Bia 29/04/2021
Lembro que quando li, aos treze anos, achei-o bem chato. Mas, curiosamente, esse livro nunca saiu da minha cabeça e, mesmo sem relê-lo, fui mudando de opinião. Tudo bem que o Tomás Antônio Gonzaga provavelmente era um mala e arrumou outra na vida real depois que foi exilado, enquanto a Maria Dorotéia ficou esperando ele pra sempre (acho né, às vezes ela nem foi boba assim), mas, no livro, o romance deles é lindo e triste. Uma das partes de que mais gosto é, no início do livro, quando o autor diz que, no final do amor, os amantes devem colocar na barca tudo aquilo que nunca disseram um ao outro e jogar no rio ou no mar, para ser levado pelas águas até a outra pessoa (ou alguma coisa assim). Fiquei tão envolvida com esse trecho, achei tão poético, que, quando o meu namoradinho da época terminou comigo, escrevi uma carta pra ele, fiz um barquinho de papel e queria porque queria jogar na correnteza quando chovesse (o surto). Graças a Deus, algum bom senso de última hora me impediu de poluir a rua, mas ainda tenho o barquinho guardado, com muito carinho, de lembrança de um dos meus primeiros amores.