A Cidade do Sol

A Cidade do Sol Tommaso Campanella




Resenhas - A Cidade do Sol


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Marcos Nandi 07/05/2024

O texto é um diálogo entre um almirante e um grão mestre, sobre uma viagem daquele ao redor do mundo e seu encontro com uma cidade construída, aparentemente, próximo de Siri Lanka e também, da Índia. Já que o texto indica algumas tradições hindus e bramanes.

Uma cidade construída sobre rígidos pilares com uma pitada de filosofia espartana, regida por um sacerdote supremo chamado Hoh que é auxiliado por três chefes: Pon, Sin ou sapiência (responsável por questões que envolvem paz e guerra e também as artes e às ciências) e Mor ou amor(que regulava tudo sobre alimentação, vestuário, união de casais e geração). Uma coisa bem 1984 de George Orwell.

A cidade do sol era regulada por uma suposta igualdade material. Todos os moradores recebem da comunidade, através dos magistrados, alimentos e bens necessários à subsistência. Ninguém, portanto, é pobre ou rico. E todos são mantidos pelos magistrados que seguem os preceitos de Hoh, uma entidade que é trocada quando aparece alguém mais sábio, caso não aparecer ninguém mais sábio, o cargo é eterno.

Apesar desta igualdade, percebi que não há um sistema igualitário para mulheres que não conseguem alguns cargos. E a sodomia é condenada. Podendo o sodomita, ter decretado sua pena de morte.

Obviamente, o autor vai usar a cidade para criticar a nobreza inútil que possui cargos por herança e não por esforço, sabedoria ou dedicação. Entre outras críticas não tão sutis hahaha.
Em relação à nobreza, os nobres na cidade do sol, são aqueles que exercem com perfeição a arte militar, agricultura e a pecuária.

Outro ponto interessante, é sobre a parte financeira. Pois não há uma moeda de troca, mas sim o uso do escambo.

Em geral, os cidadãos passam dos cem anos de vida. E a vontade do povo impera. Porém, a lei deles é estabelecida igual a época de Moisés, onde impera a lei de Talião. E não há a figura de prisão ou cárcere, apenas uma torre. A pena capital é aplicada pelo povo.

Enfim, uma leitura interessante.
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Elizabeth 26/04/2024

Cansativo
Clássico, uma cidade perfeita machista, feita por filósofos e tementes a Deus, impossível. Leitura lenta.
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Raazi 27/03/2024

Ok
Foi uma leitura muito diferente do que estou acostumada a ler... Dá pra ler e tem muitas palavras diferentes, é uma visão específica de vida, levando em conta que é uma sociedade imaginada.
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Marcos606 16/05/2023

Em 1599, Campanella tornou-se líder espiritual de uma conspiração para derrubar o domínio espanhol na Calábria (região do sul da Itália). A conspiração foi descoberta e ele foi preso e levado para Nápoles. Forçado sob tortura a confessar sua liderança na trama, ele fingiu loucura para escapar da morte e foi condenado à prisão perpétua.

Na prisão, Campanella voltou à ortodoxia católica romana e escreveu sua célebre obra utópica, A cidade do sol. Nela, sua comunidade ideal era ser governada por homens iluminados pela razão, com o trabalho de cada homem destinado a contribuir para o bem da comunidade. Propriedade privada, riqueza indevida e pobreza seriam inexistentes, pois a nenhum homem seria permitido mais do que o necessário. Ele foi eventualmente solto 27 anos depois.

O livro utópico é apresentado como um diálogo entre um Grão-Mestre dos Cavaleiros Hospitaleiros e um capitão de mar genovês e foi provavelmente Inspirado na República e na descrição de Atlântida em Timeu ambos diálogos de Platão.

Ele descreve uma sociedade teocrática cujos níveis de governo incluem os quatro principais funcionários, todos do sexo masculino. O líder supremo é o “Sol” e logo abaixo dele estão “Poder”, “Sabedoria” e “Amor”; cada uma corresponde a uma divisão social principal diferente. O poder lidera na defesa e na guerra contra quaisquer invasores estrangeiros, a sabedoria dirige a ciência e o conhecimento prático, como o artesanato, e o amor se encarrega do gênero e das relações sexuais, incluindo a reprodução e a socialização infantil. A sociedade dividiu rigidamente os papéis masculino e feminino, mas não as famílias tradicionais; as crianças são criadas coletivamente. Os altos funcionários também têm acesso preferencial para escolher suas companheiras. Como todos estão felizes, quase não há crime, mas os funcionários ocasionalmente precisam impedi-lo com punições severas, incluindo a morte.
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Lilian_89 15/12/2022

A República de Campanella
Nessa obra o monge e filósofo dominicano Campanella idealiza uma cidade ordenada e feliz cujos habitantes têm todas as suas necessidades essenciais supridas e uma ocupação determinada conforme suas aptidões pessoais. Ao longo do texto percebemos algumas críticas à sociedade europeia, especialmente no que se refere à riqueza, pobreza e a ostentação existentes nas cortes.

Nessa cidade utópica de Campanella os dirigentes são pessoas sábias, o poder maior da cidade reside na figura de um sacerdote chamado de Hoh ou o Metafísico, seguido por 3 chefes diferentes, cada um com um incumbência específica, são eles: Potência (Pon) responsável pela arte militar, proteção da cidade e guerra; Sapiência (Sin) que cuida de todas as artes, ciências e mecânicas e finalmente o Amor (Mor), responsável pela geração (reprodução), alimentação e vestuário.

Nessa cidade todos trabalham, pois o ócio não é recomendado, e todos são igualmente educados em todas as artes, sendo cada um direcionado para a realização da tarefa para a qual demonstre maior aptidão. A reprodução é controlada pela cidade e está sob a responsabilidade do Mor (Amor). Nessa cidade há uma idade adequada para homens e mulheres conceberem e também a escolha de quem procriará com quem, bem como o momento em que isso ocorre é determinado pelos médicos e astrólogos.

Nessa cidade não existe o casamento nem propriedade privada, pois se julga que é dessas coisas que se advêm os maiores problemas da vida em sociedade: o ódio, a ganancia, a inveja, etc. Campanella explicita que o amor-próprio enfraquece o interesse público, um pai sempre quererá o melhor para seu filho em detrimento dos filhos de outrem por exemplo, o que geraria um desacordo na cidade. Por isso nessa cidade se entende que todos são pais, filhos e irmãos de todos, sem distinção.

É uma ideia de cidade interessante, especialmente por estabelecer uma educação igual para todos, sejam homens ou mulheres, entretanto há algumas ideias um tanto absurdas na cidade proposta por Campanella, há nessa cidade um programa de eugenia: os humanos eram selecionados para cruzamento tão cuidadosamente quanto os animais domésticos. Há também um tratamento absurdo quanto às mulheres: "se uma mulher não é fecundada pelo homem que lhe é destinado, é confiada a outros; se, finalmente, se revela estéril, torna-se comum, mas lhe é negada a honra de sentar-se entre as matronas na assembleia da geração, no templo e à mesa". Além disso, Campanella postula que: "se qualquer mulher tingir seu rosto ou usar sapatos de salto alto... é condenada à pena capital."

Uma leitura para ser feita vagarosamente e com uma grande reflexão sobre os modelos de sociedades que já vimos surgir e desaparecer e sobre os modelos de sociedade que desejamos para nós mesmos.
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Matheus.Salgado 12/08/2021

Um desafio chamado Cidade do Sol
Esta obra magnífica que atravessa os séculos é tão eloquente e atual que em diversos momentos me perguntei se o livro não fora escrito por esses dias!

Todavia, é de um imenso poder argumentativo e descritivo, trazendo uma visão de utopia proposta pelo autor que os faz pensar como uma sociedade assim já vinha sendo imaginada a tantos anos, e no entanto, desde aquela época já se discutiam temas que hoje estão em voga na nossa sociedade de maneira acalorada.

É um desafio. Realmente foi uma leitura difícil e a primera de algumas releituras que farei deste livro. É importante ler e refletir sobre os conceitos apresentados para que se possa absorver bem a ideia central.
Recomendo fortemente a todos essa leitura, com bastante paciência e debate!
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Gladston Mamede 20/04/2020

Com os olhos cotidianos, poderá parecer um disparate. Mas uma obra dialoga com seu tempo. E, na bibliografia política da humanidade, leem-se como um vasto diálogo. Para quem quer compreender esse enorme esforço de buscar uma sociedade melhor, Campanella tem o status de clássico que se deve ler e meditar. Ainda que já tenhamos superado tal estágio. Se bem que... bem... como direi? Sempre haverá quem queira propor... ah! Os humanos.
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Tati Iegoroff (Blog das Tatianices) 20/12/2018

A cidade de Tommaso Campanella
O livro A Cidade do Sol é uma obra extremamente curta e, ao mesmo tempo, densa. Se por um lado o fato dele ser construído em forma de diálogo faz com que a leitura pareça leve, por outro lado é preciso estarmos atentos às falas e descrições nelas contidas. O diálogo em questão se dá entre os dois únicos personagens do livro: um Hospitalário (Cavaleiro da Ordem dos Hospitalários de São José de Jerusalém) e um Genovês, que viajara com Colombo.
O cavaleiro, ao encontrar com o Genovês, pede que este lhe conte tudo o que vira durante suas navegações. O Genovês — que é quem mais fala ao longo do livro — começa a contar alguns infortúnios da viagem e logo chega à Cidade do Sol, passando a descreve-la conforme as perguntas do Hospitalário.
Por meio desse diálogo, Campanella consegue idealizar uma cidade metodicamente organizada. Um exemplo dessa organização sistemática é o fato de que todos os habitantes da Cidade do Sol trabalham e fazem isso para um bem comum.
A primeira pergunta do Hospitalário é “como é construída essa cidade? Como ela é governada?”, ao que se segue uma descrição detalhada da forma física da cidade, bem como de seu complexo governo: o Príncipe Sacerdote — que se chama Sol (ou Metafísico) — é quem governa a cidade, assistido por três príncipes — Pon, Sin e Mor (Poder, Sabedoria e Amor). Só os nomes daqueles que governam a Cidade do Sol já diz muito sobre a mesma.
Além disso, na cidade ainda há os Magistrados. Esses Magistrados são escolhidos pelos Príncipes, bem como pelos mestres de cada arte. Como todos os cidadãos são igualmente educados em todas as artes, escolhe-se para ser Magistrado aquele que tem maior aptidão.
Um ponto que deve ser destacado sobre a Cidade do Sol é o fato de que até mesmo as relações são controladas. A geração (ou reprodução) segue regras importantíssimas, que visam à manutenção de uma qualidade — ou um equilíbrio —das novas gerações. Bizarro, não? Mas não é só isso! Não são as pessoas que escolhem o próprio parceiro e caso não haja reprodução entre um casal estabelecido, trocam-se os parceiros. E tudo isso controlado pelo tal Príncipe Mor. A tal cidade perfeita certamente desconhecia o que era amor de verdade, mas ainda assim era considerada uma cidade feliz.
Por outro lado, tirando essa questão esquisitíssima, a Cidade do Sol parece viver sob uma espécie de comunismo que deu certo.
Há ainda muitos outros assuntos que são abordados ao longo do livro, que, no entanto, tem um final abrupto, pois o Genovês deve partir e não tem mais tempo de contar tudo o que vira.
Apesar de ser uma obra um tanto quanto antiga — Tommaso Campanella publicou A cidade do Sol em 1602 — este livro traz muitas críticas que ainda fazemos em nossa sociedade ou que ao menos conseguimos compreender, como a crítica ao ócio (puro e simples) e aos governantes que nada sabem, ou então à riqueza desmedida por parte de alguns, bem como a ostentação.

site: https://blogdastatianices.wordpress.com/
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Vincent Law 27/05/2015

As pessoas não são naturalmente perfeitas, mesmo em sua/uma utopia
Há críticas boas no Skoob muito mais aprofundadas sobre esse livro, mas direi só um mini trecho minucioso que está passando na minha cabeça neste momento. Meu entendimento é que parece que a utopia é apenas o que realmente existe, mas tudo o que é considerado ruim é removido e tudo considerado bom é ampliada. Aqueles com um interesse em filosofia e sociologia vão encontrar neste livro uma tomada intrigante sobre a estrutura de uma sociedade ideal.
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psykloz 21/09/2014

Enfatizando que a nossa atual comunidade de nada age em comunhão, o autor filosofa a respeito de uma sociedade dentro de seu ideal de perfeição. Esse ideal parte de princípios igualitários, onde todos possuem direitos e poderes iguais.

Encontrei algumas situações estranhas no que diz respeito ao que se intenciona a ser uma sociedade perfeita.
É certo que uma sociedade perfeita ousaria considerar a violência? Isso não me representa uma sociedade, de todo, evoluída. A violência é uma maneira covarde e ignóbil de demonstração de poder. Isso não se faz plausível.
Além de ser, também, um povo "igualitário" que não dá os mesmos direitos a uma mulher estéril?

Não obstante, o autor acrescenta princípios cristãos onde, por si só rejeitaria boa parte dos fundamentos dessa sociedade. Talvez, como principal contradição dentro dos termos religiosos, seria encontrar uma vingança pungente de um povo que prega a Bíblia Cristã - onde é bem clara a respeito da necessidade de aguardar o julgamento final, realizado apenas por Deus - e, ao passo de atitudes as quais não são bem vindas, usa-se da Lei de Talião. Lei essa que é encontrada no Satanismo, por exemplo.

Claro que parte dos meus questionamentos a respeito dessa sociedade foram respondidos no capítulo seguinte, onde o próprio autor faz considerações finais julgando a impossibilidade dessa visão de sociedade. Encontro como melhor contraposição, dentro dos fundamentos dessa sociedade, o desconsiderar que um dos princípios básicos do ser humano é sua evolução e o seu desenvolvimento do próprio senso crítico, dos próprios limites e da própria experimentação.
"Mas, os habitantes de uma tal república seriam como os monges, que só estudam nos livros e, quando ouvem alguma coisa que não se acha neles, se escandalizam e se perturbam." p.65

Esse foi um livro filosófico, político e religioso, o qual põe em questão, discussões que unem a filosofia da religião à filosofia da política.

Parafraseando a conclusão do autor, esse é um exemplo de uma sociedade que muito tem a oferecer para a nossa sociedade atual. Parte dessa visão nos permite abrir os olhos da mente como forma de inspiração. Cabe a todos observá-la com um posicionamento crítico e abraçar alguns de seus aspectos fundamentais que faria, sim, da nossa sociedade atual, provida de uma vivência muito melhor.
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Uma menina 04/07/2013

Uma utopia convincente
O livro se baseia em uma comunidade (inexistente) que vive em uma região isolada (também inexistente) e que representa o estado-perfeito na visão do autor.

O autor, por sua vez, impressiona pela sua habilidade em descrever em detalhes minuciosos como dimensões, arquitetura, posicionamento geográfico todo o território sobre o qual discorre. E acredite: Isso não fica cansativo!

Por fim ele descreve, lançando mão das mesmas minucias, o comportamento dessa sociedade perfeita: Ele descreve como seria a relação entre povo e governo, alunos e professores, homens e mulheres, crianças e adultos, pais e filhos, tudo com riqueza de detalhes.

Por fim, ele baseia cada característica dessa sociedade utópica com argumentos que durante a leitura se mostram irrefutáveis (tamanho o grau de envolvimento que o leitor assume com essa sociedade). Esses argumentos são muito bem embasados, principalmente com argumentos filosóficos mas também com argumentos práticos que de fato nos fazem pensar: Porque a sociedade não mesmo assim?

Sintetizando: Um livro pra fazer pensar, fazer sonhar com a sociedade que todos nós queríamos. Mesmo que os métodos para alcançá-la firam nossa cultura atual e até confrontem com alguns de nossos tabus.

A leitura vale muito a pena!
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Antonio Aresta 16/11/2012

Habilidade descritiva
Na primeira parte do livro, Campanella faz a descrição da Cidade do Sol – sua utopia – através de diálogo entre um Grão-Mestre da Ordem dos Hospitalários e um almirante genovês, no qual este responde às perguntas daquele. Na segunda, defende as principais características utópicas da Ótima República, isto é, da cidade-estado que concebeu. Destaque para as primeiras páginas do livro, nas quais ele exibe sua habilidade literária, ao descrever as características geográficas e arquitetônicas de um lugar que nunca existiu. Todavia, a segunda parte atrai mais – Campanella levanta questões, que contesta em seguida, e justifica sua utopia: (I) uma descoberta filosófica e da razão humana; (II) conforme o direito natural, ao valorizar a comunidade e não a propriedade; (III) mais útil à geração do que onde há propriedade [linguagem de Campanella] de mulheres e filhos.
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Antonio Luiz 22/03/2010

A Cidade do Sol, localizada no alto de uma montanha no atual Sri Lanka, era uma cidade-estado governada por um sacerdote-filósofo, Hoh (o Metafísico), com poder absoluto. Era assessorado por três outros pontífices - Pon (a Potência, encarregado das artes da guerra), Sin (a Sabedoria, encarregado das artes liberais, mecânicas, das ciências e da instrução) e Mor (o Amor, encarregado da reprodução humana).

"O futuro Hoh é reconhecido muito tempo antes da eleição. Este só pode ocupar tão eminente dignidade depois de completar 35 anos. O cargo é perpétuo, enquanto não se descobre outro mais sábio e melhor indicado para governar a república." Os outros funcionários são eleitos pelos quatro primazes, - juntamente com os magistrados da arte a que devem consagrar-se. A cada lua nova e a cada lua cheia convoca-se a assembléia, da qual participam os maiores de vinte anos, podendo cada um expor o que julga faltar à república e dizer se os magistrados desempenham bem ou mal suas funções.

Todos os funcionários podem ser substituídos de acordo com a vontade do povo, excetuados os quatro primeiros. Estes, depois de uma conferência, cedem os cargos aos que julgam de maior engenho e de costumes mais puros.

Depois de desmamadas, as crianças eram criadas em comum. Dos três aos sete anos, eles aprendiam a língua e o alfabeto. Depois disso, eram arrumadas e iniciavam os estudos sérios de ciência, mecânica, agricultura e artes.

A propriedade era possuída em comum. Não havia individualismo ou propriedade privada. Também não havia riqueza, roubo, assassinato, estupro, incesto, prisão ou tortura.

A utopia de Campanella, a primeira a dar um papel mais importante às ciências naturais, era tecnologicamente avançada. Seus habitantes "usam carros munidos de velas, que servem mesmo quando sopra vento contrário, graças a um admirável aparelhamento de rodas."

Todos, homens e mulheres, eram obrigados a se exercitar e preparar para a guerra e vestiam-se de forma semelhante: "tanto os homens como as mulheres usam roupas iguais, próprias para a guerra, com a única diferença de que, nas mulheres, a toga cobre os joelhos, ao passo que os homens os têm descobertos" e também eram treinadas para a guerra. "Sabem atirar balas de fogo com arcabuzes, formá-las com o chumbo, lançar pedras do alto e marchar ao encontro do ímpeto inimigo."

A Cidade do Sol tinha um programa de eugenia: os humanos eram selecionados para cruzamento tão cuidadosamente quanto os animais domésticos. Os magistratos indicavam os casais escolhidos para ter relações sexuais: "uma mulher grande e bela se une a um homem robusto e apaixonado, uma gorda a um magro, uma magra a um gordo, e assim, com sábio e vantajoso cruzamento, moderam-se todos os excessos".

Nenhuma mulher, antes dos 19 anos, pode consagrar-se à geração; quanto aos homens, devem ter ultrapassado os 21, e até mais quando de compleição delicada. Antes dessa idade, permite-se a alguns a mulher, mas estéril ou grávida, a fim de que, impelidos por excessiva concupiscência, não se abandonem a excessos anormais. Às mestras matronas e aos velhos mais idosos, incumbe proporcionar o prazer aos que, mediante pedido secreto ou nas palestras públicas, tenham revelado possuir mais poderosos estímulos.

As mulheres eram compartilhadas pelos homens e postas sob disciplina severa: "se uma mulher não é fecundada pelo homem que lhe é destinado, é confiada a outros; se, finalmente, se revela estéril, torna-se comum, mas lhe é negada a honra de sentar-se entre as matronas na assembléia da geração, no templo e à mesa". Campanella também disse que "se qualquer mulher tingir seu rosto ou usar sapatos de salto alto... é condenada à pena capital."

A utopia de Campanella foi a primeira a enfatizar a prosperidade resultante das técnicas e as artes, mas sem distinguí-las da magia e da astrologia, nas quais acreditava.
Rodrigues 05/11/2021minha estante
Ótima análise, só faltou dizer a forma de governo, que era uma Monarquia Teocrática Não hereditária vitalícia e representativa ( pois o solares escolhiam os representantes na assembleia, mas os mesmos eram sacerdotes, escolhidos pelos três príncipes, era uma votação indireta é em dias etapas, onde a segunda era feita por Hon e os governantes que eram da igreja).




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