A Revitalização da sua igreja segundo Deus

A Revitalização da sua igreja segundo Deus Harry L. Reeder III...




Resenhas - A Revitalização da sua igreja segundo Deus


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Weinne 12/11/2018

Não é mais um livro de estratégia de crescimento, e isso é ótimo!
Harry L. Reeder III é um pastor experiente no desafio de revitalização de igrejas. Tendo enfrentado o desafio de pastorear uma igreja que, aos olhos de todos, era fadada ao fracasso, ele encontrou em certos princípios bíblicos e no próprio Deus o auxílio que precisava para a revitalização de igrejas. Sua obra é fruto não apenas de uma experiência que deu certo, mas é baseada em princípios atemporais. Não se trata de mais um livro de estratégia eclesiástica, mas de um entendimento profundo e regado a oração de princípios bíblicos eternos.

O autor defende que uma igreja bem-sucedida experimentará o poder do Espírito Santo de modos visíveis, quando os líderes aplicarem certos princípios bíblicos relacionados à saúde da igreja. Ele busca apresentar esses princípios ao longo de sua obra, com muitas aplicações e exemplos.

No primeiro capítulo, ele trata da necessidade de revitalização da igreja. Ele mostra quais são os sintomas de uma igreja doente, e eles não se manifestam necessariamente numa queda dos números de participação e frequência. Um foco desesperado em programas, um apego à tradição e à lembrança de “dias gloriosos do passado”, a dependência de líderes personalistas, uma mentalidade tão somente de manutenção, o vitimismo e justificação do comodismo, a má reputação na comunidade e o desvio da pregação do evangelho são sinais dessa queda. Por fim, há um motivo na revitalização de igrejas: isso é algo do interesse do próprio Jesus, o pastor que não abandona a ovelha perdida.

No segundo capítulo o autor apresenta o paradigma bíblico para a revitalização. Ele se baseia nas cartas de Paulo a Timóteo, tendo em vista que o discípulo de Paulo estava num ministério de revitalização de uma igreja plantada por Paulo. O autor também se baseia na carta à igreja de Éfeso que se encontra em Apocalipse 2.1-5, que faz um apelo à igreja que abandonou seu primeiro amor. As ênfases apresentadas são: a importância da igreja relembrar o passado, tanto da igreja local quanto da igreja universal; a importância da igreja arrepender do seu declínio, confessando o seu pecado, assumindo a sua responsabilidade e dando frutos de arrependimento; e a importância da igreja recuperar a prática das primeiras obras, isto é, das obras básicas, do fundamento daquilo que uma igreja deve fazer. Não é um novo programa ou estratégia que salvará a igreja, mas sim aquilo que é o fundamento do que uma igreja deve ter.

No terceiro capítulo, o autor trata de um desses fundamentos: a pregação do evangelho. O evangelho é tão necessário para a igreja quanto o é para os não-crentes. Um entendimento correto do evangelho engloba o que Deus fez para garantir aos crentes a salvação da persuasão, do poder, da penalidade, da posição, da prática e da presença do pecado. Ele fez isso por meio de Cristo. Essa mensagem deve estar arraigada em todo sermão, em cada mensagem, em cada interpretação bíblica. Jesus deve estar focalizado em tudo o que a igreja fizer.

No quarto capítulo o autor fala do papel da oração. Ao revisitar a oração de Jabez, em 1Crônicas 4.9-10, o autor enfatiza que a igreja pode orar para que Deus a abençoe do modo específico que ela deseja, sendo esse desejo de acordo o propósito de Deus para a igreja. Ela pode orar pelo seu problema específico, pelas suas fraquezas, assim como a igreja de Atos 4.23-31 orou. Essa oração deve priorizar o louvor, deve levar em conta que Deus é soberano, e ele usa meios específicos em sua soberania, e deve incluir súplicas e petições. Deus age por meio da oração.

No quinto capítulo o autor fala a respeito do ministério da Palavra. Para isso, ele expõe o texto de 2Timóteo 3.14-4.5, que fala a respeito da mensagem a ser pregada e do pregador que prega essa mensagem. A mensagem a ser pregada deve ser a mensagem do evangelho, centrada em Cristo, a mensagem dada por Deus (e não a mensagem da mente do pregador), como sendo uma mensagem útil, capaz de transformar vidas, capacitadora e suficiente para a vida piedosa. O pregador deve pregar como quem está na presença de Deus, à luz do retorno iminente de Cristo, sendo diligente em sua preparação, paciente ao admoestar, sério ao trabalhar, focado e decidido em seu ministério. Isso é muito trabalho! E por isso é necessário que o pregador tenha o auxílio sempre presente de presbíteros e diáconos.

O sexto capítulo fala sobre a multiplicação da liderança. É importante que o pastor, como líder, forme outros líderes. Ele deve influenciar pessoas de modo que vários de seus seguidores também se tornem líderes. Em primeiro lugar, o líder deve influenciar seus seguidores à piedade por meio da instrução, do exemplo e do estímulo. Ele deve ser eficaz, focando naquilo que é prioritário. Ele deve ser alguem que delega tarefas, e acompanha o desenvolvimento dos delegados. Na formação dos novos líderes, importa a formação de um caráter humilde e piedoso; o conteúdo dessa formação, que deve conter as doutrinas básicas, a História do passado, o manejo das Escrituras e a confiança na providência divina; e a competência para a ministração como pastor e supervisor, para mentorear outros líderes, e para administrar sua casa, sua vida financeira e a igreja.

O sétimo capítulo fala a respeito da importância de uma igreja ter declaradas sua missão e sua visão. A missão fala a respeito daquilo que ela fará para a glória de Deus no seu contexto específico, enquanto a missão diz respeito àquilo que se deseja que a igreja seja quando a missão for cumprida. Embora Deus já tenha definido o que uma igreja deve ser, deve-se considerar o que isso significa no contexto em que a igreja está inserida. Por isso essa missão é deve ser especificada, levando em conta a identidade, as atividades, o método e o motivo da igreja fazer o que faz. A visão é a capacidade de descrever esse propósito da missão implementado, e deve levar em conta a força e as fraquezas do pastor, as oportunidades da congregação, os ministérios de outras igrejas locais e as necessidades da comunidade. Quando a visão é claramente explícita e exposta à comunidade, ela se torna uma motivação para que a comunidades e outros líderes se juntem ao líder da igreja para o cumprimento da missão. E, por fim, essa visão deve levar em conta o longo prazo, pois ela impactará o que a igreja será no futuro.

No oitavo capítulo, o autor fala a respeito da Grande Comissão, e de como ela aponta para uma dinâmica da igreja, que deve realizar um culto autêntico, onde verdadeiros crentes adoram a Deus; que deve praticar uma evangelização voltada para fora, não esperando que pecadores venham, mas indo até eles; que deve praticar a integração, o envolvimento dos crentes por meio do discipulado, sendo a prática de criar pequenos grupos uma excelente forma de fazer isso; e que deve capacitar continuamente, constantemente, tendo como objetivo a prática e a autodisciplina da igreja.

A revitalização da sua igreja segundo Deus é um excelente livro a respeito de revitalização de igreja, exatamente por sua simplicidade e retorno ao básico. Ele não apresenta uma estratégia mirabolante para crescimento de igreja. Ele não se baseia em estatísticas e pesquisas a respeito do que “igrejas bem-sucedidas fazem”. O autor tem a coragem de afirmar que o que Deus disse que funciona, funciona. Resta a nós, leitores, confiar que o que Deus diz é verdade e plantar confiando que os frutos serão colhidos.
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