George Facundo 25/06/2010
Um clássico do velho Buk!
Você! Você mesmo! Imagine-se perambulando em alguma metrópole, de carro ou a pé, observando as pessoas, principalmente nos centros das cidades ou nas periferias pobres. Ai se depara com bêbados, mulheres feias, velhas desagradáveis, gente aí, jogadas nas ruas sem propósito nenhum, gente brigando por conta de micharia, muitos palavrões, chutes, pontapés, pedintes fazendo carinha de pena pedindo grana para comer e logo depois, ao juntar pelo menos uns 2 reais, sai desesperado pra comprar uma dose de cachaça.
Você olha pra isso tudo e pensa: "Credo, Deus me livre!"
Mas Charles Bukowski olha isso e pensa: "Porra! Isso daria uma ótima história!"
Essa é a natureza do autor. Tanto que, boa parte do que ele escreve tem um toque de auto-biografia. Um bêbado que, como ninguém, consegue retratar com um realismo que beira ao desespero e, acreditem, ao humor, os mazelados e marginalizados.
No caso de Hollywood, é um romance baseado na experiência que ele teve ao se aventurar a escrever um roteiro para um filme. É muito divertido ver os bastidores de Hollywood sob as lentes dele!
Definitivamente um verdadeiro clássico do autor.
No meu blog, certa vez, escrevi sobre um filme brasileiro chamado "A Casa de Alice", e de como gosto de filmes que retratam a vida sem maquiagem, nua e crua! Segue o fragmento do meu texto e com isso me despeço dessa resenha:
"Sou, por natureza, um grande pessimista! Penso que, devido a minha própria condição, sempre tive predileção por livros e filmes que retratassem a desesperança. Porque, pra ser sincero, é mais fácil acreditar nela. Tenho uma doente atração pelos perdedores.
Por isso sou apaixonado pela literatura de Charles Bukowski (1920-1994), escritor americano considerado o grande profeta dos perdedores e mazelados deste mundo sem sentido. Bukowski revela e esmiuça o anti-sonho; um mundo de marginais, viciados, bêbados e prostitutas, dos quais só não se pode dizer que estão na sarjeta porque sempre decaem um pouco mais.
Assim como na história do filme "A Casa de Alice" e minha própria vida, Bukowski descreve as pessoas tal qual na vida real, retratadas de forma triste, divertida, escatológica e universal, em toda sua vulgaridade e realidade."
Boa Leitura!