Marcos Faria 02/11/2012
Meu primeiro contato com Cruz e Sousa foi nas aulas de literatura no segundo grau. Eu, adolescente fã de rock progressivo, ouvinte de Marillion e Genesis, pirei com versos como os de “Pressago”, com os climas e cenários minuciosamente elaborados mas onde nada acontecia (e por isso mesmo tudo podia acontecer). Mais de vinte anos depois, a leitura da “Poesia completa” (Fundação Catarinense de Cultura, 1981) ainda me causou arrepios, mas diferentes. Porque ou eu não lembrava ou não tinha reparado no erotismo de “Broquéis”. É interessante ver como, nos “Faróis”, o poeta se solta na forma e se controla no conteúdo. A lamentar apenas a falta de uma revisão crítica mais caprichada, que contextualizasse a obra um pouquinho melhor do que faz a breve introdução escrita por Maria Helena Camargo Régis.
(Publicado originalmente no Almanaque: http://almanaque.wordpress.com/2012/11/02/meninos-eu-li-28/)