Marcos606 05/04/2023
No final da vida, Rousseau resolve escrever, textos notadamente mais autobiográficos do que antes. Começa pelas 'Confissões' 1770, 'Rousseau juiz de Jean-Jacques' 1777 e culmina neste Devaneios, de 1778, incompleto, pela morte do autor no mesmo ano. A parte final do livro provavelmente concebida algumas semanas antes de sua morte.
A obra é composta de reflexões autobiográficas e filosóficas, o autor geralmente usando a primeira pessoa do singular e fornecendo por digressões alguns detalhes sobre sua vida.
O livro, que se apresenta como o "diário de devaneios" de Rousseau, é composto por dez seções irregulares, chamadas de caminhadas, que são reflexões sobre a natureza do homem e seu espírito. Rousseau, através deste livro, apresenta uma visão filosófica da felicidade, próxima da contemplação, através do relativo isolamento, de uma vida tranquila e, sobretudo, de uma estreita relação com a natureza, desenvolvida pelo caminhar, pela contemplação.
Esses Devaneios buscam produzir no leitor um sentimento de empatia que lhe permita, através do autor, compreender melhor a si mesmo.
Tem certo valor terapêutico mesmo se é um tanto vazio.