Os Sete Saberes Necessários à Educaçao do Futuro

Os Sete Saberes Necessários à Educaçao do Futuro Edgar Morin




Resenhas - Os Sete Saberes Necessários à Educaçao do Futuro


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Kevin 05/10/2020

Aqui Morin traz aspectos essenciais para vários eixos de uma educação futura, do próprio sujeito até ao quesito epistemológico, como é próprio do pensamento que o autor procura desenvolver, a complexidade, essa ligação é pensada durante todo o livro, o todo nas partes e as partes no todo.
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Clio0 28/06/2020

Poucas vezes li um texto tão frustrante quanto esse.

O livro não é um manual, uma pesquisa ou uma discussão, mas um ensaio feito com o intuito de direcionar os educadores para o século XXI. Porém, é cheio de convenções e apresenta ausência de definições de vários termos, o que é inconcebível em algo que embora não tenha cunho científico, trata sobre ciência e volta-se a professores (os quais têm a mesma educação formal de pesquisadores).

Edgar Morin dá voltas em argumentações difusas (quando ele próprio fala sobre a necessidade de contextualização), se perde em digressões históricas irrelevantes e, cúmulo dos cúmulos, infla capítulos criticando preconceitos e posicionamentos (etnocentrismo e eurocentrismo) e se vale dos mesmos para criticar nações dissidentes.

O que no final adiciona insulto à injúria é o fato de que não há uma bibliografia. O autor dá uma desculpa esfarrapada sobre o leitor precisar formar a sua própria rede de conhecimento bibliográfico.
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Lari 20/06/2020

Um livro base: para apreender e ensinar
Li este livro por conta da indicação de uma professora, e com ele pude relembrar a importância da educação na constituição de quem somos. O autor aborda de forma clara e leve o que precisamos para ter um ensino para o futuro, e não veja aqui a colocação como algo futurístico, na ideia atrelada a tecnologia, mas como uma visão mais amplas do conhecimento, onde se percebe não partes dicotomizadas do ser humano mas o todo, onde se presa ensinar também o fracasso e a relação que temos com o outro.
O que me marcou neste livro foi a colocação do autor de que nada é eterno e não existe uma verdade unica, o que se parar para pensar se fosse ensinado nas base na escola tornaria a humanidade mais pronta para tudo que estamos enfrentando.
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Luciano.Costa 06/03/2018

RESENHA DO PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO “OS SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO”
Livro: Os saberes necessários à educação do futuro
Autor: Edgar Morin
Cortez Editora
Ano: 2002

RESENHA DO PRIMEIRO CAPÍTULO DO LIVRO “OS SABERES NECESSÁRIOS À EDUCAÇÃO DO FUTURO”

No primeiro capítulo do livro “Os saberes necessários à educação do futuro”, Edgar Morin afirma que todo e qualquer conhecimento corre perigo de conter erros e ilusão, e que é difícil de encontra erro e ilusão no conhecimento, pois não se reconhecem em absoluto como tais. cabe à educação mostrar que não há conhecimento que não esteja em algum grau ameaçado pelo erro e pela ilusão.

O conhecimento é passado sob forma de palavras, de ideias, de teoria é a tradução por meio da linguagem e do pensamento, por isso o conhecimento está sujeito ao erro, como afirma Morin todas as percepções são ao mesmo tempo traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos.

O sentimento pode obstaculizar o desenvolvimento da inteligência, é necessário que se estabeleça um equilíbrio entre o sentimento e o uso da razão, visto que apenas fazendo uso da razão o homem seria um ser mecanizado, como um computador, e apenas agindo emocionalmente seria um bobo irracional. É importante frisar que, a capacidade de saber equilibra as emoções e o uso da razão é indispensável ao estabelecimento de comportamentos racionais.

No subcapítulo “Os erros mentais”, Morin elucida que o cérebro não permite distinguir a alucinação da percepção, o sonho da vigília, o imaginário do real, o subjetivo do objetivo e que a própria mente é também fonte de erros. De fato, às vezes temos falsas lembranças que julgamos ter vivido, assim como também recordações que acreditamos piamente jamais as ter vivido. Conclui-se, portanto, que assim como a memória é fonte de verdade, pode ela própria estar sujeita a conter erros e às ilusões.

“Os erros da razão”, Morim certifica que a racionalidade é a melhor proteção contra o erro e a ilusão, ela que permite a distinção entre vigília e sonho, imaginário e real, subjetivo e objetivo. É importante deixar claro a diferença entre a racionalidade e a racionalização: a primeira não pode jamais se converter na segunda, uma vez que ela tem que estar aberta ao quem a contesta, assim evitando que se transforme em doutrina, enquanto a segunda fundamenta-se em bases mutiladoras e falsas, nega-se a contestação de argumentos e a retificação em empírica.

Edgar Morin faz uma crítica aos que não fazem uso da racionalidade, que segundo ele seria as mentes dos cientistas e técnicos e de que são desprovidos os demais. Morin critica também os europeus, que dizem serem os proprietários da racionalidade, vendo apenas erros e ilusões e atrasos em outras culturas.

Morin finaliza o sub capítulo “os erros da razão” dizendo que há necessidade de reconhecer na educação do futuro um princípio de incerteza racional, sendo necessário fazer autocríticas, para não cair na ilusão racionalizadora. Um dos saberes necessário à educação do futuro, é que a educação deve levar em consideração não apenas os conhecimentos empíricos mas também se aprofundar na zona invisível dos paradigmas metafísicos.

Resumido em poucas palavras o primeiro capítulo do livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, o que fica bem explícito é que devemos tomar algumas precauções em relação ao conhecimento. É necessário que se duvide do próprio conhecimento, tendo em vista que, todo conhecimento está fadado a conter erros e ilusões.

Luciano dos Anjos Costa 02 de março de 2018.
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Guaracy.Carlos 15/11/2016

Moran mais uma vez nos brinda com um texto fluido e claro. Suas obras primam pela clareza com que ele consegue expressar suas propostas e pensamentos.
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jmrainho 05/11/2016

Escrevendo a utopia
2a. Edição. Unesco, Cortez, 2011
Conferência realizada sobre os Sete Saberes Necessários à Educação, Universidade do Ceará, 21 a 24 de setembro de 2010, comemorando 10 anos da obra.

Edgar Morin (1921, Paris- ) é filósofo e antropólogo. Formado em Direito, História e Geografia.

Os 7 saberes é uma utopia. Se você foi ignorante, comedor de batata frita do McDonald, eleitor de partidos de direita. Caia fora. Este não é o seu sonho.

TRECHOS
Considerando as dificuldades em transmitir conhecimentos, suas tendências ao erro e à ilusão, deve-se preocupar-se em fazer conhecer o que é conhecer.
Seria preciso ensinar princípios de estratégia que permitissem enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu desenvolvimento,.
Eurípedes: "O esperado não se cumpre, e ao inesperado um deus abre o caminho"

O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensão mútua.
Uma das bases para a educação para a paz.

Marx e Engels enunciaram justamente, em A Ideologia alemã, que os homens sempre elaboraram falsas concepções de si próprios, do que fazem, do que devem fazer, do mundo onde vivem. Mas nem Marx nem Engels escaparam destes erros.

O erro de percepção acrescenta-se o erro intelectual.
Cada mente é dotada também de potencial de mentira para si próprio (self-deception) - [auto-engano].

As crenças e as ideias não são somente produtos da mente: são também seres mentais que tem vida e poder. Dessa maneira, podem possuir-nos.

Os humanos possuídos são capazes de morrer ou de matar por um deus, por uma ideai. No alvorecer do terceiro milênio, como os daimons dos gregos, e por vezes como os demônios do Evangelho, nossos demônios "idealizados" arrantam-nos, submergem nossa consciência, tornam-nos inconscientes, ao mesmo tempo em que nos dão a ilusão de ser hiperconscientes.

As sociedades domesticam os indivíduos, por meio de mitos e ideias que, por sua vez, domesticam as sociedades e os indivíduos, mas os indivíduos poderiam, reciprocamente, domesticar as ideias, ao mesmo tempo em que poderiam controlar a sociedade que os controla.

Lênis disse que os fatos eram inflexíveis. Não havia percebido que a ideia-fixa e a ideia-força, ou seja, as suas, eram ainda mais inflexíveis. O mito e a ideologia destroem e devoram os fatos.
As ideias que defendo aqui não são tanto ideias que possuo, mas sobretudo, ideias que me possuem.

Evitar o idealismo e racionalização.

O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente. É preciso situar as informações e os dados em se contexto para que adquirem sentido.

O enfraquecimento da percepção do global conduz ao enfraquecimento da responsabilidade (cada qual tende a ser responsável apenas sua tarefa individualizada) assim como ao enfraquecimento da solidariedade (cada qual não mais sente os vínculos com seus concidadãos).

Soluções presumidamente racionais empobreceram ao enriquecer, destruíram ao criar.

"Apenas o sábio mantém o todo constantemente na mente, jamais esquece o mundo, pensa e age em relação ao cosmo"

Ensinar a identidade terrena

O futuro permanece aberto e imprevisível.
A destruição do mito do progresso. O progresso é possível, mas é incerto

"O devanir é doravante problematizado e o será para sempre" (Patocka). O futuro chama-se incerteza.
A história avança, não de modo frontal como um rio, mas por desvios que decorrem de inovações ou de criações internas, de acontecimentos ou de acidentes externos.
Não ha evolução que não seja desorganizadora/reorganizadora em seu processo de transformação.

O conhecimento é a navegação em um oceano de incertezas, entre arquipélagos de certezas.

O teorema de Arrow, que erige a impossibilidade de associar o interesse coletivo a interesses individuais, assim como de definir felicidade coletiva com base em uma coleção de felicidades individuais. (sobre teoremas que limitam o conhecimento).

Para toda ação empreendida em meio incerto, existe contradição entre o princípio do risco e o princípio da precaução, sendo um e outro necessário. Segundo as palavras de Péricles, in Tucídides, Guerra do Peloponeso: "Todos sabemos ao mesmo tempo demonstrar extrema audácia e nada empreender sem madura reflexão. Nos outros, a intrepidez é efeito da ignorância, enquanto a reflexão engendra a indecisão.

Toda ação escapa À vontade de seu autor quando entra no jogo das inter-retro-ações do meio em que intervém. Este é o princípio próprio à ecologia da ação. A ação não corre apenas o risco de fracasso, mas de desvio ou de perversão de seu sentido inicial e pode, até mesmo, voltar-se contra seus iniciadores.

3 consequências:
- Efeito perverso, inesperado, maior que o benéfico esperado
- Inanição da inovação. Quanto mais se muda, mais tudo permanece igual.
- A colocação das conquistas em perigo (quis-se melhorar a sociedade, mas só se conseguiu suprimir liberdade ou segurança.

Liberdade, igualdade, fraternidade. Estes três termos complementares são, ao mesmo tempo, antagonistas: a liberdade tende a destruir a igualdade; esta, se for imposta, tende a destruir a liberdade; enfim, a fraternidade não pode ser nem decretada, nem imposta, mas incitada.

Deve-se lutar contra as incertezas da ação; pode-se mesmo superá-las em curto ou em médio prazo, mas ninguém pretende tê-las eliminado em longo prazo.
Certeza poderia ser somente uma gravidez psicológica.
Tudo que comporta oportunidade comporta risco, e o pensamento deve reconhecer as oportunidades e riscos como os riscos das oportunidades.

Na história, temos visto, com frequência, infelizmente, que o possível se torna impossível. Mas vimos também que o inesperado se torna possível e se realiza. O improvável se realiza mais do que o provável. Saibamos portanto, esperar o inesperado e trabalhar pelo improvável.

Quanto mais apolítica se torna técnica, mais a competência democrática regride.

Na verdade, a dominação, a opressão, a barbárie humanas permanecem no planeta e agravam-se. Sós e em conjunto a política do homem, a política da civilização, a reforma do pensamento, a antropoética, o verdadeiro humanismo, a consciência da Terra-pátria reduziriam a ignomínia no mundo.

Por uma comunidade planetária organizada: não seria esta a missão da verdadeira Organização das Nações Unidas?
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Enock Araújo 04/03/2011

Um livro de cabeceira
Estou dizendo que este livro é de cabeceira porque ele deva estar sempre perto de você caso você seja um(a) professor(a), se interesse por educação. Mostra os saberes necessários para que possamos viver e educar bem. Aconselho para professores de modo geral, pedagogos, e demais pessoas interessadas no ato de educar.
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Vivi_ 12/07/2010

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3ed. São Paulo: Cortez: Brasília, DF: UNESCO, 2001.


O francês Edgar Morin é antropólogo, sociólogo, filósofo, pesquisador emérito do CNRS. É formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. É considerado um dos principais pensadores da contemporaneidade e um dos principais teóricos da complexidade. Em seu livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, ele propôs alternativas para o modelo de enxergar a educação em nossa geração, portanto, a partir de seu vasto conhecimento, ele arquitetou algumas maneiras de harmonizar as relações do todo integrado que é o mundo em que vivemos, trazer à realidade boas práticas educacionais.
O livro supramencionado encontra-se dividido em sete capítulos: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a condição humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão e, por fim, a ética do gênero humano. Eles visam a abordar uma gama ampla de assuntos concernentes à maneira que o conhecimento é repassado para demonstrar o quanto tudo está interligado e precisa ser visto em conjunto e não cada vez mais fragmentado, como temos atualmente.
Morin não busca impor as ideias que se propõe a demonstrar, porém acredita que se assim as práticas se estruturarem, alcançaremos o que há de essencial numa ética do gênero humano, em que se reconhece a identidade terrena; a importância do eu, do outro e da interação e compreensão entre esses.
O autor alerta: esse livro não é um tratado sobre o conjunto das disciplinas que são ou deveriam ser ensinadas, mas de boas práticas a serem sugeridas e as deficiências constatadas. A princípio, discorre sobre o fato de que não se sabe o que é propriamente o conhecimento humano, contudo este não pode ser considerado uma ferramenta ready made, de modo que a educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. Por exemplo, na teoria da informação comprovou-se que existe o risco do erro sob o efeito de perturbações aleatórias ou de ruídos (noise) em qualquer transmissão de informação, assim como é sabido que o contexto influencia no nosso sentido, a visão, seja pela iluminação, seja pelos elementos no entorno etc. Além disso, a projeção de nossos desejos ou de nossos medos e as perturbações mentais trazidas por nossas emoções multiplicam o risco do erro. Embora estejamos cientes dessas possibilidades, está na lógica organizadora de qualquer sistema de ideias resistir à informação que não lhe convém ou que não pode assimilar. A doutrina mesmo obedece a um modelo mecanicista e determinista para considerar o mundo, de forma que ela não é não é racional, mas racionalizadora. Esse racionalismo que ignora os seres, a subjetividade, a afetividade e a vida são irracionais. Morin reflete e remete-nos ao fato de que o ocidente europeu acreditou, durante muito tempo, ser proprietário da racionalidade - vendo apenas erros, ilusões, atrasos nas outras culturas e julgava qualquer uma pela medida do seu desempenho tecnológico, desconsiderando mitos, magia, religião, lógica pra construir ferramentas e então formou indivíduos que passam a agir, pensar conforme paradigmas inscritos culturalmente neles – os quais determinam operações lógicas-mestras, conceitos-mestre. É um processo inconsciente, mas irriga o pensamento consciente, controla-o e - neste sentido-, é também supraconsciente. Persiste entre nós o paradigma cartesiano que separa a filosofia e a pesquisa reflexiva da ciência e a pesquisa objetiva, à medida que se encarcera o conhecimento através de seus imperativos, normas, proibições, bloqueios, tabus, os quais não são contestados, apenas seguidos. Há o imprinting cultural, marca matricial que inscrever o conformismo a fundo, e a normalização que elimina o que poderia contestá-lo. Acostumados com essa visão de mundo, o inesperado surpreende-nos e não estamos ainda suficientemente estruturados para acolher o novo, mas para repudiá-lo, entretanto cabe aos educadores lançarem-se a esse desafio de demonstrar o novo, uma visão que abarque as condições bioantropológicas, noológicas, socioculturais, históricas, psíquicas através do diálogo entre elas, da complementação. Também deve compreender que, na busca da verdade, as atividades auto-observadoras devem ser inseparáveis das observadoras, as autocríticas das criticas, processos reflexivos e objetivação. Necessitamos que se cristalize e se enraíze um paradigma que permita o conhecimento complexo. A hiperespecialização impede tanto a percepção do global (fragmenta em parcelas), quanto do essencial (ela dissolve). É uma forma particular de abstração, rejeita os laços e as intercomunicações.
A partir do século XVI, inicia-se uma era planetária, através do estabelecimento da comunicação entre todos os continentes, todas as partes do mundo se tornaram solidárias, não se pode, contudo, ocultar as opressões e a demolição que devastaram a humanidade e que ainda não desapareceram. A partir disso, percebemos que a educação para a compreensão está ausente no ensino. O planeta necessita, em todos os sentidos, de compreensão mútua. Além disso, há a necessidade de estudar a incompreensão a partir de suas raízes, suas modalidades e seus efeitos. Este estudo é tanto mais necessário, porque enfocaria não só os sintomas, mas as causas do racismo, xenofobia, desprezo. Constituiria ao mesmo tempo uma das bases mais seguras da educação para a paz, a qual estamos ligados por essência e por vocação. A educação deve contribuir não somente para tomada de consciência da nossa Terra-pátria, mas também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena. Aconselha-nos a aprender a “estar aqui” no planeta: a viver, a dividir, a comunicar, a comungar. Devemos nos dedicar não só a dominar, mas a condicionar, melhorar, compreender.
Acredito que Morin buscou condensar em um espaço pequeno uma infinidade de assuntos bastante complexos, de forma que – por vezes –transmitira-se a impressão de que algumas questões foram tratadas superficialmente ou mesmo o foco inicial delas fora desviado em razão de momentos em que apenas era reiterada a ideia principal de constituirmos uma unidade e que a fragmentação nos aparta de enxergá-la em sua totalidade – de forma que se manifesta imprescindível a mudança de paradigmas, posturas, de um olhar mais acurado à essência do ser humano, seus arquétipos, culturas, diferenças e similitudes, buscando trabalhar de forma a abranger a multiplicidade de conceitos, manifestações existentes no planeta a fim de que se harmonizem as relações interpessoais, ou - por enquanto - amenizem-se as vicissitudes.
Recomendo a leitura principalmente para acadêmicos da licenciatura, como aqueles que já trabalham com a educação, visando a ampliar as maneiras de enxergar o mundo e a si mesmo. Mesmo que, a princípio, um livro tão curto soe pretensioso em abordar um tema tão amplo – entendi como uma espécie de combustível para gerar a “reação em cadeia das reflexões”, ou seja, a partir do momento em que o autor nos diz no fim do livro em “A propósito de uma bibliografia” que se trata de um texto de proposição e reflexão, explica que não irá delimitar uma bibliografia, dada a amplitude de assuntos tratados, e também porque tampouco saberia indicar pequena quantidade de livros, portanto compreende-se que cabe àquele que sentiu o desconforto, que sentiu vontade de estruturar melhor as ideias por ele repassadas -, ir buscar e criar as suas próprias referências e passar adiante o conhecimento adquirido.



Viviane Azeredo de Menezes, Acadêmica do Curso de Letras/Licenciatura em Inglês da UFRGS.


O dever principal da educação é de armar cada um para o combate vital para a lucidez.
MORIN, Edgar.

Sugestões:

Vídeo sobre a influência do contexto para formar as imagens que vemos (arrisco-me a fazer a analogia ao momento em que Morin comenta sobre a interferências naturais na comunicação, portanto afastando a ideia de que haveria apenas uma interpretação certa, visto que são múltiplas):

http://www.ted.com/talks/beau_lotto_optical_illusions_show_how_we_see.html

Filme que surgiu para mim coincidentemente na época em que lia o livro de Morin:
Ponto de Mutação.

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Ponto_de_Muta%C3%A7%C3%A3o

http://kavorka.wordpress.com/2006/09/29/ponto-de-mutao/

http://www.youtube.com/watch?v=NNH240tvPlQ


Diz Marx: “Qualquer reforma do ensino e da educação começa com a reforma dos educadores.” Esta é uma das citações mais utilizadas por Morin quando trata da questão do pensamento complexo e da reforma dos educadores no processo de criação de uma nova educação.

For the French philosopher and sociologist, dialogue is only possible between individuals who recognize each other as subjects with the same dignity and the same rights. That is why he is pessimistic about our era, which he describes as marked by Manichaeism and a breakdown in understanding.
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romag 09/03/2010

Em "Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro", Edgar Morin, pensador francês, tem como objetivo aprofundar a visão transdiciplinar da educação, mostrando que oje o conhecimento não pode ser mais entendido como uma ferramenta pronta e acabada. Pelo contrário, é cada vez mais importante repensar o ensino frmal e despertar nos alunos o entendimento do caráter global das informações. De maneira clara e objetiva, o autor destaca as sete características que deverão ser entendidas pro todos os educadores que pretendem dominar as relações no século XXI.
Edgar Morin nos mostra que devemos estar preparados, armados o mais possível contra os erros e as ilusões, e não devemos ensinar apenas conhecimentos básicos e exatos, mas também as incertezas das quais a vida nos reserva. Nesse aprendizado, temos que integrar à cultura clássica as aquisições fundamentais das ciências que revolucionaram nossa visão do cosmo, da vida e do homem.
Este livro também nos faz refletir sobre a globalização atual, que nos insere no movimento que somos indivíduos únicos, porém temos que conviver com uma sociedade repleta de diversidades.
O livro "Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro", nos faz repensar sobre nossas origens, para compreendermos nossas dificuldades e conflitos pois a educação deve transmitir o antigo e ao mesmo tempo abrir a mente para receber o novo, respeitando assim todas as culturas.
Edgar Morin ressarce também a importância da condição humana, seja ela física, biológica, psíquica, cultural, social, histórica. Com toda esta complexidade na identidade humana é preciso valorizar e respeitar o ser humano tal como ele é, desenvolvendo a compreensão mútua entre os seres humanos.
Outro ponto destacado no livro é quanto a contextualidade nas disciplinas, na educação do futura é preciso que as informações e dados tenham sentido entre si, sem fragmentos e divisões, pois só assim estaremos educando para a compreensão humana, como condição e garantia da solidariedade intelectual e moral da humanidade. A idéia central sobre isto é a recuperação do homem completo, não compartimentado.
"Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro", também discute a tecnologia avançada que estpa a nosso alcance e o quanto somos envolvidos por ela. Na era das telecomunicações, da informática, da internet, estamos submersos na complexidade do planeta e todas as informações obtidas sobre o mundo sufocam nosso poder de compreender e aprender. Portanto é necessário desenvolver o ensino das ciências e das tecnologias sem eliminar o contato humano, fazendo assim uma junção dos dois pólos.
Em suma o que Edgar Morin nos diz em seu livro é que são grandes os desafios reservados para este século e é fundamental entender as transformações pelas quais o munda está passando, principalmente para quem a responsabilidade de educar. Afinal hoje não basta o professor repassar informações para seus alunos. É preciso prepara-los para agir como cidadãos e interferir de modo ativo na sociedade.
Resenha escrita pela professora SOLANGE RODRIGUES VASCONCELLOS, 2003.


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