Dose Literária 12/09/2014
Cada Segredo, de Laura Lippman
Desde "Chucky, O Brinquedo Assassino" (1988) e sua sequência interminável de assassinatos macabros, os bonequinhos fofinhos de infância começaram a servir de pano de fundo para histórias de terror. Quem não se lembra das acusações contra o boneco Fofão que, de acordo com testemunhas convictas, era "objeto do demônio", uma espécie de pacto com o sinistro firmado por seus fabricantes? O boneco esconderia um punhal satânico embaixo do pescoço e que serviria para estimular assassinatos. Na época, o boato se espalhou de tal forma que pouca gente percebeu a "semelhança" - assim, só por curiosidade - de Fofão com o boneco cinematográfico Chucky.
Especulações à parte, o universo infantil foi tomado pelo pânico, terror e sangue frio. Mesmo assim, como podemos acreditar que criancinhas, meros anjos indefesos, sejam capazes de praticar crimes, e ainda por cima hediondos? O filme "O Anjo Malvado" (1993) atira um dardo nessa direção quando surpreende a todos com a história de um menino perverso, estrelado pelo então natalino Macaulay Culkin. Essa mesma reflexão também é levantada pela escritora norte-americana Laura Lippman em seu romance "Cada Segredo" (original Every Secret Thing, tradução de Márcia Alves, Editora Record, 2011, págs. 406), onde um assassinato é cometido por duas garotas de onze anos de idade. No enredo, as pré-adolescentes Alice Manning, uma garota acima do peso, tímida e repleta de complexos, e sua colega, a problemática Ronnie Fuller, fruto de uma família desequilibrada e fora de senso, cometem um homicídio a sangue frio e são condenadas à prisão.
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