Yeda 24/09/2022
Mais conhecido por "Eugene Oneguin", Aleksandr Púchkin foi o autor que devolveu a Rússia "o orgulho de sua língua". Nesse compilado é possível entender porque Púchkin é tão reverenciado. Seus contos(dois não-finalizados nessa edição) mostram que ele foi bem sucedido nas diversas áreas da literatura: romance, sobrenatural, drama, etc. A variedade de gêneros e a qualidade estável combinados me surpreendeu demais; histórias tanto sobre a grandeza quanto sobre o cotidiano da vida rural russa dão ao leitor conhecimento sobre a realidade e também traz a voz do próprio autor. Apesar dessa variedade, a personalidade do russo é marcante e sobressalta aos olhos, e isso foi maravilhoso. Infelizmente dois de seus contos não foram finalizados: "O Negro de Pedro, O Grande", que elucida sobre o racismo das sociedades francesa e russa em 1700 e alguma coisa e "Dubróvski", que parece um predecessor de "O Conde de Monte Cristo", com um protagonista que não é inteiramente consumido pelo desejo de vingança.
"A Dama de Espadas", "O Tiro" e "O Fazedor de Caixões" foram meus contos preferidos. Dois deles(o primeiro e o terceiro) brincam o tema sobrenatural, apesar da essência ser uma sátira sobre prudência e ambição. Já em "O Tiro" vemos o rancor de um militar russo e a realização da vingança sobre uma ótica diferente daquela que os oficiais tinham na época.
Por fim, seus poemas são sublimes. De novo, a edição trouxe os mais variados temas: a Arte(sim, com A maiúsculo), a guerra, a esperança e até o vazio existencial. Em seus poemas, os seus ideais políticos e suas críticas são mais explícitas do que em sua prosa(que já é bem crítica). Há um motivo por Dostoiévski respeitar tanto o autor.