Helena Dias 02/04/2024DLL24: Um livro que tenha prefácio
Aqui vamos acompanhar a história de Mersault, um homem que recebe a notícia da morte de sua mãe de maneira indiferente, comete um crime, é preso e julgado. Tudo assim, de forma curta e grossa, sem sentindo; apenas um homem levado pela correnteza da vida.
Esse é o segundo livro que leio do autor e continuo gostado da sua escrita, que consegue ser simples e poética ao mesmo tempo. O enredo que acompanhamos nessa trama é melancólico, triste, composto pela total apatia do protagonista, que vive no automático. Apesar de passar o sentimento de que Mersault desistiu completamente de viver, esse tipo de comportamento me irritava diversas vezes.
Não consegui me conectar com nenhum dos personagens e acho que nem era essa a intenção do autor, já que pouco nos é contato sobre eles. Acredito que, por ser narrado aos olhos do protagonista, recebemos a visão fria e desinteressada dele.
A decisão de cometer um crime soou para mim, não apenas como algo impulsivo, mas como uma busca desesperada pelo sentir; uma necessidade de descobrir se ele ainda era capaz de demonstrar qualquer emoção. O desenrolar que segue a partir daqui é inteiramente sobre essas questões do protagonista e a lição que ele vai tirar desse momento. Foi a maneira do autor nos dizer que precisamos viver cada momento, aproveitar o tempo que ainda temos.
É um livro curto, mas que traz reflexões importantes. Acredito que é o tipo de leitura que precisa ser revisitada de tempos em tempos.