Resenhas - Rashômon e Outros Contos

amy 12/04/2022

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Não curto muito livro de contos mas eu precisei ler esse. Enfim, inevitável tiveram contos que não entendi e contos que eu entendi mais ou menos. De qualquer forma, avaliação baixa pelo motivo anteriormente citado.

Maria Gabriela 31/03/2022

A genialidade de Akutagawa
"Rashômon e Outras Histórias" foi uma leitura ambiciosa e que me causou grandes expectativas por causa de influências externas. Sempre me deparei com leitores de suas obras as elogiando e proclamando o quão geniais e inovadoras eram, o que me influenciou a comprar o livro e me aventurar e descobrir a genialidade que tanto me prometiam. E ela foi entregue, embor pareça ter perdido metade de seu todo no meio do caminho. Akutagawa sabe escrever contos e histórias deveras envolventes, mas também sabe escrever aqueles que são demorados e sem graça, que afastam os leitores que não curtem essa temática ou esse ritmo. De fato, encontrei muitos dos contos possuindo um tempo próprio de narração e detalhes que os tornaram maçantes em certo ponto. Não são, ao todo, contos e histórias perfeitos, mas também não são ruins ou intratáveis.

Entretanto, Akutagawa soube como demonstrar a sua genialidade através de três histórias: Rashômon, Dentro do Bosque e O Mártir. Esses três realmente carregam nas costas o legado que ele nos deixou na literatura japonesa! Rashômon é superestimado e não me surpreendeu tanto, mas é muito interessante ver a passagem de um homem puro a corrupto; Dentro do Bosque é simplesmente de intrigar o leitor ao apresentar a perspectiva de todos os envolvidos em um crime e ainda deixar o final aberto para interpretações; e O Mártir foi o melhor, sem dúvidas, ao apresentar uma história envolvente sobre religião e sacrifícios em nome da fé (e que plot twist, amigos, que plot twist maravilhoso). Quanto a escrita, achei bem simples, embora não saiba manter um ritmo de "ser direta" ou "ser recheada de detalhes". É um livro fácil de ler e que vale a pena pelas três histórias que citei.

lavien 30/03/2022

É a primeira vez que eu leio um livro de origem japonesa, e devo dizer que esse primeiro contato com a sua cultura literária me motivou a procurar outras leituras parecidas. Conhecer mais de Akutagawa e seus contos foi ótimo.

maria.geromel 25/03/2022

Eu gostei
acho q o único ponto fraco para mim foi muitos dos contos terem a ver com religião mas os q não tem foram muito bons

Guilherme.Oliveira 14/01/2022

A literatura japonesa não é muito explorada, ao menos eu não tive muito acesso a escritores nipônicos.

A obra com contos reunidos do Akutagawa me apresentou uma escrita muito bem estruturada e primorosa.

SamiaCris 11/12/2021

Que contista extraordinário
É de uma beleza tão tocante a forma como ele constrói seus contos, descreve as paisagens, revela a humanidade dos personagens e no fim se desnuda com poesia e verdade.

Rinossoro 04/10/2021

Realmente um ótimo livro, uma coletânea incrível de contos do escritor Akutagawa, muitos curtos e outros poucos mais extensos, trazendo um claro caráter autobiográfico desde Passagens do caderno de notas de Yasukichi, até o seu último conto, onde relata realmente sua autobiografia em terceira pessoa e com tom melancolicamente poético, chamado de A vida de um idiota. Contos com tons poéticos e líricos, mas com um algo sutil de forte subjetividade que permite à mente viajar por interpretações.

duda.zani 08/09/2021

um dos meus livros favoritos
Eu amo como esse livro faz a gente dar uma viagem histórica e cultural pro Japão da época em que cada conto se passa. Amo as reflexões constantemente abordadas no livro, principalmente nos contos sobre religião. Sinceramente indicaria pra todos e acho a escrita muito boa!

Mario Miranda 11/05/2021

A coletânea de Contos de Akutagawa, iniciando-se com o mais famoso, Rashomon - transformado em filme pelo Cineasta Kurosawa - é uma sublime seleção de Contos Japoneses deste que é um dos mestres da literatura japonesa.

A obra em si é curta, possui apenas 08 contos, dos quais Rashomon, Outono e O Cristo de Nanquim são de especial interesse. Não é uma literatura contemporânea, a obra é escrita ao longo dos anos de 1910 e 1920, de forma que parcela relevante da obra se baseia em um Japão pré-influência Ocidental.

Bia 14/03/2021

Efeito Rashomon
Quem nunca ouviu falar de fake news, verdade e pós verdade. O efeito Rashomon se baseia nisto... o que é verdade? As verdades dependem de um contexto e de quem conta e a quem se conta? Existe realmente verdades? O autor, neste livro, nos coloca a prova no que devemos acreditar e o que acreditar.

Adriana Scarpin 26/02/2021

Tá rolando um clube do livro de literatura japonesa (mais informações na página da @quatrocincoum) e resolvi me aventurar nesse rolê porque embora eu seja grande devota do cinema japonês, ainda sou meio relapsa com sua literatura.
Este mês o clube de leitura discutiu esse livrinho de contos do Akutagawa, autor que ficou conhecido no ocidente pela transposição que Kurosawa fez dos dois primeiros contos da presente coletânea, curiosamente o Rashomon que dá título ao seu filme é só vagamente inspirado e o grosso do filme fica por conta do conto intitulado Dentro do Bosque.
Num total de 10 contos, dos quais dois deles são divididos em micro-narrativas, nenhum dos demais alcançam a maestria de Dentro do Bosque, organizados por ordem da época em que se passam, os sobre a presença católica portuguesa me causaram um leve enfado, mas os sobre escritores são bem bons, além do conto final que é biográfico e me inspirou a pensar um livro com micro-narrativas autobiográficas ficcionalizadas e o quanto isto poderia render em lirismo.
Enfim, Akutagawa é um autor interessante de narrativas curtas que infelizmente perdemos para o suicídio ainda jovem, adentrado o longo rol de escritores que sucumbiram pela depressão.

iza...0 31/10/2020

#desafioSKOOB
resenhando para registrar a leitura do livro para o #desafioSKOOB 2020

Carolina 15/09/2020

Homem e obra se misturam nesse livro, um tanto de caráter auto biográfico. Akutagawa se mostrou um escritor enigmático e muito intenso, uma combinação que aprecio muito.

Steph.Mostav 04/05/2020

Devoção à literatura popular e outros contos
O livro já se inicia excepcional com um ensaio de duas professoras também responsáveis pela tradução dos contos, que explica o contexto da vida do autor, as prováveis causas de sua morte e explicações gerais a respeito dos temas principais de cada grupo de contos. Dentre eles, os que mais me interessaram foram os que tratam de uma reflexão sobre arte e estética (Terra morta e Devoção à literatura popular) e a autobiografia melancólica e trágica contida em A vida de um idiota. Os demais contos são muito bons, principalmente Rashomon e Dentro do bosque, mas para mim nenhum deles se compara à densidade psicológica existente nos três primeiros que citei. Akutagawa é muito talentoso em transmitir angústia e sua prosa tem muito da lógica própria da língua japonesa, apesar da influência evidente com a leitura de escritores ocidentais. Inclusive, a relação e o conflito com os valores e crenças ocidentais são tema de vários dos contos, assim como a relação da língua com o existente e da transmissão de imagens através do texto.

Henrique Fendrich 14/03/2020

Eu já conhecia os dois contos de abertura (Rashômon e Dentro do bosque), que são os mais conhecidos dele e que deixam antever um escritor formidável. Comecei então esse livro com expectativa altíssima, e talvez por isso o meu ímpeto tenha sofrido um abalo, pois os demais contos me agradaram bem menos.

O que achei interessante foi a capacidade do autor em revisitar temas e histórias antigos da história e da literatura japonesa e "atualizá-los". Isso parece ter demandado uma grande pesquisa e seu esforço nesse sentido é admirável.

Digno de nota são os textos que recontam episódios tradicionais da introdução do cristianismo no Japão, uma tema que eu realmente não esperava. A abordagem parece reforçar a mensagem cristã e lembra, pelo conteúdo moral, os contos do Nathaniel Hawthorne.

Em geral, essas histórias cristãs parecem típicas do romantismo. "O mártir" é talvez a mais elaborada, com incêndios, dramas e reviravoltas, mas durante a leitura eu me lembrei do que o Heinrich Kleist fez no excepcional "Terremoto no Chile", também uma recriação cristã de eventos passados, e percebi que o conto do Akutagawa está longe de alcançá-lo.

Há contos que prestam tributo aos grandes escritores do passado e que provavelmente fazem mais sentido e causam mais prazer a quem já tenha conhecimento sobre a tradição literária no Japão e seus personagens mais destacados.

O conto que encerra o livro, "A vida de um idiota", é basicamente o testamento do autor, composto por vários "textículos" que, ainda que com uma nota mais lírica, expressam uma visão decantada da existência do próprio autor, pois o texto é autobiográfico - tudo isso viria a culminar no suicídio de Akutagawa aos 35 anos.

O existencialismo é sempre um tema que me toca, mas não cheguei a ter alguma emoção especial com a maneira que o escritor o expressou. Quero ler outro dele esse ano, "Kappa e o levante imaginário", que parece ter seleção bem diversa, para ver se a impressão melhora.