O Sr. Pip

O Sr. Pip Lloyd Jones




Resenhas - O Sr. Pip


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Clóvis Marcelo 15/08/2013

ENREDO

Estamos no início da década de 1990, numa ilha tropical chamada Bougainville a qual sofre as graves consequências de uma guerra civil. Com o conflito, o lugar torna-se um caos. É lá que mora a inocente Matilda, uma inocente garota de 13 anos e narradora da história.

Isolados por um bloqueio político, econômico e militar, os habitantes da ilha vivem com dificuldades e privações desde que os "brancos" fecharam a mina, única fonte de riqueza de toda a comunidade. Para Matilda, o bloqueio tem um significado ainda mais doloroso - a menina nunca mais vira seu pai desde então.

Um único branco permanece na aldeia: o Sr. Watts. Cabe a ele a missão de reabrir a escola e ensinar algo útil as crianças, de modo a passar o tempo. Sr. Watts, ou Olho Arregalado, como todos o chamam, é um homem misterioso e excêntrico. Branco, alto e sempre metido em seu terno de linho, mantinha o hábito de usar um nariz de palhaço ao levar sua mulher Grace, uma negra nativa da ilha, para passear como uma rainha em uma carroça. Ninguém saberia dizer por que Olho Arregalado permanecera em Bougainville depois do bloqueio. Sua história só começa a vir à tona quando as crianças são chamadas de volta à escola.

Ele começa a ler para a turma, em voz alta, o seu velho exemplar de “Grandes Esperanças”, de Charlie Dickens. Pip, o personagem principal dessa história, torna-se imediatamente um cativo na vida daquelas crianças e os meninos logo perceberão que, sobretudo numa ilha em guerra, o poder da imaginação pode ser algo muito valioso.

COMENTÁRIOS

Um detalhe sobre essa história: Eles estão isolados do mundo e nem papel tem para escrever. Tudo que aprendem com a leitura do livro tem que ficar guardado na memória para evitar que a história se perca.
O livro não te prepara para o que está por vir, a medida que o autor te conduz por um caminho, crimes são cometidos e vidas são perdidas sem licença prévia. Nossa intenção, como leitor, é sempre imaginar o melhor cenário para tudo; os rostos mais belos; os melhores personagens... Mas aqui, há sempre o contraste com o que é real e diferente.

Se eu tivesse que indicar um livro para vocês, indicaria esse. Um tipo de livro que nos faz pensar que todos deveriam ter em mãos.

DIAGRAMAÇÃO

A diagramação do livro segue a mesma de “Jogos Vorazes”, com exceção das páginas brancas e da não numeração dos capítulos. Estes são curtos, o que facilitam o dinamismo da leitura.

Fiquei um bom tempo me perguntando em que gênero esse livro estaria e cheguei à conclusão que podemos classificá-lo tanto como uma distopia como uma Ficção real e crível (me fiz claro?). A leitura faz nos lembra muito “A menina que roubava livros” por inúmeros aspectos: narração de uma menina; segue todo o percurso de sua vida; se passa em tempos de guerra; há muita perda e claro, o amor pelos livros.

O QUE ESPERAR DESSE LIVRO?

Aqui você vai encontrar vários contrapontos. Ao passo que nos deparamos com guerra, temos a delicadeza do Sr. Watts para com as crianças; companheirismo da comunidade e o egoísmo de uns poucos que acabam com boa parte dela; calma mas também a revolta por tantas disparidades.

Se eu já vinha gostando do desenrolar da história, o final então foi ótimo. Descobrir como essa opressão acaba; o que acontece com os personagens principais e, acima de tudo, a verdade sobre a vida de cada um deles e os motivos que o levaram aquele longínquo lugar, foi libertador.

site: http://defrentecomoslivros.blogspot.com/2013/08/resenha-o-sr-pip-lloyd-jones.html
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jota 10/02/2012

Dickens em Bougainville
Charles Dickens, o autor, e o sr. Pip. o personagem central de Grandes Esperanças, estão presentes em quase todas as páginas do livro de Lloyd Jones.

Eles fazem parte das lembranças de Matilda (agora em 2006), especialmente do ano de 1991, quando o único branco da ilha de Bougainville (Papua Nova-Guiné), o sr. Watts, foi seu professor.

Ele passava a maior parte do tempo lendo o livro de Dickens para as crianças, e o sr. Pip torna-se quase que uma pessoa real para a menina, quase tão real quanto sua mãe.

Mas lá por umas tantas páginas, a história dessas crianças e seu professor - uma história até então suave e muitas vezes engraçada, sofre uma guinada quando a ilha é invadida pelos militares em busca de rebeldes contrários ao governo central.

Lloyd Jones estava na Oceania como jornalista e foi testemunha então, de muitos atos de violência, que reproduz neste livro. Que é também um livro de grandes esperanças - e Matilda, a personagem central de O sr. Pip fica sabendo muito bem o que essas palavras significam. E neste caso, nós também.
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silastorres 11/09/2010

perfeito.
sabe aqueles livros que você sem querer passa a conviver com os personagens, ess é um deles, minha namorada me apresentou esse pequeno fragmento da memória de Matilda, que me fez viajar por uma semana... ótimo.

o livro nos ensina muito sobre a vida e seus desprazeres, mas sempre nos lembrando que ainda existem pequenas esperanças.

está guardado na memória... posso dizer que para sempre.
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