsa. Umberto Eco nos oferece um romance robusto e inteligente que vale a pena ser lido. Um romance que denuncia os falsários e provoca os consumidores.

NOTA: 07/10
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Marcos Nandi 26/02/2022

Merda de livro
O primeiro livro que li de Umberto Eco, foi o horrível "Número zero", que livro ruim e sem sentido. Dei uma nova chance ao autor, mas esse livro não passa longe não.

A história se passa no final do século 19. E é basicamente, um diário com as memórias do protagonista.

Simonini, é um francês por parte de mãe e italiano por parte de pai. Mora na França (depois de cometer um crime e fazer outras coisas erradas na Itália, ele foge da Itália e vive de disfarces para não ser reconhecido) e vive como falsificador de documentos. É um misantropo, misógino, racista e antisemita, odeia também franceses, italianos, maçons, alemães, árabes, etc. Ou seja, intragavel.

De um dia para o outro ele acorda desmemoriado e encontra a roupa de um suposto abade. Descobre também (?) um corredor que levava ao apartamento desse abade. Assim sendo, ele puxa por suas memórias pra tentar descobrir quem ele é e quem o abade é (são entrada do diários dos dois. Eles trocam relatos e informações).

Nesse interim, conhecemos alguns personagens (como Freud) e descobrimos o conceito da dupla consciência (ou duas consciências), onde muito por causa de traumas passados, a pessoa desenvolve duas personalidades.Por exemplo, Diana, que às vezes é uma libertina e às vezes, uma carola. Interessante ressaltar que essa segunda personalidade é de um padre, e na sua adolescência o protagonista foi assediado (não chegou as vias de fato) por um padre jesuíta.

O protagonista aprendeu a ser falsario trabalhando um cartório, onde mais tarde, começou a falsificar relatório para derrubar governos usando o disfarce de abade. Tudo isso como pano de fundo a independência e unificação da Itália, bem como, uma campanha de difamação contra o exército que queria a independência. E também, a destruição dos judeus que se reuniam no cemitério de Praga num confabulo para dorminar o mundo cristão, prometido por Abraão (é isso mesmo KKK) e nisso entrava os maçons também (o maldito rolê dos protocolos dos sábios de Sião, nasce a partir de uma reunião no cemitério de Praga)

Apesar da conspiração que se passa em Paris não ter sentido. A construção do personagem principal é bem feita. Um belo exemplo de romance de construção. A parte da conspiração e do role da dupla consciência que é insuportável. Outra que me irrita é a contradição do livro em tentar justificar o "duplo".

É um livro SEM NENHUM SENTIDO MEU DEUS.

Outra coisa que deixa o livro insuportável, são as imagens que aparecem ao longo do livro e que não acrescentam em nada ao enredo.

Dei, quase duas estrelas, apenas pela questão da culinária que achei interessante e pela construção do protagonista.
Diana131 18/03/2023minha estante
Parabéns...rs...




Josana.Baltazar 04/12/2021

Então......li na insistência o livro é muito bem escrito e flui bem o personagem principal é perfeito em sua dualidade, e os demais muitos nomes conhecidos de fato mas para mim muito difícil me faltou conhecimento para entender bem a história, acabou que só pude extrair os complos e quão longe podemos ir com histórias bem montadas
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Sergio21 31/10/2021

Poderia ser Melhor
Umberto Eco é um grande crítico literário e especializado em semiótica. Tem grande conhecimento em história da Europa e Idade Média. Porém isso não o qualifica como um Grande Romancista. O tema proposto no livro é excelente, a costura dos fatos inteligente, mas como a prosa do autor não é leve, o desenrolar dos acontecimentos não é fluído, é truncado, tornando o desenvolvimento dos personagens insatisfatório e o arco narrativo um pouco confuso. Isso não significa que o livro seja ruim, pelo contrário, é uma obra de fôlego e estruturada. A observação é de ordem técnica, não literária. Quando o leitor se acostuma com esse texto "caudaloso" ele não abrirá mão de completar a leitura!
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Kirla 03/09/2021

Umberto Eco nos leva a conhecer Simonini, que esteve presente e fez acontecer alguns dos grandes acontecimentos da história da Europa nos anos de 1800. Um homem que manipula a história com fake news, tem um ódio por judeus e tenta a todo custo prejudicar estes, e se for remunerado, melhor ainda!
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Marcos5813 01/09/2021

Sombras da alma
Bom livro do Umberto Eco. Tem como pano de fundo os diversos acontecimentos no início do século XIX até seu final, na Europa e em alguns países da América Latina, como no Brasil, com diversos movimentos liberais e anticlericais, conhecido como Carbonários, culminando com a instauração de governos republicanos, em detrimento das monarquias e principados vigente.

A obra trás como protagonistas Simonini, e seu alter ego, o Abade Dalla Piccola. Após a morte de seu pai, morto por revolucionários ligados a Garibaldi, um dos unificadores da Itália, no que ficou conhecido como Risorgimento Italiano, e do seu avó, homem de poses e fervoroso católico jesuíta, Simonini se ver obrigado a trabalhar como escriturários em um tabelionato, depois que a herança de seu avô é subtraída pelo tabelião. Para manter seu modo de vida peculiar, amante da boa gastronomia, Simonini acaba por fazer trabalhos de falsificação de documentos e espionagem para agências secretas, do governo francês, prussianos e todos aqueles interessados em esconder ou saber a verdade, que possa mudar os rumos dos acontecimentos na política. Entre acontecimentos como a unificação italiana, a Comuna de Paris, o borderô do caso Dreyfus, Simonini passa a trabalhar na falsificação de um documento sobre um certo cemitério judeu em Praga, com o intuito de incriminar os judeus pela desgraças do mundo, o que muitos historiadores acreditam que tal documento existiu de fato, e possa ter levado ao que ficou conhecido como a "Solução Final" para o caso judeu, com sua exterminação em massa nos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial.

O livro é linear mas com muitos personagens e acontecimentos, o que embaralha um pouco a narrativa, mas no geral a história é muito bem contada, através do diário que o protagonista mantem com seu alter ego. O que o livro passa é que no mundo obscuro das agências secretas, existem pessoas que vivem sob sombras. Como diz o personagem na trama, não convém que a verdade seja de toda suprimida, mas apenas que apareça um pouco, junto do que é falso que deva vim a tona. Excelente leitura!
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Fabio.Chagas 12/07/2021

Romance robusto e inteligente ??
Se os mundos ficcionais são tão confortáveis, por que não tentar ler o mundo real como ficção??; ?Ou, se os mundos ficcionais são tão pequenos e ilusoriamente confortáveis, por que não tentar criar mundos ficcionais tão complexos, contraditórios e provocantes como o mundo real?? ? se pergunta Umberto Eco, no capítulo 6, de ?Seis Passeios no Bosque da Ficção?.

?O Cemitério de Praga?, novo romance do autor publicado há um ano na Europa e na América do Sul, já é um best-seller na Itália, Espanha, Argentina e México. Numa espécie de apêndice no final do livro, chamado ?inúteis esclarecimentos eruditos?, Eco nos diz que os personagens principais dessa história são pessoas que de fato existiram, sendo apenas o protagonista uma ficção. Trata-se de uma colagem com personalidades reais como Alexandre Dumas, Victor Hugo, Garibaldi, Giuseppe Mazzini, Cavour, Sigmund Freud e muitos outros menos conhecidos.

Os principais acontecimentos históricos relatados no livro ? incluindo a unificação da Itália, os ?Protocolos dos sábios de Sião?, o caso Dreyfus e a guerra franco-prussiana ? formam o pano de fundo da carreira de um falsificador que começa a escrever um diário para reconstruir a sua memória falha. Simone Simonini é o escritor principal do diário, a primeira voz, que recebe a colaboração do Abade Dalla Piccol. Simone Simonini é uma figura que sofre de transtorno dissociativo de identidade.

A segunda é uma voz mais confiável cuja procedência não é discernível. Eco tenta criar dessa vez um personagem o mais desprezível possível. Tanto que o livro começa com um discurso retórico contra tudo e contra todos. Então, se você for judeu, alemão, francês, italiano ou gay, as páginas de abertura poderão ofendê-lo, e muito. Os estereótipos preconceituosos de Simonini ou do Abade Dalla Piccola vão sendo jogados, e o leitor começa a perceber o caráter verdadeiramente deformado do protagonista. É no antissemitismo que aparece seu veneno mais forte. E aqui o leitor se vê dentro da história, correndo o risco de se tornar cúmplice de Simonini. ?Só que o ódio aquece o meu coração", diz ele.

As inversões de papel entre o mundo real e o ficcional funcionam no livro de forma inocente e agradável, embora possam ser assustadoramente perigosas, como no caso dos Sábios de Sião?. Estes ?Protocolos? deram sustentação ?documental? para o (reforço do) antissemitismo europeu do início do século XX (era o livro de cabeceira de Hitler, sendo citado inclusive em ?Minha luta?, por exemplo).

Em seu livro ?Seis passeios pelos bosques da ficção? (1994), Umberto Eco faz uma brilhante demonstração de como os ?Protocolos dos Sábios do Sião?, que denunciavam um suposto complô judeu para dominar o mundo, são originários das várias versões deturpadas de cenas de romances rocambolescos como O Judeu Errante, de Eugene Sue, e Joseph Balsamo, de Alexandre Dumas, tendo, no entanto, se tornado ?verdadeiros? para os incautos. ?Cemitério de Praga? mostra, assim, o caráter fabricado e artificial dos fatos históricos, que chegam a despontar como mentiras muitas vezes repetidas.

Simonini, reconhecido por sua habilidade na falsificação de documentos, precisa mostrar serviço aos seus empregadores do governo. Então, chega à conclusão que, se denunciar um complô, sua reputação aumentará bastante: ?O que torna fidedigno um informante da polícia??, ele se pergunta. ?A descoberta de um complô. Portanto, ele deveria organizar um complô para poder denunciá-lo?. Apesar de ficcional, o protagonista reserva semelhanças com muitos personagens reais tanto do passado como do presente.

O livro está recheado de histórias de assassinatos e reviravoltas, temperadas com eventos históricos vistos dos bastidores, e revelações indiscretas acerca dos hábitos de famosos (Garibaldi, Napoleão, Victor Hugo). Há também conspirações sob um pano de fundo de esgotos cheios de cadáveres, abades esfaqueados, navios que explodem em regiões vulcânicas em plena erupção, missas negras, e por aí vai.

A sucessão de idas e vindas da narrativa deixa o leitor um pouco atordoado: hipnose, histeria, magnetismo, teorias da conspiração, tudo junto em uma narrativa muito acelerada, mas com acontecimentos vertiginosamente encadeados. Os maçons se misturam aos satanistas, que por sua vez são confrontados com os anarquistas, os antissemitas, os mesmeristas e os jesuítas, tudo isso costurado pela perspectiva de um diário bastante peculiar de um homem ? Simonini, por delírios esquizofrênicos, nos quais se imagina ser outro homem, o abade Dalla Piccola que, eventualmente, também registra sua visão dos fatos em outro diário.

O fato de existirem falsificadores de história é um dado preocupante. Se pensarmos que tudo isso pode estar acontecendo nesse exato momento vai fazer com que muitos leitores venham a pensar: ?eles estão entre nós...? E o pior, muitos sofrem da tendência de acreditar em tudo o que é dito. Por isso é que o autor nos conta a impressionante história baseado nas citações explícitas de fontes ficcionais que muitas pessoas assumem como verdadeiras.

A paixão de Eco por folhetins, pelo lixo cultural e, claro, pela ignorância humana capaz de acreditar em qualquer coisa, está contida no romance ?Cemitério de Praga?. Temos, então, toda a atmosfera de um folhetim: disfarces, conspirações, fomentação da opinião pública contra um determinado inimigo (jesuítas, maçons, comunistas, mas em especial os judeus, cada vez mais).

O título do livro se refere à cena primordial, envolta em romance. Um encontro de rabinos representando as doze tribos de Israel no referido cemitério onde eles conspiram a dominação do mundo pelas finanças, a ruína do cristianismo e dos valores ocidentais, e para completar, o tiro de misericórdia, a dominação global.

O poder incrível e duradouro dos ?Protocolos? nos diz Hannah Arendt, tem pouco a ver com a mente de seus falsários, mas tudo a ver com a avidez de seus consumidores. E assim a história humana se repete como disse certa vez Marx, na primeira vez, como tragédia, na segunda como farsa. Umberto Eco nos oferece um romance robusto e inteligente que vale a pena ser lido. Um romance que denuncia os falsários e provoca os consumidores. Um livraço.
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Tiago Fachiano 04/07/2021

Dalla Picolla
Eu comecei a ler Umberto Eco pela sua obra prima, O nome da rosa. Um livro fantástico de 5 estrelas com uma qualidade escrita fenomenal. O cemitério de praga mantém a qualidade na escrita, mas a história menos empolgante.

O livro conta a história de um rapaz com duas personalidades (uma de alguém q ele matou). Simonini é um rapaz que forja documentos e textos para criar situações de intrigas e lucrar com publicações, brigas e heranças. Várias dessas falsificações giram em torno dos Judeus, anticristo e da Maçonaria. Muitas histórias intrigantes e emocionantes. Mas as vezes ficam complexas e perdem o sentido da essência.

Quero ler mais livros do Umberto, pois são histórias que misturam realidade do ficção. Contam momentos históricos, como por exemplo nesse livro, a guerra na Itália pelo Garibaldi.
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Bed of books - @bedofbooks 23/02/2021

Resenha Bed of Books
"O Cemitério de Praga", de Umberto Eco, publicado em 2010, é um romance histórico que pode vir a se tornar um clássico da literatura italiana.

Inicialmente, achei o enredo meio entediante. Através dos diários de Simone Simonini (protagonista, porém o único personagem criado pelo autor, já que os demais são figuras reais), Eco narra eventos da história da Itália e da França que, para mim, eram completamente desconhecidos. E por que não dizer, desinteressantes.

Além disso, o uso constante de termos em francês tornou a leitura penosa para mim.

Porém, com o desenrolar da trama, fui me interessando cada vez mais pelos complôs, falsificações, assassinatos, seitas satânicas e disputas religiosas acompanhadas de perto pelo personagem fictício Simonini e seu alter ego, o abade Dalla Picolla.

O episódio que dá nome ao livro, uma reunião de rabinos que supostamente teria ocorrido no Cemitério de Praga, dá origem aos "Protocolos dos sábios de Sião", que por mais que se tratem de falsificações, nas quais Simonini teria tomado parte, explicam o antissemitismo que ecoou na Europa nos séculos XIX E XX.

Para quem gosta de História, o livro é um prato cheio. Mas para aqueles que, como eu, preferem a ficção, também não deixa a desejar. A narrativa é muito bem construída, e prende a atenção do leitor aos poucos, fazendo-o questionar o que é real e o que foi criado pelo autor.
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Carolina Nanya 02/01/2021

Difícil leitura e um pouco confuso
Tive de insistir na leitura, por vontade de ler um livro do Umberto Eco.
O livro traz à luz ideias de conchavos políticos, como é que nascem as revoluções, etc e descortina fatos que a nós é interessante refletir.
No entanto, ressalta-se que a forma como foi escrita, lembra devaneios e em muitos momentos chega a ser anuviada.
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San 21/10/2020

Finalmente consegui concluir a leitura do Cemitério de Praga! É impressionante o vasto conhecimento, talento e criatividade do autor para aliar a rica trama com muitos personagens aos diversos fatos históricos! A leitura é fascinante!
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