Resenhas - A Canção de Kahunsha

Nivia.Oliveira 28/05/2022

A história é contada por um menino de dez anos. Ele sai do orfanato em busca do pai e passa a viver nas ruas de Bombaim – (hoje: Mumbai).
Com cabecinha e esperança de criança, ele imagina que a cidade natal (que parece ter “uma espécie de boca enorme” p. 268) vai se transformar na “Kahunsha”, isto é, a cidade sem tristezas.
No entanto o que Chamdi nos apresenta é a realidade da India: um país muito pobre e preconceituoso. Por exemplo, ele vai viver debaixo de tábuas e junto de ratos, aliciado por um mau sujeito que os obriga a roubar. Ali há muitos que são deficientes, que culturalmente são desprezados pelo carma.
A busca pela identidade de Chamdi (= menino de pele grossa) - demonstra essa hierarquia injusta da cultura Hindu de castas. Quem nasceu pobre vai morrer pobre, porque não merecia ser rico. Quem ousa buscar uma melhor condição de vida torna-se um pária sem direito a nada, sendo obrigados a ser bandidos e viver nas ruas.
Os pensamentos e falas são coerentes para as crianças que mantém a esperança por meio da imaginação. Por exemplo. Quando estavam em perigo imaginavam uma carruagem para buscá-los; ou com fome/triste, sua amiguinha cantava para aliviar. Talvez numa referência aos mantras, muito utilizado como orações na India.
É curioso que o menino cita Jesus. Eu pensava que nem havia Cristianismo na India. Mas os personagens se apegam também aos milhares de deuses hindus como, por exemplo, o Deus Ganesha “tem as maiores orelhas do mundo”: o deus elefante símbolo da sabedoria conhecido como “Destruidor de Obstáculos”, afinal as crianças passaram vários apuros.
O final não é feliz como num conto de fadas até porque acredito que o autor quis evidenciar a realidade dura do país que permanece a mesma.
Acho que faltou algo para nos conectar mais com as crianças. Eu queria ter me emocionado e não apenas sentir pena.


site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br

Emileide 02/01/2022

Através da visão de uma criança órfã o autor descreve as emoções e as experiências que ela passa atrás de seus sonhos e esperanças que não abandona mesmo com todas as dificuldades que surge no decorrer da leitura.

O livro nos tira do pensamento de comodismo e nos faz acompanhar como é o pensamento de uma criança sozinha num mundo como Bombaim, Índia. A leitura em certos momentos nos faz perceber que estamos ali perambulando com a criança de 10 anos naquelas ruas, nos faz refletir sobre tantas crianças órfãs do mundo atual que mesmo que mentalmente ou durante os sonos, tentam perseguir seus sonhos e objetivos pra mudar a sua situação.

Escrita delicada e super necessária!

A resenha é da leitura deste livro que fiz há poucos anos, hoje começo a reler para notar outros detalhes e acompanhar com o que já sei do livro e de outras experiências!

Cilleni 17/06/2020

Menino órfão que aos dez anos tem que enfrentar um mundo de sofrimento e dor sem nunca apagar seus sonhos

Kymhy 04/04/2018

A Canção de Kahunsha - Anosh Irani
Cansado de viver em um orfanato, Chamdi resolve fugir e procurar um lugar conhecido como Kahunsha, onde todos são felizes e a vida é muito boa. Será que um lugar assim existe na perigosa e elétrica cidade de Bombaim?

site: https://gatoletrado.com.br/site/resenha-cancao-de-kahunsha-anosh-irani/

Estéfani 06/02/2016

Me surpreendeu.
Julgando pela capa não estava muito empolgada em começar a ler o livro, mas resolvi dar uma chance e me surpreendi. Te prende, triste mas apaixonante.

Deia Klein 21/09/2015

Triste mas bonito
É um livro de partir o coração. Dito isso, não desanime ou deixe de ler por causa de minha resenha. É triste, mas é bonito também. Ao mesmo tempo que se vê a infelicidade e os percalços de quem vive na rua, literalmente sem pai e mãe, nos deparamos com os sonhos, desejos, amor. No mundo tudo tem dois lados. Nada é totalmente preto ou branco. Em A Canção de Kahunsha é assim também. No mesmo lugar que se encontra a maldade, se encontra a bondade, a gentileza. Onde vivem as dores e as tragédias também vivem o amor, o companheirismo. O fato de ser pequeno não torna nosso protagonista menos grande, de bom coração, e com grandes sentimentos. Chamdi tem muito a ensinar, principalmente o fato de que por maior que sejam nossas dores, sempre dá para encontrar uma esperança.

Pandora 26/10/2013

É um livro bastante incômodo e muito triste, uma realidade que a gente não quer ver e não quer aceitar. Mas há também poesia e esperança na história de Chamdi. Nas mesmas ruas onde habitam o temor, a injustiça e a violência, vivem também o companheirismo e a solidariedade e brota o amor que faz renascer em Chamdi o sonho de Kahunsha. No fundo eu queria me sentir aliviada no final, queria algo concreto que sinalizasse uma vida boa e tranquila pro menino; pensar no que seria o seu futuro me entristeceu. Mas a verdade é que enquanto Kahunsha existisse dentro dele, ele ainda traria dentro de si aquele menino do orfanato.

"Há um menino, há um moleque morando dentro do meu coração. Toda vez que o adulto balança, ele vem pra me dar a mão."

Stefanie 05/10/2010

Bela história!
Esse foi mais um livro que eu resgatei no meio dos livros com 70% de desconto da Fnac aqui do Rio, ninguém dava nada por ele, pois estava lá jogado e ninguém queria ele.
Como defensora dos livros perdidos que sou, sempre compro livros que a princípio parecem ruins, mas eu sempre compro por que sei que sempre me surpreendo, amei o livro, emocionante, linda história, me apeguei totalmente aos personagens.
Valeu a pena e o livro custou apenas R$1,99 - Isso mesmo, acredite!

Amei!

Paula 19/05/2010

Um grito de socorro
Um livro extremamente triste e doloroso. Perturbador, eu diria, por nos tirar de nosso comodismo e nos transportar para a realidade cruel de tantas crianças, não apenas na Índia, como contado no livro, mas em nosso próprio país. E é angustiante ver crianças cheias de sonhos e esperanças, com os corações puros, serem atropeladas pela vida e pela brutalidade dos homens.
Em A Canção de Kahunsha sofremos ao acompanhar a história de Chamdi, um garoto de 10 anos que vive em um orfanato em Bombaim onde, ainda bebê, foi abandonado pelo pai. Após sobreviver durante anos em condições bem simplórias, o orfanato será fechado e Chamdi decide antes disso fugir e ir em busca de seu pai. E essa esperança de encontrar o pai que o abandonou infelizmente o levará para as ruas violentas de Bombaim, onde a pobreza predomina e as crianças deixam de ser crianças cedo demais.
Um livro de cortar o coração. Não só por nos mostrar sem eufemismos a dura realidade da vida nas ruas em uma cidade que não fica muito distante das nossas, mas por nos sacudir com a esperança e o olhar sempre em busca de sonhos e de coisas belas que um menino consegue manter mesmo diante das maiores dificuldades.