leticia2037 18/03/2024
Muito difícil fazer uma resenha sobre esse livro.
meu primeiro contato com as obras de Camus, achei uma escrita incrível e cheia de emoção, mesmo com a "falta de emoção" de nosso protagonista.
no começo interpretei sua apatia como algum sinal de depressão, mas agora acredito não se tratar disso. Estrangeiro, nesse contexto do livro, vai ser alguém que não se encaixa no que a sociedade propõe, que não entende ou não liga para o dito como "moralmente social".
sua mãe morreu, mas, enquanto todos esperam por rios de lágrimas, ele não chora em momento algum, não quer ver o corpo, só quer terminar o dia.
seu patrão lhe oferece uma vaga na filial em Paris, ele não liga, não se anima, poderia ir se fosse obrigado, mas não "desgosta" de sua vida atual então não vê porquê mudar.
em determinado momento ele diz só enxergar o hoje e o amanhã, ele não para para sentir remorso de algo do passado.
mas, na minha percepção, ele não quer que as coisas que faz sejam "por acidente", ele cometeu um crime sem querer, então fez com que seu ato não fosse mais apenas um acidente.
toda essa fase em seu julgamento, toda essa melancolia de não ser permitido de falar, de não quererem escutá-lo, essa visão dele de se sentir fora de sua própria vida, de ter tanta gente falando sobre seu futuro e ele não ser uma dessas pessoas, ao ponto que depois de todo o desconforto e as esperanças frustradas ele apenas aceita seu destino sem querer mais ser escutado...
terminei essa semana, e já sinto vontade de lê-lo novamente.