Glaucia 20/03/2012Resenha postada no Mix Literário - Amante da FantasiaPrimeiro tenho que dizer que esse é um livro bem complicado para se resenhar. Não por ser cheio de complexidades. Sim pelo fato da leitura ser tão apaixonante, que torna impossível escrever sobre ele sem paixão. Isso mesmo. Tentarei o possível para escrever de forma objetiva, mas se escapar algum exagero de minha parte, peço sinceramente, que me perdoem. Dito isso, começarei a falar sobre o primeiro livro da Saga Dark Hunter.
Grace Alexander é uma terapeuta sexual com sérios transtornos. Essa mulher, que se diz apta a ajudar as pessoas, possui um sério problema com o sexo oposto. Foi muito ferida tanto fisicamente quanto emocionalmente. Justamente por isso os homens não a atraem. Falando um bom português, Grace não consegue sentir nem ao menos tesão por um homem bonito. Ela tem uma amiga muito louca, Selena (ai eu adoro essa amiga), uma mulher bem excêntrica, mística e exotérica. Sua amiga tenta o possível para abrir os olhos de Grace e até chega a comete uma loucura, arrumando um livro mágico, que supostamente tem aprisionado um “escravo sexual” de 2000 mil anos. Você acha engraçado? Pois é, eu também achei quando comecei a ler. Só que essa amiga maluca acredita mesmo que isso pode ser possível e um mês com um “escravo” lindo, delicioso e excitante pode mudar a vida de Grace. Pior é que a coisa acabou dando certo e a vida dessa jovem tão problemática nunca mais se tornou a mesma.
Julian da Macedônia foi um general, filho de outro general maléfico que o mandou para o campo de treinamento praticamente com fraudas, e da “deusa” do amor Afrodite. Esse homem lindo, perfeito, delicioso, que é capaz de levantar até defunto, não teve uma vida muito boa. Foi rejeitado pelos pais, pela esposa, pelos irmãos e todos que estiveram em seu tempo. Tem como pior maldição é a falta de amor. Após alguns trágicos acontecimentos, revoltado ele decidiu se vingar do irmão Príapo, um “deus” também filho de Afrodite. Como castigo é amaldiçoado a permanecer a eternidade preso no livro. Ele, de tempo em tempo, é evocado por mulheres e feito de escravo sexual. Dois mil anos de aflição, tortura física e psicológica quase mataram os bons sentimentos de Julian. O que ele não esperava era encontrar uma mulher que não quisesse obter prazer dele e sim ajudá-lo.
O que isso tudo tem demais? Bem, vou dizer o que tem demais. Tanto Julian quanto Grace possuem barreiras emocionais bem frágeis. A narrativa dos acontecimentos da vida dele me deixou com dor no coração, quase chorei. Os sentimentos conflitantes de Grace me fizeram compadecer de todo o seu drama e desejar o melhor para ela. Mas os dois juntos se tornaram perfeitos um para o outro. De início a coisa não foi muito fácil e não fluiu. Como assim não fluiu? Julian, com sua maldição, estava louco por sexo e Grace, com seus receios, estava fugindo de sexo. A coisa ficou tão deliciosa que vocês nem imaginam.
Quando Grace começa, finalmente, a se render pelos encantos de Julian (e que encantos), eles descobrem que a maldição pode se rompida. Para isso eles não podem ter relações até a última noite em que ele estiver livre. O problema é que o envolvimento cresce muito rápido. É difícil não se apaixonar por um homem tão encantador, carinhoso, atencioso e fogoso como Julian. Por mais que tente, cada momento com Julian é especial para Grace e ela só quer que tudo dure para sempre. Ela, apesar do medo de ser usada e abandonada, o deseja. Ele, apesar da vontade de se libertar, não quer usá-la e depois partir. É um conflito bem interessante, visto que os dois se amam. Chega a ser doloroso esse conflito para os dois.
O efeito da maldição torna insuportável a abstinência dele, chegando a um sofrimento físico que o leva as raias do desatino. Pior que isso, é que se tratando de Grace a coisa só fica mais insuportável, porque ele nunca teve em sua vida alguém que quisesse apenas cuidar do seu bem estar, sem pedir nada em troca. Agora imaginem duas pessoas com amor, desejo, paixão, carência física e emocional sem poder fazer... Ai que dó.
Outros personagens surgem e nós conseguimos entender melhor Julian, mas também Eros, Afrodite, Atenas e até mesmo Príapo. E acreditem em mim, os “deuses” nunca foram tão divertidos. A autora conseguiu desenvolver bem o enredo, misturando a antiguidade e o moderno de forma muito engraçada e perspicaz. Não tem, sinceramente, como não se envolver com a trama, ficando ainda mais curioso com os acontecimentos. Ela cria elementos não só de romance e sensualidade, mas também drama e comédia. A cada página o leitor tem vontade de devorar, para saber como tudo terminará. As narrativas são tocantes e algumas delas quase me fizeram chorar, as cenas sensuais são excitantes e fazem o leitor subir pelas paredes (não sei como não derreti a camada de ozônio), e as cenas mais alegres me fizeram rir. Olha esse livro conseguiu roubar o primeiro lugar de favorito, deixando para outros tão queridos para trás. Para terem uma idéia, no dia seguinte após terminar a leitura, voltei alguns capítulos e comecei novamente. Ainda não consigo tirá-lo da cabeça.
O que não gostei no livro foi à marcação das margens, a capa escolhida pela editora não faz justiça a personagem e a distribuição da narração, que às vezes parecia confusa. Começava a ler a narrativa pelo ponto de vista da Grace e do nada havia uma mudança para a de Julian. Eu me sentia perdida em alguns momentos. Acho que a editora poderia ter caprichado um pouco mais.
Essa é uma leitura que recomendo, se você gostar de romance sensual é claro!!!
O que está esperando para comprar. Eu já estou morrendo pelos próximos livros. Ele foi simplesmente perfeito.